José Vanilson Julião
Após 40 anos,
em dezembro, passei 15 dias na terra natal. Aproveitei para rever os lugares
por onde passei na infância e pré-adolescência. Visitei familiares. E amigos.
Também colhi
informações "perdidas" de parentes. E rememorei histórias antigas. E
ainda presenciei situação curiosa.
Numa dessas
subidas a Serra de Santana, o acidente geográfico que reina imponente na Região
do Seridó.
No retorno de
uma visita a parentes da esposa do meu irmão, Ana - ambos responsáveis diretos
pela minha saída de casa, mesmo a contragosto.
Numa parada
para almoço. Em um restaurante. Não sei se fica entre a divisa de Lagoa Nova e
Cerro-Corá. Mais pra lá do que pra cá? Ou mais pra cá do que pra lá?
Mesa posta,
brinco com uma menininha curiosa. Que perambula de mesa em mesa. Certamente
filha de alguém do estabelecimento.
Porém as
peraltices da criança têm minha atenção desviada para uma frase na camisa de
meia branca. Da garçonete.
Em letras
pretas, bem visíveis, está na vestimenta: "Lagoa Nova, a capital da Serra
de Santana".
Achei uma
petulância, digo, brincando, para o mano. Não é que se acham melhores do que
Cerro-Corá?
Valdir sai em
defesa dos vizinhos. O município cresceu muito mais deste os anos 70. Passa dos
15 mil habitantes (zona urbana e rural).
Cerro-Corá
passou dos 2.500 por volta de 1971/72 para 11 mil. Conforme recente censo do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Ambos
perderam moradores. O primeiro pouco mais de duas centenas. O segundo em torno
de centena e meia.
Até um
cerro-coraense residente em Manaus, Arijório de Medeiros Félix, em grupo de
"zap", brinca: - Será que foram para Bodó (esta ganhou pouco mais de
200 habitantes) ou Cafuca, povoado no município de Santana do Matos.
As cidades
realmente mudaram. Agora há até edificações com dois e três pavimentos. A
maioria das ruas calçadas. O comércio, proporcionalmente, fervilha.
Antigamente
os estudantes de Lagoa Nova vinham estudar no ginásio comercial "Pedro II",
mantido pela Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC).
Talvez por
isso a “inveja” do visitante pelo dístico da blusa da senhorinha. Descubro
depois. Mãe da menininha.
Enquanto Cerro-Corá
apela para a autodenominação "Suíça do Seridó". Enfim, são ligadas
por estrada asfaltada. Não mais com piso de areia ou terra batida.
Lagoa Nova
com um pelotão da Polícia Militar. E Cerro-Corá com uma delegacia de Polícia Civil
(judiciária) com jurisdição na "rival" e em Bodó, emancipado de
Santana dos Matos.
Em economia
Lagoa está à frente. No produto interno bruto (PIB). Dados de 2012. No
posicionamento estadual 50 (86,503 mil) x 66 (64,820).
Lembranças que não se apagam com o tempo e nem com as mudanças.
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