quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

A primeira passagem de Everaldo Lopes pela "Tribuna do Norte"


1947. Circulavam na capital potiguar três jornais. Todos vespertinos.

O “Diário de Natal”, surgido oito anos e já incorporado a cadeia de mídia Associada, fundada pelo jornalista paraibano de Umbuzeiro, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo.

“A República”, fundada em julho de 1889, pelo médico e político Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, que, com a queda da Monarquia, acabou no poder da província do Império transformado em estado como o novo regime.

E “A Ordem”, criado em julho de 35, pertencente ao Centro de Imprensa, ligado a Igreja Católica. A edição 3.586 (terça-feira, 9/12) noticia a chegada na cidade do jornalista carioca Carlos Lacerda, o achado de um diamante de 18 quilates em Goiás, o incêndio e queda de avião da FAB no Estado do Rio.

Além de outros assuntos, inclusive militares, e uma greve geral no Chile, a capa do impresso fundado pelo professor Ulisses Celestino de Góis dá espaço para informar sobre solenidade do encerramento do ano escolar no Teatro Carlos Gomes, atual “Alberto Maranhão”, com a presença do governador Sílvio Piza Pedrosa.

Mais abaixo, sob o título em duas colunas, “Bacharelandos do Ginásio 7 de Setembro”, a lista com os 28 estudantes concluintes, que iriam receber diplomas ou certificados na noite seguinte no auditório do estabelecimento particular de ensino, tendo como paraninfo o professor José Saturnino de Paiva.

São oito alunas. Entre os alunos Amauri Sampaio Marinho, depois bacharel em Direito, professou universitário, advogou para o industrial húngaro Imre Fried, dono da Movelaria Globo, e chegou a presidente do Conselho Deliberativo do clube homônimo que substituiu o América entre 60/64 no campeonato estadual de futebol.

E Everaldo Lopes Cardoso. Muitos crêem que ele surgiu na crônica esportiva na Rádio Poti, a “Pioneira”, implantada no começo da década de 40 como a Rádio Educadora de Natal, do famoso acrônimo REN.

O ex-juvenil americano e muito depois aposentado como funcionário da Previdência Social, começa na verdade no diário matutino “Tribuna do Norte”, fundado no meio do ano de 1950 pelo então deputado federal Aluizio Alves, tendo como um dos cotistas acionário o futuro governador Dinarte de Medeiros Mariz.

Na edição da quarta-feira, 24/2/57, com a coluna “Sal...picos”, Everaldo já demonstra a perspicácia do repórter que perdura por quase seis décadas.

Em 30 de junho do mesmo ano faz parte da equipe que publica edição especial da TN em homenagem ao aniversário de fundação do ABC. Está ao lado de Vicente Farache Neto, José Ubirajara Macedo, Jaime Vanderlei e Klaus Nóbrega.

Na quarta-feira, 3 de julho, publica o artigo assinado “Quem descerá?”. Sobre o rebaixamento de um clube no campeonato citadino.

Em 1958 ingressa no “Diário” e na bagagem leva o título da coluna que criara na “Tribuna”, conforme a edição da sexta-feira, 17 de outubro, no Associado.

A esta altura também atua na “Poti”, com o programa "Instantâneos Esportivos". Em 16 de agosto de 1960 assina a coluna “Galho de Urtiga”, no Diário, com o mesmo já diferenciado estilo de três anos antes.

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