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segunda-feira, 20 de abril de 2015

A política de não renovação dos quadros políticos*

José Vanilson Julião
Jornalista

Possivelmente a única atividade social em que, praticamente, é demorada e dificultada a renovação dos quadros, no Brasil, é o bloco dos políticos. De todas as cores, matizes e bandeiras.

A “renovação” ou mudança acontece, porém, quase sempre, no seio das famílias dos políticos. Sai o avo, entra o pai; sai este, entra o filho, o neto. E Assim por diante, até com sobrinhos, os primos, e parentes afins, cunhados e genros. E até as esposas.

Sucessivamente os cargos eletivos nos dois poderes, Executivo e Legislativo, são ocupados de geração a geração. E em todos os níveis de governabilidade: municipal, estadual, federal. E em quase todas as unidades federativas, 26 estados, mais o Distrito Federal.

Com raríssimas exceções, tanto nas capitais como nas cidades interioranas. Talvez não escape nenhum dos mais de cinco mil municípios brasileiros, nas cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. De cima para baixo do mapa nacional.

Nem precisa mencionar nomes, todos o sabem, inclusive no Rio Grande do Norte. Impera a hereditariedade política, resquícios das oligarquias do Império (I e II Reinado) e da Velha República, que, nem mesmo a Revolução Liberal (1930) conseguiu acabar.

A de convir, também, que na esquerda potiguar ocorre a mesma situação, não com famílias, mas com grupinhos encastelados em setores chaves dos partidos, sindicatos  e ‘movimentos’ sociais, como um bando de miquinhos amestrados seguidores sem dar um pio sequer.

Por isso há de se supor o caos político. Com a classe política – no Palácio do Planalto, Camara dos Deputados, Senado, assembléias estaduais, camaras municipais e prefeituras – toda desacreditada pela população em geral.
Nas ruas, quando se indaga, a resposta genérica: - Vou votar no menos ruim. Por mim nem votaria mais. Mas somos obrigados (o direito do voto não é facultativo).

*Comentário publicado originalmente no jornal mensal “ Correio Potiguar” (edição de março), mídia impressa fundada há nove anos pelo falecido radialista Paulo César de Freitas Alves (Paulão) e pelo repórter-fotográfico, radialista, comunicador de televisão e blogueiro Graciano Luz




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