quarta-feira, 15 de maio de 2019

Há 50 anos gol no final dá segundo título ao América após licenciamento

Alemão com a camisola alviverde do Sporting Covilhã

Além do centenário do primeiro título e do cinqüentenário do segundo ao retornar do licenciamento de seis anos no começo da década de 60 a imprensa não percebeu que o gol do zagueiro parnamirinense Alison Wagner Lira Ferreira é o segundo a entrar para a história por ter acontecido no minuto final de uma segunda partida decisiva.

O primeiro não tem registro áudio-visual. E diferentemente daquele ocorreu numa série de três que provocou um quarto encontro final entre o alvinegro e o alvirrubro. O palco foi o tradicional e acanhado Estádio Juvenal Lamartine, no bairro do Tirol. Mas é sempre lembrado pelo torcedor e cronistas veteranos quando provocados.

Trata-se do assinalado pelo atacante pernambucano Joaquim Ramos de Souza, o “Alemão”. Após uma triangulação com os meias-atacantes Talvanes Augusto de Souza e José Ireno do Nascimento, ambos com passagens pelo extinto Globo, sendo que este último participou do excelente elenco do Campinense nos anos 60.

Diferente do placar deste ano, quando o ABC igualou o marcador, o placar final de cinco décadas atrás configurou a contagem mínima para o onze americano. Na quarta-feira, 24/4, Alison toca de cabeça aos 49, nos descontos, enquanto Alemão assinala aos 45 do tempo complementar.

A “frasqueira” acenava com lenços brancos, na arquibancada de alvenaria, para os encarnados, alojados na antiga arquibancada de madeira. Os jogos acontecem aos domingos. O ABC vencera a primeira por 3 a 0 (9/11). A segunda termina sem abertura do placar (16). A terceira ocorre dia 23. No quarto, 30, marca o herói Alemão e João de Deus Gondim Teodósio, o Bagadão.

Nosso principal personagem, que de germânico não tinha nada, um vigoroso mulato, estréia pelo América em 11/2/69 e permanece no elenco até a primeira semana de setembro do ano seguinte. Entra em campo 68 vezes com a camisola vermelha e marca 29 gols, excelente média, pelo clube da Rodrigues Alves.

Em 1971 segue para Portugal e assina com o clube Beira-Mar, pelo qual atua 73 vezes e assinala 20 gols (número que contestara em comentário para um blog). Em 1974 firma contrato com o Sporting de Covilhã, com uniforme alviverde de listras horizontais semelhante ao homônimo famoso da capital Lisboa.

Pelo Sporting sobe para a segunda divisão e faz boa campanha na Taça de Portugal, competição em que faz seis apresentações e marca dois golos. O alviverde cai perante o alvinegro de camisa quadriculada Boa Vista (Porto), o campeão, nas oitavas. Passa pelo Sporting (Espinho), Lusitania, Bragança, Riopele, FC Marco e Paredes (83/84).

Faleceu em 24/2/2019 em Paredes. Três anos antes, em entrevista para o site do Sporting, disse que trabalhava com o filho do mesmo nome numa clínica de recuperação muscular. O clube emitiu nota de pesar.

Na segunda-feira o “Diário de Natal” publica foto na primeira página com a legenda. O diário matutino “Tribuna do Norte” destaca: “Festa mudou de dono em noventa segundos” (terça-feira, 25/12/69).

O recifense Alemão, então com 24 anos (25/12/45), veio do Clube de Regatas Brasil (CRB), onde permanecera por duas temporadas. Começara a carreira em times amadores da capital pernambucana. Perambula pelo interior pernambucano e alagoano; E se apresenta pelo tricolor Santa Cruz e Sport.

Fontes:
Diário de Natal
Tribuna do Norte
Baú dos Cromos
Sporting de Covilhã
Nominuto
ZeroZero


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