domingo, 22 de setembro de 2019

Estádio americano é real após duas tentativas frustradas


José Vanilson Julião

A primeira ação para construção de um equipamento esportivo a altura da tradição, acomodar a torcida americana e servir de alçapão em favor da equipe, aconteceu 71 anos antes, quando fora inaugurado o campinho da Rua Campos Sales, no bairro do Tirol.

Para a ocasião é aproveitado um terreno dos fundos da Rua Maxaranguape, uma transversal no sentido leste – oeste, no trecho em que ficava a antiga sede social, substituída pelo moderno prédio da Rua Rodrigues Alves no período do licenciamento, entre fevereiro de 1960 e o primeiro semestre de 1966.

A festa da entrega do campinho contou com a disputa da Taça Orestes Silva, em homenagem a um dos históricos dirigentes, responsável maior pela aquisição do quarteirão, inclusive emprestando o dinheiro necessário para a compra.

O convidado para o jogo de abertura, acreditem, foi o maior rival, o alvinegro ABC, que tomou a maior goleada do alvirrubro na história entre jogo amistoso e oficial (ficha da partida abaixo do texto principal).

A pequena obra fora iniciada na gestão do presidente Humberto Nesi e concluída pelo sucessor José Rodrigues de Oliveira e diretor social Rui Barreto.

Presença do prefeito Sílvio Piza Pedrosa. Discursos: Gentil Ferreira de Souza e Vicente Farache Neto (dirigentes abecedistas).

Pousada do Atleta

A segunda tentativa se deu com a inauguração do Estádio General Everardo de Barros Vasconcelos, em homenagem ao player Campeão do Torneio do Centenário da Independência (1922). O campo, também sem arquibancada, foi entregue no segundo semestre de 1973.

No intervalo entre dois jogos do clube pelo campeonato brasileiro da segunda divisão: 3 x 0 Calouros do Ar/CE (18/11) e 2 x 1  Centro Esportivo Alagoano (25/11). Na ocasião, em jogo-treino, o adversário foi o Cosern (Força e Luiz).

O estadinho murado ficava localizado no quarteirão em Capim Macio (Zona Sul), começo da estrada de acesso a praia de Ponta Negra, logo após o viaduto erguido entre 74/75.

Hoje ocupado por uma faculdade particular, inicialmente, e por um grande supermercado, posteriormente, nos anos 90 e 2000.

O evento contou a benção do padre Agnelo (capelão do Brasil na Copa do Chile/62), sendo resultado da gestão do presidente Hugo Manso. Jogo iniciado as 9h35 com tempos de 35 minutos.

Seguiu-se churrasco de confraternização com a presença do ex-presidente Humberto Nesi. O terreno media 18.556 metros quadrados e custou Cr$ 22.315,00, pagos ao empresário Geraldo Gomes dos Santos. Escritura: 8/8/70.

O terreno da Avenida Engenheiro Roberto Freire – por sinal torcedor americano -, fora comprado pelo corretor imobiliário presidente Humberto Pignataro por 60 mil cruzeiros e pagos em 12 prestações.

Na seqüência no mesmo local surgiu o alojamento e concentração denominada Pousada do Atleta. O complexo é vendido ao Bompreço em 1999 e o dinheiro investido no Centro de Treinamento Abílio Medeiros, em Parnamirim.

É justamente na sobra do terreno que fica a Arena América, inaugurada parcialmente hoje, para cinco mil espectadores.

América 1 – 2 Cosern
Data: quarta-feira, 22/11/1973
Árbitro: Guaracy Augusto Picado/RN
Gols: Tião, Bagadão e Elson

América 6 – 2 ABC
Data: domingo, 11/7/1948
Árbitro: Júlio Soares/RN
Gols: Pernambuco (2), Alírio, Marinho, Chico, Tico e Gageiro (contra)
América: Gerim, Artemio, Barbosa, Renato Lacraia, Vavá, Alírio, Tico, Pernambuco, George, Pedro Humberto e Marinho. Treinador: Graciano Acosta Torres
ABC: Expedito (Zé da Silva), Gageiro, Toré, Gonzaga, Carrapicho, Tuta (Harry), Dequinha, Albano, Campina (Ponteiro), Pageú e Abacaxi

FONTES
A Ordem
Diário de Natal

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