José Vanilson Julião
Jornalista
Possivelmente
a única atividade social em que, praticamente, é demorada e dificultada a
renovação dos quadros, no Brasil, é o bloco dos políticos. De todas as cores,
matizes e bandeiras.
A “renovação”
ou mudança acontece, porém, quase sempre, no seio das famílias dos políticos.
Sai o avo, entra o pai; sai este, entra o filho, o neto. E Assim por diante,
até com sobrinhos, os primos, e parentes afins, cunhados e genros. E até as
esposas.
Sucessivamente
os cargos eletivos nos dois poderes, Executivo e Legislativo, são ocupados de
geração a geração. E em todos os níveis de governabilidade: municipal,
estadual, federal. E em quase todas as unidades federativas, 26 estados, mais o
Distrito Federal.
Com raríssimas
exceções, tanto nas capitais como nas cidades interioranas. Talvez não escape
nenhum dos mais de cinco mil municípios brasileiros, nas cinco regiões: Norte,
Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. De cima para baixo do mapa nacional.
Nem precisa
mencionar nomes, todos o sabem, inclusive no Rio Grande do Norte. Impera a
hereditariedade política, resquícios das oligarquias do Império (I e II Reinado) e
da Velha República, que, nem mesmo a Revolução Liberal (1930) conseguiu acabar.
A de convir,
também, que na esquerda potiguar ocorre a mesma situação, não com famílias, mas
com grupinhos encastelados em setores chaves dos partidos, sindicatos e ‘movimentos’ sociais, como um bando de
miquinhos amestrados seguidores sem dar um pio sequer.
Por isso há
de se supor o caos político. Com a classe política – no Palácio do Planalto,
Camara dos Deputados, Senado, assembléias estaduais, camaras municipais e
prefeituras – toda desacreditada pela população em geral.
Nas ruas,
quando se indaga, a resposta genérica: - Vou votar no menos ruim. Por mim nem
votaria mais. Mas somos obrigados (o direito do voto não é facultativo).
*Comentário publicado originalmente no
jornal mensal “ Correio Potiguar” (edição de março), mídia impressa fundada há
nove anos pelo falecido radialista Paulo César de Freitas Alves (Paulão) e pelo
repórter-fotográfico, radialista, comunicador de televisão e blogueiro Graciano
Luz
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