quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Lateral-direito americano faz parte do hexacampeonato juvenil pernambucano

"Biu" (após o goleiro) foi campeão estadual pelo América de Natal no segundo ano pós licenciamento

José Vanilson Julião

Há assunto que o pesquisador primeiro colhe sem consultar a internet e fica guardado na memória para uma ocasião propícia.

Um deles é o contraponto ao badalado bordão "hexa é luxo", marca registrada da torcida do Náutico, como afirma o conceituado jornalista pernambucano Lenivaldo Aragão.

O orgulho da série de seis títulos profissionais seguidos do alvirrubro (1963/68), porém, não é único no Recife.

A façanha é primazia do time juvenil do Santa Cruz (1959/64). Conquistada na temporada seguinte ao começo da sequência Timbú.

O colunista Cássio Zirpoli (Diário de Pernambuco, 17/10/2008) dá o toque sobre o letreiro no nível superior da arquibancada do Estádio José do Rego Maciel (Arruda) e o alerta: - Hexa, um luxo coral.

Um protagonista da inesquecível conquista, Ednaldo Tavares, o lateral esquerdo "Mocinho", foi entrevistado por Aragão (24 de maio de 2020), quando completava 73 anos.

– A emoção do hexa era o sonho de todos juvenis da época. Fomos campeões invictos. Logo após fui convidado pelo Flamengo, mas o Santa deu entrada no meu contrato na FPF. Aí o Flamengo.

Quanto ao apelido conta que, recém-nascido, uma menina foi vê-lo, dentro do berço, tendo feito este comentário: – Parece um mocinho.  Ficou.

O ex-jogador lamenta o fato de muitos dos seus companheiros já terem morrido. – Há dois anos tive o prazer de encontrar Jailson e Josenildo.

O atleta juvenil assinava um “contrato de gaveta”, que era registrado na Federação, quando o clube  achasse necessário.

Com isso, ele passava a ser oficialmente profissional e ficava com o passe preso, sem liberdade de escolha, ao contrário do que acontece hoje.

Santa Cruz: Zé Neto, Biu, Lúcio Mauro, Inaldo, Moisés, Mocinho, Maurício, Cleto, Jailson, Dilson, Josenildo e o treinador Batista.

Biu no detalhe da capa

Desta relação que entrou em campo na partida final três fizeram história no futebol do Rio Grande do Norte. Pelo América, ABC e Alecrim.

No trio de ferro da capital potiguar jogaram o lateral direito Biu (pelos três grandes), o centroavante Jailson (ABC e América) e o ponta-esquerda Josenildo (Alecrim e ABC).

Agrinaldo José Santiago de Oliveira (Recife, 26/11/1946 - Natal, 23/1/2021), o "Biu", campeão pelo América no segundo ano após o retorno do licenciamento (1967), ainda jogou pelo Ferroviário de Natal e Riachuelo.

Josenildo Domingos da Silva (27/11/1947) ainda passou pelo CRB, River, Ferroviário, São Domingos, Icasa, Ferroviário/AL e ASA.

Jailson Correia de Aguiar (1/9/1947) entrou em campo pelo Botafogo/PB, Nautico, América (Campeonato Nacional/Divisão Especial - 1972) e CRB.

O zagueiro Luciomauro - assim aparece emendado em outras fontes - também fez sucesso no futebol nordestino, principalmente no Botafogo de João Pessoa, a capital paraibana.

 


A CAMPANHA

TURNO

Santa Cruz 2 x 0 América

Santa Cruz 3 x 0 Náutico

Santa Cruz 2 x 0 Sport

Santa Cruz 4 x 1 Central

Santa Cruz 0 x 0 Centro Limoirense

RETURNO

Santa Cruz 1 x 0 América

Santa Cruz 1 x 0 Náutico

Santa Cruz 1 x 0 Sport

Santa Cruz 1 x 0 Central

Santa Cruz 3 x 1 Centro Limoeirense

 

FONTES

Diário de Natal

Diário de Pernambuco

Diário da Noite

Diário da Manhã

O Poti

Tribuna do Norte

Lenivaldo Aragão

Memórias do Santa Cruz

Súmulas Tcchê

O Natal do América de Natal no Guarany de Sobral?

