Uma
homenagem ao rústico carro de quatro portas com tração nas quatro rodas
José Vanilson Julião
Jornalista
Ao começar a navegar
na rede mundial de computadores, no final da manhã deste sábado, e clicar no “Yahoo”
para ver a correspondência eletrônica, com o fim de vasculhar assuntos para o
blog, me deparo com uma propaganda ou publicidade certamente encomendada pela
fabricante multinacional de automóveis norte-americana e pelos 120 concessionários
da empresa montadora espalhados por este país continental com 8,5 milhões de quilômetros
quadrados.
O comercial na
internet trata, entre outros assuntos, do que eu não sabia e nem imaginava
existir. Hoje é o “Dia do Jeep”. Não sei, ainda, se oficialmente está no
calendário brasileiro, como outras datas festivas nacionais, profanas,
religiosas ou sobre qualquer assunto, inclusive lembrando profissões de toda
ordem, que um deputado federal ou senador qualquer decide colocar para
comemoração por meio de projeto de lei.
O certo é que decidi,
também, homenagear o famoso carro fora de estrada, pois com ele tenho
familiaridade desde meados dos anos 60, já que foi nele, como passageiro,
claro, que perambulei pelos sítios da zona rural do município em que nasci,
Cerro Corá (Região do Seridó) e cidades vizinhas. Pelo Rio Potengi, em São
Tomé. Para feira livre de Currais Novos. Indo para a vaquejada em Santana dos
Matos. Ou para a festa de São Francisco, padroeiro de Lagoa Nova. Como também
visitar as minas de “xelita”, mineral do tungstênio, em Cafuca ou Bodó.
Foi num deles que vim
a Natal para assistir meu primeiro jogo no Estádio Castelo Branco, depois “João
Machado” (deu lugar a Arena das Dunas). A partida foi ABC 0 a 0 Flamengo do Rio
de Janeiro, em 1972, pelo campeonato nacional. Com grande atuação do meia
atacante, camisa 10 alvinegro, Alberi
José Ferreira de Matos, que acabou ganhando o Troféu Bola de Prata, da revista
semanal PLACAR, como o melhor da posição na competição daquele ano.
Histórico
O carro utilitário foi
produzido no inicialmente pela Willys Overland (1957 - 1968) e posteriormente pela
Ford (1968 - 1983). Tem diversas configurações de carroceria, distância
entre eixos, motorizações, câmbio e transmissões. Há versões de 2 e 4 portas, 4
x 2 e 4 x 4, com rodas livres manuais e automáticas entre outros.
A
montadora surgiu nos Estados Unidos da América na primeira metade do século XX e ficou famosa, principalmente,
por ter criado e produzido, em parceria com a
montadora de Henry Ford, o lendário Jeep
da Segunda Guerra Mundial.
Pouco
antes de encerrar as atividades (1963) a empresa abriu uma filial brasileira
(1962), que se tornou
importante personagem na nascente indústria automobilística local e, também em conseqüência,
no esporte de corridas, o automobilismo.
A
marca existiu até 1975, quando
o último veículo ‘Willys’ deixou a linha de montagem da montadora American Motor
Company (AMC), mesmo período em que a
Ford do Brasil ainda
produzia veículos originalmente criados pela subsidiária brasileira.
As
raízes da Willys estão na Standard Wheel Company, uma fábrica de automóveis de
um e de dois cilindros criada
em 1902 na cidade de Terre Haute, no estado de Indiana. Ao migrar para a
capital, Indianápolis, em1905, a empresa mudou o nome para Overland Company
(over = fora; land = terra).
Uma crise financeira dois
anos depois possibilitou que o controle acionário fosse adquirido por um
bem-sucedido representante comercial, que havia vendido bicicletas e automóveis
de diversas marcas, chamado John
Willys. Rebatizada como Willys-Overland logo lançou um carro pequeno com motor de
quatro cilindros, conseguindo boas vendas no mercado.
A firma produziu
também dois modelos de luxo com motor de seis cilindros, porém sem êxito
comercial. O primeiro campeão de sucesso da marca foi o modelo 79 (1914), que,
com preço abaixo dos mil dólares, vendeu 80 mil unidades já no primeiro ano de
produção.
Foi também em 1914 que
a Willys apostou na tecnologia de camisas
deslizantes criada por Charles Knight para fabricação de motores de quatro tempos sem válvulas, dando origem à
subsidiária Willys-Knight que produziu modelos de sucesso satisfatório.
A crise de 1929 afetou
a Willys e em 1933 a a produção foi concentrada em apenas
um modelo, o 77, de quatro cilindros, com o preço mais baixo da história da
montadora (U$ 445). Esse modelo bem-sucedido garantiu a sobrevivência até a II Guerra, quando surgiu o principal
marco da história da montadora.
Em 1940 venceu a licitação para construir, ao
lado da Ford, o carro destinado às linhas de combate do Exército norte-americano.
O nome do veículo vem de general
purpose, veículo de uso geral, abreviado para suas iniciais gp,
pronunciadas em inglês como jeep.
