A escolha de uma arma de
aproximação e para manuseio efetivo e mortal em curta distancia poderá resultar
na identificação do grupo de bandidos executor do duplo assassinato que vitimou
a vereadora carioca Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes Mathias.
Este foi o primeiro grande erro dos
algozes, pois o uso de uma pistola possibilita o descarte da munição, pela
câmara, via abertura lateral à esquerda do cano da automática.
A munição é conjunto formado pela
espoleta, pólvora, cartucho de aço (invólucro) e bala de chumbo – de calibre
nove milímetros (de pistola ou submetralhadora).
O pequeno cilindro indica o
fabricante, cujo acrônimo, é gravado ao redor da espoleta, da mesma forma que o
calibre. Exemplo disso é a munição para a pistola austríaca Glock 380 ou uma “ponto
quarenta” qualquer.
E o mais importante, no caso
específico de encomenda da Polícia Federal, o fabricante coloca o nome do destinatário.
Foi esta situação que resultou na identificação dos lotes vendidos para a Polícia
Federal (Distrito Federal), em 29/12/2006, pela multinacional Companhia
Brasileira de Cartuchos (CBC).
Os lotes, geralmente, são divididos
em pequenas cartelas com dez projeteis, o que facilitaria o desvio sem qualquer
possibilidade de ser notado, pois basta colocar a quantidade desejada no bolso
da camisa, jaqueta ou calça.
A informação sobre os lotes foram
divulgadas na manhã desta sexta-feira pela TV Globo e logo repercutida pela
mídia nacional. As polícias Civis e Federais investigam a preciosa pista em
conjunto e o objetivo principal de momento será identificar quem teve acesso às
cápsulas para o desvio. Foi instaurado inquérito paralelo para apurar o desvio e
rastreamento dos lotes.
Certamente o uso de armas mais
tradicionais, como o revólver calibre 38 ou o pequeno 22 e até mesmo a espingarda
tipo escopeta 12, que não expelem o cartucho ou projétil, dificultariam ainda
mais a investigação.
Enquanto isso a
Delegacia de Homicídios teve acesso as imagens de câmeras de segurança da Rua
dos Inválidos (Lapa), que mostram um dos carros usados no crime foi estacionado
horas antes na via. Este veículo ficou parado a poucos metros da Casa das
Pretas — onde ela palestrou por pelo menos duas horas na noite de quarta-feira.
Na gravação um homem é visto conversando ao telefone.
Assim que a vereadora, a a assessora e o motorista saem do local, o veículo que
pode ter sido usado pelos criminosos sai logo atrás. Em outro instante mostram
o veículo dos suspeitos piscando o farol para o carro em que Marielle estava.
Investigadores acreditam que Marielle seria morta na Rua
dos Inválidos. No entanto, os criminosos podem ter decido não cometer o crime
ali, pois existem pelo menos oito equipamentos de vigilância que monitoram
residências e estabelecimentos.
Um dos carros usados pelos criminosos, Cobalt, tem placa
clonada de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mas o original é de Duque de
Caxias, também na mesma região. A DH seguiu para a casa do proprietário ainda nesta
sexta-feira.
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