Natal Jesus de Lima, o personagem do texto, seria o mesmo em pé (camisa escura e calça branca)?

José Vanilson Julião

O blog é mais conhecido do que farinha para quem gosta de ver fotografias antigas de times de futebol com escalações e treinadores.

O internauta deve esse favor ao cearense "Zé Duarte". Até por quem usa imagens para ilustrar comentários, artigos, reportagens e notas.

Pois foi lá que achei a única foto em que consta um tal de "Natal", que suspeito ser o mesmo treinador do América/RN nos anos 50.

O personagem posa, em pé, com o elenco do Guarany de Sobral, na temporada de 1955.

Eu mesmo não sabia, já tinha ido diversas vezes a postagem, e só agora notei que o nome do clube não é uma homenagem a tribo indígena.

O médico Antônio Guarany

Mas ao conceituado médico Antonio Guarany Mont'Alverne (Sobral, 1912 - Rio de Janeiro, 1978). Já famoso nos anos 30.

O rubro-negro (fundado em 2/7/1938) é o primeiro clube do interior a participar do Estadual e a conquistar um turno (1970

E o primeiro cearense a conquistar uma competição nacional (Série D/2010). Feito somente depois realizado pelo Ferroviário (Série C).

Natal Jesus de Lima treina o América no primeiro semestre de 1954, quando é substituído pelo húngaro Steban Hory.

Este dá a vez ao uruguaio Emiliano Graciano Acosta Torres na quarta passagem.

O Natal ainda chegou a apitar e bandeirar partidas de futebol em Fortaleza e na capital potiguar no final dos anos 50 começo de 60.

Como prova eis os jogos: Alecrim 2 x 0 Atlético (31/7/1960), no turno;

Alecrim 1 x 0 Atlético (2/10) e ABC 3 x 2 Alecrim (6/11), pelo returno;

Terceiro turno: ABC 4 x 2 Globo (27/11); e como árbitro central pela primeira vez - Riachuelo 3 x 2 Atlético (30/11).

Cabe, agora, ao repórter e ao conceituado pesquisador paulista Carlos Roberto Ribeiro, verificar se são as mesmas pessoas.

Até há indício e vestígio que pode se tratar de um antigo zagueiro gaúcho do Flamengo.

Ou outro defensor que participou da campanha do último título Estadual do América do Recife (1944) 


FONTES/IMAGENS

Diário de Natal

Academia Cearense de Medicina

Blog do Marcão

Diário do Nordeste

Zé Duarte Futebol Antigo


Depois do "Coveiro" o "Marujo" americano

O goleiro "Marujo" (São Cristóvão) com nome de batismo parecido com o do arqueiro do Náutico

José Vanilson Julião

Na temporada de 1970 o América foi buscar no Recife o jovem goleiro do juvenil do Náutico, Warlindo Carneiro da Silva Filho (Campina Grande/PB, 17 de fevereiro de 1951).

Que havia se destacado em dois jogos amistosos contra o alvirrubro pelo selecionado pernambucano da categoria. No “Juvenal Lamartine” com revanche no “Eládio de Barros Carvalho” (Aflitos).

Warlindo, também grafado com "V" pelos jornais, formou-se em Educação Física e chegou a presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, em 2018, com a renúncia de José Antônio Fernandes Martins.

Candidato à reeleição em março de 2020, numa chapa que constava a atleta potiguar Maria Magnólia Souza Figueiredo, não conseguiu a continuidade, perdendo para o candidato oposicionista Wlamir Motta Campos.

Curioso: nos anos 50 depois do goleiro "Coveiro" (Galícia de Salvador), um "Majuro" aporta no América potiguar.