Em 1946 surgiram versões voltadas
ao mercado civil (Utility Wagon),
que ficaria conhecida mais tarde no Brasil como Rural, e a versão pic-up
(picape). Chegou a ser criada uma versão, chamada de "Agri-Jeep", com
o objetivo de substituir os tratores
nas fazendas, mas não teve êxito comercial por ser leve demais para o trabalho
no campo.
A Willys produziu
apenas veículos da linha Jeep até 1951,
quando foram lançados novos modelos, como o carro de passeio Aero, destinado
exatamente às famílias do pós-guerra. Em 1953 a firma passou pela primeira de uma
série de aquisições, sendo comprada pela Kaiser Motors e
tendo seu nome alterado para Willys
Motor Company.
Mas as vendas dos
carros de passeio da Willys e da Kaiser continuaram em declínio e, em 1955,
a fabricação de carros cessou e todo o maquinário para fabricação do Aero foi
mandado para o Brasil.
Em 1963,
a firma passou a se chamar Kaiser-Jeep, até a sua aquisição em 1970 pela AMC. Em 1975 a nova
proprietária ressuscitou o nome Willys, porém apenas como fábrica de peças
sobressalentes.
A AMC continuaria a produzir o maior legado
da Willys, o Jeep, até 1986,
mesmo depois de ser comprada pela francesa Renault em 1979.
A linha Jeep original, com o nome oficial de CJ, foi substituída pela nova
linha Jeep Wrangler, que apesar da marca Jeep e da semelhança com o
antecessor, trazia muitas mudanças mecânicas. A Renault vendeu a AMC para a americana Chrysler em 1987,
que por sua vez se uniu à alemã Mercedes-Benz em 1998.
Curiosamente, após
toda essa série de aquisições, a marca Jeep continua viva e, em 2002,
a Daimler/Chrysler trouxe
de volta a marca Overland, utilizada no Jeep Grand Cherokee.
Brasil
A subsidiária no Brasil foi fundada em 26 de agosto de 1952, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Em 1954 a linhas de montagem começar a pôr na rua o Jeep, ainda montado com peças americanas importadas e comercializados com o nome de jipe Universal.
A versão Rural surgiu
em 1956.
Em 1957 as partes do veículo passaram a ser
fabricadas no Brasil e em 1959 o motor também passou a ser brasileiro
--- um seis cilindros de 2.638 cilindradas e 90 cavalos de potência, que
viria a ser adotado na maioria dos veículos da montadora.
Apesar de a filial ter
recebido as ferramentas para montagem do modelo Aero quando a matriz
norte-americana encerrou a produção de veículos de passeio, o primeiro carro
urbano da Willys brasileira foi o pequeno Dauphine, em 1959,
produzido sob licença da Renault.
O econômico veículo
foi um dos maiores rivais do Volkswagen Fusca no
mercado brasileiro dos anos 60, em suas várias versões que surgiram nos anos
seguintes, e também foi a base de uma série de vitórias da Equipe Willys de competições no automobilismo
brasileiro, com pilotos como Christian Heins, Emerson Fittipaldi, Wilson Fittipaldi Júnior e Luiz Bueno.
Em 1960 foi finalmente lançado o Aero, ainda
com a carroceria arredondada
do modelo norte-americano, que rendeu a esta primeira versão o apelido de
"Aero-Bola". Em termos de mecânica, o Aero era simplesmente o Jeep
com carroceria urbana. Pesava 1.440 kg e atingia 120 km/h de
velocidade máxima, com aceleração de 0 a 100 km/h em 17,8 segundos. O
consumo de combustível era da ordem de 7 km/litro.
Em 1961
é lançando mais um veículo produzido sob licença da Renault, o Interlagos, cópia do Renault Alpine, e primeiro veículo esportivo de série do
Brasil, com carroceria em fibra de vidro em
três versões de estilo (cupê, berlineta e conversível) e mecânica baseada no Dauphine, mas com várias
opções de carburação e potência.
Em 1962 foi feita uma completa re-estilização
da carroceria do Aero, liderada pelo projetista americano Brooks Stevens, e foi
lançado em dezembro o modelo Aero 2600, com linhas retas, modernas para a
época, e algumas alterações no motor que aumentaram a potência para 110cv. Este
novo Aero deu origem a uma versão de luxo em 1966 que era vendida como um veículo
diferente, o Itamaraty.
Ainda em 1965,
a Willys começou a estudar um sucessor para a linha Dauphine/Gordini e
novamente em parceria com a Renault criou o "Projeto M". Porém, por
razões hoje apontadas como administração empresarial ineficiente e gastos
excessivos com o departamento esportivo, a Willys entrou em crise financeira, e
em1967 a Ford
assumiu o controle acionário da empresa.
O Projeto M, já
bastante avançado, foi concluído e deu origem ao Ford Corcel ---
os primeiros exemplares ainda saíram de fábrica com vidros timbrados com a
marca da Willys. Os carros das linhas Jeep e Aero continuaram sendo produzidos,
sob a marca Ford-Willys até1970, e posteriormente, por mais alguns
anos, apenas com a marca Ford. (A partir
do parágrafo HISTÓRICO é um ‘resumão’ da Wikipedia)
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