José Vanilson Julião
A resenha de
pé de ouvido ganhou a internet por intermédio de algum torcedor americano. Daqueles
empedernidos.
Que se acha
entendedor do futebol: da raiz da grama, passando pela “cal” para demarcação do
campo, até a sunga adequada para o jogador.
A bola da
vez, que ganhou repercussão nos blogs que acompanham o América, e teve
ampliação no site da “Tribuna do Norte”, refere-se a mudanças no distintivo, emblema
ou escudo tradicional do alvirrubro.
Ora, minha
gente, para bom entendedor não acontecerá qualquer mudança drástica e radical
no conhecido circulo vermelho com as letras brancas AFC (América Futebol
Clube).
Para quem ainda
não sabe da história o clube da Rua Rodrigues Alves, no bairro do Tirol,
começou com a camisa azul, já que existiu, até pelo menos 1918, o Natal Sport
Clube com a jaqueta vermelha.
Somente
depois, com a extinção do NSC (fundado pelo advogado Alberto Roselli e pelo
dentista Nizário Gurgel), é que o clube aderiu a cor encarnada, adotando,
também, o escudo do América carioca, que, por sinal, começou “preto”.
Inclusive
fotos antigas das décadas de 30 e 40 há uniformes sem o escudo. Sendo costumeiro
a partir dos anos 50. Permanecendo sem qualquer mudança pelo menos até o começo
dos anos 70.
Não tenho
precisão quando acontece a primeira mudança. Com a implantação de “acessórios”,
como o nome do clube ao redor do escudo, além do “Natal – RN”.
Certamente uma
excelente jogada de marketing para diferenciar do homônimo do Rio de Janeiro.
Somente depois,
com a conquista do tetracampeonato estadual (1979/82), ganha as quatro estrelas
acima do círculo.
Mas também
não lembro se vieram acompanhadas de uma estrela para lembrar a conquista da
Taça Almir Albuquerque (1973).
A moda de colocar
estrelas acima do escudo, para lembrar e comemorar conquistas, começa com o
Santos Futebol Clube, pelos dois títulos do Mundial interclubes dos anos 60.
Depois outros clubes foram na onda e imitaram o clube da Baixada.
Para colocar ponto
final na discussão a diretoria publicou nota nos blogs “Vermelho de Paixão” e “Gente
Americana” informando que a camisa lançada recentemente com uma estrela é
apenas de caráter comemorativo pela conquista da Série D. Com unidades
determinadas para aquisição do torcedor.
A sugestão
mais interessante para uma nova camisa seria o posicionamento de três estrelas
representativas da conquista nacional, da regional (Copa do Norteste) e da
mencionada taça ganha durante o campeonato brasileiro numa promoção da revista “Placar”.
A indicação
para sepultar de vez a discussão partiu do responsável de um dos blogs citados.
No que concordo plenamente. As três conquistas suplantam em importância os quatro
estaduais (sem desmerecer).
Até porque
com sete estrelas pode ocorrer uma poluição visual desnecessária no produto
final.
E digo mais:
a exibição das quatro estrelinhas estaduais se tornou obsoleta e de certa forma
não tem nada mais de inédito.
Inclusive o ABC,
tetra, penta e decacampeão, nem abusa dessas conquistas. As quatro estrelinhas
amarelas no escudo referem-se a conquista dos títulos do infantil, juvenil,
aspirante e profissional no mesmo ano: 1954.
E tem mais.
Não haverá mudança exagerada para não acontecer como o caso do Alecrim. O
antigo, idêntico ao do América, mas verde e branco, claro, foi trocado por um
horroroso escudo.