E ainda mais esquisito: com o mesmo nome do arqueiro nordestino. As diferenças na supressão de uma letra por outra, ou troca-se o R por um L a mais.

O carioca Wallindo Thomé de Moura (8/8/1925) apareceu pelo Rio Grande do Norte após fazer algum sucesso no São Cristóvão (1949/50), Canto do Rio (1953/54) e Portuguesa da Ilha do Governador (1955).

Em janeiro de 1957 entra como teste no lugar do titular Cristóvão em um dos dois amistosos contra o Bonsucesso (3 x 1). Até pode ser que veio na “bagagem” do São Cristóvão, que também viera a Natal.

A fotografia com ele ilustra a nota "Memórias Esportivas: Trio Finais II". Aparece ao lado do zagueiro Torbis (depois atuou pelo Bangu), em postagem do site da Associação dos Cronistas Esportivos carioca.

O árbitro cearense "Sansão" radicado no Rio

Tem até uma história engraçada dele com o árbitro Airton Vieira de Morais (Fortaleza, 1929 – Rio de Janeiro, 2013), o "Sansão". Relatada ao repórter Fauto Neto (Placar), que indagara sobre a curiosa e singular alcunha.

"Não foi em casa que ganhei o apelido, nem no Ceará. O Bonsucesso tinha um goleiro muito forte, o Marujo. Um dia me desafiou para uma queda de braço.”

O treinador Gentil Alves Cardoso (Recife, 1906 – Rio de Janeiro, 1970) disse: - São dois gigantes, quem vencer será o Sansão."

 



O folclórico treinador Gentil Alves Cardoso deu o apelido ao apitador Airton Vieira de Morais

FONTES

Placar (177, 3 de agosto de 1973)

Associação dos Cronistas Esportivos/RN (31/10/2016)

Cacá Medeiros Filho (29/11/2016)

Gremiopedia

Recanto das Letras

O Gol

Paixão Pelo Atletismo

Súmulas Tchê

O último suspiro de Roberto Rack no futebol potiguar


José Vanilson Julião

Desentendimento entre o treinador Carlão e o zagueiro Ananias, na penúltima semana de setembro de 1982, foi a deixa para o técnico surinamês ser contratado para a última participação em um clube do interior e também do RN.

Rack se encontrava hospedado no Hotel Pax e foi a opção com a desistência do gaúcho Ivo Egon Hoffman (São Leopoldo, 14/8/1934) ao ser contactado pela diretoria do alvirrubro mossoroense.

O técnico sulista, antigo zagueiro do Palmeiras catarinense (1962), havia treinado o clube Príncipe na década anterior e na ocasião exercia o comércio como arrendatário do bar na sede campestre do Alecrim.

RR assume o Potiguar com o segundo turno já próximo do final. No terceiro turno estreia com empate contra o maior rival local, o Baraúnas, em 1 a 1.

Mas parece que não chega ao final da competição, pois na última semana de dezembro se encontra em Natal a disposição de qualquer clube.

Até mesmo o ABC ou o Potyguar de Currais Novos. É o que diz Everaldo Lopes Cardoso na coluna “Numeradas” (DN, terça-feira, 28/12).

Sempre no imaginário do repórter esportivo Associado o nome dele é até lembrado como o “franco-brasileiro” que passou por clubes potiguares.

Numa nota na mesma coluna em que se especula um português residente em Natal, Antônio Carujo – misto de maitre e barman – como possível treinador alvinegro em junho de 1984.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Recorde de permanência no exterior pertence ao Madureira

Formação do elenco e dirigentes do Madureira no aeroporto de Hong Kong em 1961

José Vanilson Julião

Ou o Guiness Book errou ao não verificar a verdade ou alguém vem plantando a falsidade desde dezembro de 1973.

O Madureira do Rio de Janeiro é o verdadeiro clube recordista de partidas e permanência de meses e dias no exterior em 1961. Até virou filme.

