Orlando Ribeiro Dantas nasce em Ceará-Mirim (11/2/1896),
filho de João Ribeiro Dantas e Joaquina Vilar Ribeiro Dantas. Cursa o Ginásio Porto Carreiro e com
a transferência da família para Recife (1907) estuda no Ginásio de Pernambuco.
No período trabalhar no comércio; à noite dedica-se à elaboração do jornal
mensal O Colibri.
Viaja os Estados Unidos (1919) e torna-se agente
geral para o Brasil das máquinas de escrever Under Wood.
Retorna ao Recife e tenta a instalação de uma indústria de artefatos de
borracha. Expõe o projeto ao governador de Pernambuco, Manuel Borba, dirigi-se
ao Rio de Janeiro, então Distrito Federal, onde sendo recebido pelo ministro da
Agricultura, Ildefonso Simões Lopes, e pelo presidente Epitácio Pessoa.
No entanto sofre oposição do Congresso e o projeto foi abandonado.
Em 1922, no Rio, passa a diretor da Revista
Comercial e Industrial. Em 1926 tornou-se diretor de publicidade
de O Jornal, substituindo o norte-americano Fritz
Siblon. De volta a Recife, aí fundou o Diretório Comercial
Brasileiro, 1927. No ano seguinte, em São Paulo, fundou com
Francisco de Assis Chateaubriand e Rubens do Amaral o Diário de São
Paulo.
Devido a divergências retirou-se da sociedade e, em
junho de 1930, fundou o Diário de Notícias, no Rio de Janeiro. O
novo jornal surgiu numa época de intensa agitação política, que sucedeu à
eleição presidencial de março de 1930, na qual Júlio Prestes, candidato apoiado
pelo presidente Washington Luís, derrotou Getúlio Vargas, candidato da Aliança
Liberal.
A proposta inicial do DN era lutar
contra a estrutura oligárquica da República Velha. Embora não comprometido
com os partidos políticos, apoia as teses da AL, movimento oposicionista que reúne
oligarquias dissidentes de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, que
reivindica o voto secreto, inclusive feminino, a designação de magistrados
para a presidência das mesas eleitorais, uma jornada de trabalho de oito horas,
a promessa de anistia.
Com o Estado Novo (10/11/1937) foi preso. Em
dezembro de 1939 foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP),
chefiado por Lourival Fontes. Dantas resistiu às tentativas do DIP de
levá-lo a apoiar o regime. O DN recusou a publicar, na
íntegra, como sendo da redação, as realizações do Estado Novo.
Em 1940 o DIP passou a conceder subvenção à
imprensa em troca de matérias elogiosas. Em 1943 o DN desencadeia
campanha pela alteração da concessão da Loteria Federal. O concessionário,
Peixoto de Castro, pleiteava a renovação de contrato, tenta entrar em acordo
com o jornal oferecendo cem contos de réis, além da publicidade.
Dantas não aceitou a proposta e recebia
comunicação proibindo o jornal de fazer comentários sobre a concorrência.
Em resposta dirigiu-se ao diretor do departamento, major Antônio Coelho dos
Reis.
A 28/2/45 Vargas, no Ato Adicional, fixa o prazo de
90 dias para que fossem marcadas as eleições para os governos estaduais e para
a Constituinte. Em abril foi decretada a anistia.
O DN promete denunciar qualquer
tentativa de adiamento ou de suspensão e apóia o brigadeiro Eduardo Gomes pela
União Democrática Nacional (UDN) em dezembro. Vence Eurico Gaspar Dutra,
pelo Partido Social Democrático (PSD), ex-ministro da Guerra de Vargas.
Em 1948 Dantas recebe do general Dwight
Eisenhower, reitor da Universidade de Columbia e futuro presidente dos Estados
Unidos, o prêmio Maria Moors Cabot, um dos mais importantes do continente americano.
Dois anos depois viagem à Europa. Interessado
em escrever um livro sobre a escritora norte-rio-grandense Nísia Floresta, na
França recolhe material sobre as relações da conterrânea com o escritor Victor
Hugo e com Auguste Comte, o pai do positivismo.
Faleceu no Rio de Janeiro (1/2/53). Era casado com
Ondina Portela Ribeiro Dantas, com quem teve quatro filhos.
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