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sexta-feira, 16 de março de 2018

Veja como a investigação chegou aos lotes de munição da PF


A escolha de uma arma de aproximação e para manuseio efetivo e mortal em curta distancia poderá resultar na identificação do grupo de bandidos executor do duplo assassinato que vitimou a vereadora carioca Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes Mathias.
Este foi o primeiro grande erro dos algozes, pois o uso de uma pistola possibilita o descarte da munição, pela câmara, via abertura lateral à esquerda do cano da automática.
A munição é conjunto formado pela espoleta, pólvora, cartucho de aço (invólucro) e bala de chumbo – de calibre nove milímetros (de pistola ou submetralhadora).
O pequeno cilindro indica o fabricante, cujo acrônimo, é gravado ao redor da espoleta, da mesma forma que o calibre. Exemplo disso é a munição para a pistola austríaca Glock 380 ou uma “ponto quarenta” qualquer.
E o mais importante, no caso específico de encomenda da Polícia Federal, o fabricante coloca o nome do destinatário. Foi esta situação que resultou na identificação dos lotes vendidos para a Polícia Federal (Distrito Federal), em 29/12/2006, pela multinacional Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC).
Os lotes, geralmente, são divididos em pequenas cartelas com dez projeteis, o que facilitaria o desvio sem qualquer possibilidade de ser notado, pois basta colocar a quantidade desejada no bolso da camisa, jaqueta ou calça.
A informação sobre os lotes foram divulgadas na manhã desta sexta-feira pela TV Globo e logo repercutida pela mídia nacional. As polícias Civis e Federais investigam a preciosa pista em conjunto e o objetivo principal de momento será identificar quem teve acesso às cápsulas para o desvio. Foi instaurado inquérito paralelo para apurar o desvio e rastreamento dos lotes.
Certamente o uso de armas mais tradicionais, como o revólver calibre 38 ou o pequeno 22 e até mesmo a espingarda tipo escopeta 12, que não expelem o cartucho ou projétil, dificultariam ainda mais a investigação.
Enquanto isso a Delegacia de Homicídios teve acesso as imagens de câmeras de segurança da Rua dos Inválidos (Lapa), que mostram um dos carros usados no crime foi estacionado horas antes na via. Este veículo ficou parado a poucos metros da Casa das Pretas — onde ela palestrou por pelo menos duas horas na noite de quarta-feira.
Na gravação um homem é visto conversando ao telefone. Assim que a vereadora, a a assessora e o motorista saem do local, o veículo que pode ter sido usado pelos criminosos sai logo atrás. Em outro instante mostram o veículo dos suspeitos piscando o farol para o carro em que Marielle estava.
Investigadores acreditam que Marielle seria morta na Rua dos Inválidos. No entanto, os criminosos podem ter decido não cometer o crime ali, pois existem pelo menos oito equipamentos de vigilância que monitoram residências e estabelecimentos.
Um dos carros usados pelos criminosos, Cobalt, tem placa clonada de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mas o original é de Duque de Caxias, também na mesma região. A DH seguiu para a casa do proprietário ainda nesta sexta-feira.

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