Os números não mentem: 36 jogos (23 vitórias, três empates, dez derrotas e com 107 gols a favor) em 144 dias (quase seis meses) pela Europa, Ásia (Japão e Hong Kong) e América do Norte (Estados Unidos).

Um dos destaques da excursão foi o jogador e depois treinador no Flamengo, Nelson Rosa Martins (8/12/1927 – 16/5/2023).

Dois anos depois o empresário português José da Gama Correia e Silva, ex-presidente do Tricolor Suburbano (1959/60), organiza a segunda também maior excursão, também pertence a agremiação suburbana com partida em março e chegada: 23 de junho de 1963.

Só para o leitor entender, ficar ciente e comparar: ABC 108 dias com 24 jogos (sete vitórias, 12 empates e cinco derrotas).

Jogadores do Tricolor com o comunista Che Guevara e José da Gama em Cuba (1963)

FONTES

AnotandoFuteból

Filmow

Madureira Esporte Clube

Museu Virtual do Futebol

Memória do Esporte (3/12/2022)

Trip (8/6/2010)

Nilo Dias Repórter (14/12/2014)

Extra (22/9/2013)

Ludopedio (26/12/2016)

Goal e Onefootball (16/5/2919)

 

Rack ainda encontra guarida em Acari e no Corintians de Caicó

Vasco 1976: Chaguinha (segundo agachado) era observado por Rack (Blog Toscano Neto)

José Vanilson Julião

Depois de treinar o Caicó no campeonato interiorano (1971), passar pelo Baraúnas (1974) – segundo informação inédita do radialista e pesquisador mossoroense Dantas Júnior – o treinador Roberto Rack ainda encontra guarida numa equipe amadora do interior potiguar.

O natural do Suriname (Guiana Holandesa) é o comandante de um selecionado de Acari em preparação para mais um “Matutão” organizado pela “Diário de Natal”, que veicula esta notícia na edição da segunda-feira, 3 de julho de 1975.

O combinado acariense seria formado pelo Vasco da Gama e pelo Bonsucesso, tendo feito as primeiras observações dos jogadores no amistoso entre estes dois clubes amadores, com vitória do segundo (3 a 0), quando cita o apoio do diretor de esportes Antônio Bezerra Neto.

RR espera amistoso contra o América/RN no domingo seguinte. Com entendimentos entre os dirigentes locais e o diretor americano Boris Tupinambá Marinho de Souza, o homem forte do município de Pedra Preta.

Entretanto, quase duas semanas depois, ele pede dispensa por “motivos particulares” (DN, sexta-feira, 18/7).

O curioso é que dia seguinte o “Cartão Amarelo”, a seção de humor da página esportiva Associada, diz que o Alecrim mandou o “empresário” RR contactar jogadores em João Pessoa e Campina Grande (conforme informação do radialista Batista da Fonseca).

Em novembro do ano seguinte Rack se encontra em Natal, pelo Ypiranga de Salvador, capital baiana, para participar do Torneio José Américo de Almeida Filho.

Na quinta-feira, 11 de agosto de 1977, aparece no jornal da cadeia de Assis Chateaubriand treinando o Corintians de Caicó. E assim continua até a primeira semana de setembro.

Coluna social é mais uma confirmação de que caicoense é filha do treinador surinamês

José Vanilson Julião

Estamos quase no final da serie com inesperada longevidade – como afirmou um dos leitores fiéis deste blog – sobre a carreira do jogador e técnico do Suriname Leobertus Vincensius Rack.

A pesquisa acerca de Roberto Rack, como ficou mais conhecido pelo Norte/Nordeste, originou algumas dúvidas de somenos importância e esclareceu de dados desconhecidos ou mal levantadas.

Com as consultas aos jornais antigos e pelo que anda na rede também foram possíveis confirmações de elementos profissionais e pessoais, como a existência de sobrinhos na Holanda.

