O chamava de WGA. Ou pelo nome completo. Tornou-se
meu melhor amigo. Soube da morte dele, ocorrida nesta manhã, no começo da
noite.
Entretido no computador, por volta das 19 horas,
não escutei as quatro ligações do celular. Era do meu irmão, José Valdir
Julião. Por isso fiquei sabendo pelo recado deixado no “zap”.
Perguntei a causa. Teria sido em conseqüência do
diabetes. Estava internado no Hospital Onofre Lopes. Indaguei quem avisou: - Vi
no ‘tuíter’ de Paulo Tarcísio, que foi avisado pelo radialista Marco Aurélio.
WGA era freqüentador assíduo. De casa. Principalmente
depois que sofri o acidente doméstico e fiquei impossibilitado de locomoção. A última
vez há duas semanas. Ou dias. Na saída disse: - Só venha agora depois do ‘Corona’...
Conheci Wilson Gomes de Azevedo em 1975. Ele morava
na Rua São Geraldo, no bairro das Quintas. Eu acabava de chegar de Cerro Corá.
Para estudar na Escola Técnica Federal.
E foi no Grêmio Nilo Peçanha que começou a
amizade. No jogo de totó. Pebolim. Nos intervalos da aula. Eu na defesa. Ele no
ataque. Tem até o episódio de ele fazer confusão com meu irmão gêmeo: - Não era
você que encontrei lá...
Passou o primeiro ano e Wilson sumiu. O reencontrei
no final do segundo semestre de 1977. Fora em busca de realizar um sonho: ser
radialista. E conseguiu.
Por isso o reencontro aconteceu no saguão de
entrada da Rádio Nordeste AM, que ficava numa travessa, prolongamento do Beco
da Lama (Vigário Bartolomeu), na Cidade Alta.
Naquela oportunidade fui fazer um teste para
plantão esportivo, atendendo chamado, no ar, do famoso narrador esportivo Audi
Frazão Doudment, chefe da equipe terceirizada da emissora fundada por Dinarte
Mariz e na época já controlada por Felinto Rodrigues.
Eu sei que tinha boa voz e que fizera um teste
razoável. Mas foi Wilson quem me escolheu, entre outros dois candidatos. E fora
Audi quem colocou a fogueira na mão de Wilson.
Fiquei como segundo plantão. Auxiliar.
Acumulamos bons causos. Certa vez Wilson fora a praia e chega atrasado para a
abertura da jornada dominical. Sem o rádio para a escuta das emissoras de fora.
Ele ficou numa sinuca de bico. Como era o
primeiro plantão tinha que abrir e se fosse apanhar o “Transglobe” ficaria o
buraco. E Audi perceberia ao chamar do Estádio Castelo Branco. WGA não estava
com coragem para pedir, mas sugeri que me desse coordenadas que eu iria apanhar
o rádio.
Dito e feito. Até ele se surpreendeu com a minha
agilidade em encontrar o endereço e retornar em cima da bucha. Passei uns três
meses na rádio, sai e retornei durante a Copa de 78 e ele lá, simples, como
sempre foi.
Posteriormente ele seguiu a carreira: Poti e
Trairi (Tropical). Com passagem pela editoria de polícia com Givaldo Batista, o
“Gigi da Mangueira”. No centenário “A República”. No jornal reencontra o mano
Valdir.
Wilson foi quem me indicou ao empresário
Ivanaldo Bezerra e, conseqüentemente, ao editor Francisco Duarte Guimarães,
para a primeira passagem pelo semanário “Jornal de Natal”. Em 1994.
Nos últimos anos esteve na Satélite FM. De Aquino
Neto. Wilson escreveu um livro relatando seu tratamento psiquiátrico de anos. Pediu
para revisá-lo. Este é um assunto a resolver...
Belo depoimento, pêsames à família de Wilson Gomes, viúva e duas filhas!
ResponderExcluirÉ COM GRANDE PESAR QUE ACABO DE RECEBER ESTÁ TRISTE E DOLOROSA NOTÍCIA. QUE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO RECEBA O NOSSO QUERIDO AMIGO WILSON GOMES COM TODA SUA LUZ E CARINHO DE MÃE. QUE O NOSSO DEUS CONFORTE TODA SUA FAMÍLIA, NESTE MOMENTO E LHES PERMITAM A SERENIDADE NECESSÁRIA. MARGARIDA E IONAS ARAÚJO.
ResponderExcluirSurpresa com a notícia. Que nosso colega Wilson descanse em paz. Sabe dizer a causa da morte, Julião? Ele estava doente?
ResponderExcluirAinda sem maiores detalhes. Estou procurando sabe.
ExcluirBelo relato, Vanilson. Onde estiver, Wilson Gomes deve guardar de você a lembrança de um amigo correto e leal.
ResponderExcluirUm grande homem, um grande repórter,um grande amigo e um maravilhoso pai. Sentiremos muito falta e só lembranças boas pra contar. Obrigada Julião e todos os amigos.
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