Recentemente três declarações
do ministro aposentado do Superior Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, causaram
espanto geral entre os internautas e, inclusive, com repercussão na mídia. Não
deveria. Qualquer rapazote antenado com história geral sabe sobre os
acontecimentos mencionados, em passant,
por ele no Tweeter: Revolução
Francesa, Proclamação da República e a Revolução Comunista Russa.
Sem pedantismo acho até
que os brasileiros deveriam agradecer eternamente aos franceses. Foram eles os
culpados pela nossa independência (7 de setembro de 1822) e pela queda do
regime imperial, no II Reinado, com a mudança para o regime republicano em 15
de novembro de 1889 e, consequentemente, tudo que veio depois, com a Revolução Liberal
de 1930 e o Estado Novo (1937), do presidente e ditador, o gaúcho Getúlio
Dorneles Vargas.
Quem diria que tudo
começou com as festas chiques, no mês de maio, da corte francesa, capitaneada
pelo rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta, ambos guilhotinados pelos
revolucionários, técnica de decapitação inventada pelo compatriota Guillotin e
que serviu até para cortar pescoços e rolar cabeças dos líderes da Revolução,
que tem como fato emblemático a queda da grande prisão da Bastilha (14 de julho
de 1789), em Paris, a milenar capital dos francos.
Com a queda do antigo
regime a revolução produziu seus líderes, confrontos e distensões. Nos quatro
períodos básicos do evento revolucionário: Assembléia Constituinte, Assembléia Legislativa,
Convenção e o Diretório. Robespierre, Danton, Marat, Saint-Just. E veio o
período do “Terror”. O “Termidor”. E o golpe estado de 18 de novembro de 1799
que levou o general corso Napoleão ao poder. Primeiro como cônsul. Depois como
imperador.
O natural de Ajjacio, a
capital da Ilha de Córsega, é o nosso homem. É o personagem que influiu
diretamente/indiretamente nos fatos históricos que culminaram a independência brasileira
de Portugal. As Guerras Napoleonicas no continente europeu influenciaram nisso
tudo, com os ingleses no meio, aliados dos portugueses. A França traçou o
bloqueio continental (1806) contra a Inglaterra e Portugal não aderiu, motivo
pelo qual tropas do exército franco invadiram um dos dois países da Península
Ibérica (o outro é a Espanha).
Com a invasão do
território português o regente, dom João VI, não teve outra alternativa, e
migrou para o país colonizado com a corte, em torno de 15 mil pessoas, alojadas
em 16 navios. Assim foi, ainda, obrigado a abrir os portos as nações amigas,
criar a Imprensa Régia, o Banco do Brasil, Academia Real Militar e elevar a colônia
a Reino Unido a Portugal e Algarves (1808). Com a derrota final de Napoleão,
depois que fugiu da Ilha de Elba e do exílio na Ilha de Santa Helena, em 1815,
seis anos depois acontece a Revolução do Porto.
Dom João VI retorna
para Portugal e deixa o filho, dom Pedro I, como regente do Brasil. Daí, depois
do Dia do Fico (1821)... Agora consultem os livros de história.
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