Mas também, ainda, aparecem situações plausíveis de informações concretas para dirimir as dúvidas.

Caso das existências, provavelmente, de mais duas filhas ou sobrinhas, residentes em Maceió, capital alagoana. Cujos nomes já estão em poder do repórter, mas dependem de confirmações.

Comprovadas as suspeitas, no total são quatro descendentes diretas, incluindo uma filha residente no distrito de Leiria (Portugal) e outra, a mais velha identificada, no Maranhão.

Outra novidade confirma a caicoense Elisangela de Medeiros Rack, residente na Europa, como filha, e o nome dela na relação das debutantes na coluna “Sociedade do Seridó”.

A lista das 30 debutantes, numa festa tradicional promovida na época, há 25 anos, pelo Lions Clube de Caicó, e publicada no “Diário de Natal” (quinta-feira, 2/7/1987).

A apresentação das garotas de 15 anos acontece no Corintians (dia 29 de julho), com baile a cargo da Orquestra Super Oara, na agremiação alvinegra que Rack vem a treinar em 1977, no Estadual.

Com Mossoró Roberto Rack fecha o círculo no RN

Depois do goleiro Índio o zagueiro Onesimar Fernandes Carneiro é o terceiro

O treinador do Suriname treina o Baraúnas dois anos antes da estreia no Campeonato Estadual

José Vanilson Julião

Para dar continuidade as passagens do treinador Roberto Rack no Rio Grande do Norte o repórter espera informações do conceituado pesquisador e radialista mossoroense Dantas Junior sobre o personagem no Tricolor do Bairro 12 Anos em 1974.

Assim serão inseridos nesta serie inédita dados para configurar a primeira vez do técnico, nascido no Suriname (Guiana Holandesa), na Região Oeste do Estado e a quinta no futebol potiguar, depois de treinar o Caicó Esporte Clube.

Pois é sabido que na segunda estadia por Mossoró (1982) e a última no futebol potiguar comandou o elenco do rival Potiguar no campeonato estadual, quando chegou a classificar o alvirrubro para uma das fases, conforme já citado.

O vice-presidente da Associação de Garantia ao Atleta Profissional em Mossoró, Onesimar Fernandes Carneiro, acompanha o relato da trajetória do RR e descreve situação cômica e hilária (redundância necessária para configuração do momento):

“Meu goleira, meu goleira...” Advertia, com o sotaque já bastante conhecido pelos boleiros, o Rack, os arqueiros do time Príncipe nos treinamentos.

Era a deixa para os jogadores veteranos e mais experientes caírem em cima do iniciante Edinho... "Olha aí, meu goleira...", diziam, de chacota, os companheiros, para o jovem guarda-metas.

Rack: quarto treinador estrangeiro no RN pela ordem cronológica em lista de oito

O uruguaio Graciano Acosta

José Vanilson Julião

O uruguaio Emiliano Graciano Acosta Torres (Tacuarembó, 1909) começa a relação de técnicos forasteiros como contratado do América em quatro passagens (1939/40, 1946, 48/49 e 1954).

E foco de uma das mais longas séries, com 27 postagens, do JORNAL DA GRANDE NATAL e ainda com respostas a decifrar. saiu do América na terceira passagem para treinar a seleção potiguar.

O clube alvirrubro é também o responsável pela segunda contratação com o húngaro Esteban Hory em apenas uma temporada (1954), sucedido pelo anterior.

A contratação do primeiro estrangeiro pelo ABC e o terceiro da lista tem como personagem o também uruguaio Luís Comitante (16 de junho de 1912), em 1957, vindo do Ceará.

O quarto e com mais passagens pelo Rio Grande do Norte é o surinamês Leovincensius Robertus Rack - Roberto Rack - a personalidade central desta série.

O terceiro contratado (1968) americano e o quinto do rol é o argentino Dante Jorge Bianchi (23/3/1910 – Natal, 13 de março de 1988), que também trabalhou na Bahia e Pernambuco (50/70).

O segundo a aparecer pelo alvinegro, tanto como jogador (72/80) como comandante nos anos 90, é o terceiro uruguaio Danilo Nuñes Menezes (filho de brasileiro).

A diretoria abecedista ainda contrata o italiano Raffaele Graniti (4 de janeiro de 1954), o segundo europeu da relação, em meados da década de 90, com passagem pífia.

A mais recente contratação como terceiro europeu e o quarto estrangeiro foi o português Daniel Jorge Neri Marinho, dispensado pelo América após três jogos (uma vitória), atualmente no Sergipe.

Dante Jorge Bianchi faleceu em Natal em 1988 20 anos após treinar o América

FONTES

A Ordem

Diário de Natal

O Poti

Tribuna do Norte

Bahia na História

Jornal da Grande Natal

O Gol

 

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Treinador surinamês pela segunda vez no interior na quarta estadia potiguar

Imagem de corpo inteiro na imprensa potiguar: Roberto Rack na Holanda

José Vanilson
Julião

"Caicó EC joga bem mas perde para o Força e Luz". O título do Diário de Natal (terça-feira, 24/8/1971) no segundo teste rubro-negro em preparação para o campeonato interiorano.

Maia e Edmundo marcam para a agremiação "elétrica" da capital. Polidório anota para o time local no antigo Estádio José Avelino da Silva.

O treinador surinamês, na segunda passagem pelo Seridó e na quarta estadia no RN, incluindo Santa Cruz (1965) e Alecrim da capital (1970).

Segundo a reportagem, o técnico Roberto Rack ficou satisfeito com o rendimento do elenco pelo pouco tempo de comando.

Na primeira rodada do "Matutão", organizado pelo "Associado", o Caicó vence Santa Cruz (2 x 1).

Geoval faz gol olímpico (25) em falha do goleiro Jurandir, De Ouro aumenta (40) e Deusdete desconta 1/2.

O jogo no "José Avelino" (19/9), com arbitragem de Antônio Lira, rende Cr$ 510,00, conforme relato do enviado especial do jornal, o repórter Aldemar de Almeida.

Caicó: Neuman, Inaldo, Naninha, Euclides, Matias, Dedé, Dida (Aldo), Geoval, De Ouro, Lula (Silva) e Bodinho.

Santa Cruz: Jurandir, Bitonho (Raimundo), Ranranha, César, Manoel Carlos, Jair, Ebinho, Carlinhos, Trigueiro, Deusdete (Hominho) e Paulo.

Na segunda rodada, domingo, 3/10, vence o Centenário de Parelhas, o clássico seridoense, por 3 a 2.

E em seguida 4 x 3 Santa Cruz, 3 x 0 Campo Redondo, 1 x 0 Centenário.

Classificado para a segunda fase faz amistoso contra o Souza, em casa, e vence. 3 x 1 (domingo, 14/11).

No outro domingo (21) vence (1 a 0) um "combinado" natalense orientado pelo treinador José Djalma (Tenente):

Ranilson Cristino. Genilson, Piaba, Cândido, Célio (Lúcio), Zacarias, Preá, Jorginho, Carlinhos (Chagas), Ruy (Aluísio), Esquerdinha e Burunga.

E ainda recebe o famoso Campinense, o rubro-negro, a Raposa, de Campina Grande: 1 a 1 (5 de dezembro).

A surpresa vem depois. Derrota para Pau dos Ferros (0x 5), fica de fora da final, envolvendo o selecionado da Região Oeste e Macaíba.

RR esteve pela primeira vez no interior potiguar dirigindo o selecionado de Currais Novos (1967).

As filhas do treinador surinamês Roberto Rack

José Vanilson Julião

A partir das condolências de amigos e parentes no obituário do treinador surinamês Leobertus Vicentius Rack – conhecido no Norte e Nordeste como “Roberto Rack” – o repórter identifica que deixou duas filhas, uma no Maranhão, outra em Portugal.

A mais velha, Ieda Geny Cavalcante Rack Silva, é fruto do relacionamento com a amazonense Geny Cavalcante, alvo de informação em postagem anterior quando da passagem por Manaus, capital do Estado do Amazonas (outubro/1959 – maio/1960).

A segunda é a caicoense Elisângela Medeiros Rack, atualmente na Europa, filha da seridoense Hilma Lopes de Medeiros (Jardim do Seridó, 29/3/1945 – Leiria, 29/7/2019), portanto falecida três anos após Roberto Rack.

Elisângela tem um irmão e um casal de filhos. O garoto leva um dos nomes do avô.

Assim ela se manifesta no site do crematório holandês: - Tive contato com meu pai apenas uma vez em toda a minha vida, quando eu tinha 15 anos, e ele me procurou.

Depois disso, apenas amigos comuns nos deram algumas informações sobre Leobertus.

Sei que ele trabalhou como treinador de futebol no Maranhão e no Belém, mas fico muito triste em saber que ele faleceu.

Só tenho uma foto para lembrar dele e sei que tenho uma irmã no Maranhão chamada Ieda Geny Rack que ainda não conheço.

Nunca tive contato com a família do meu pai e queria muito conhecê-los.

Descanse em paz, meu pai.

INTERNET

A confirmação de que Elisangela é caicoense vem do parabéns em blog da cidade pela nomeação do administrador de empresas Jonny de Araújo Costa para cargo público.

Parabéns, Jonny Costa. Seus amigos recebem com orgulho a notícia do seu reconhecimento merecido. Sucesso!” (15/11/2008)

Funcionário de carreira da Fundação Nacional de Saúde, secretário municipal de Administração em Caicó, superintendente regional do Trabalho no Rio Grande do Norte (2008/12).

Em janeiro de 2013 o prefeito Carlos Eduardo Nunes Alves (PDT) o nomeia presidente da Urbana.

FONTES

Diário Oficial da União

Genealogy

Robson Pires

 

domingo, 27 de agosto de 2023

Treinador Roberto Rack comanda o Confiança no "Nordestão"

O acanhado estadinho "Proletário Sabino Ribeiro" do Confiança ainda em atividade

José Vanilson Julião

Para constar pelo menos uma consulta sobre as atividades do treinador surinamês Roberto Rack no futebol sergipano fiz rápida pesquisa na "Gazeta de Sergipe".

RR é quem comanda o Confiança, o popular clube azul e branco de Aracaju, no Torneio Norte/Nordeste (1969).

Na época o jornal da capital sergipana misturava as notícias esportivas até com fatos internacionais, gerais e policiais.

É o caso do curto título "Faz coletivo hoje" (31 de outubro de 1969) com os dois primeiros parágrafos destinados as atividades do rubro Sergipe, sob o olhar do treinador mossoroense José Mendonça dos Santos, o "Dequinha".

Enquanto o rival treina no Estádio Adolfo Rolemberg para compromisso contra o Centro Sportivo Alagoano, no domingo, no Estádio Lourival Batista, o Confiança faz coletivo no Estádio Proletário Sabino Ribeiro.

O clube "fabril" havia jogado amistosamente contra o Feira Esporte Clube, de Feira de Santana, na Bahia, e se preparava com Roberto Rack para enfrentar o Clube de Regatas Brasil em Maceió.

Portanto, como se ver, somente após o último jogo na competição, na última semana de novembro, já em dezembro, é que Rack mantém entendimentos para ser contratado pelo Alecrim em janeiro de 1970.

O único registro do surinamês Roberto Rack no Centro-Oeste

O famoso treinador Roberto Rack também "conheceu" o antigo Estádio José Fragelli

José Vanilson Julião

Fuça acolá, cutuca ali, mas nada de encontrar uma fotografia para ilustrar a passagem do treinador estrangeiro alvo desta série na região central do país, depois de ficar conhecido nas regiões Norte e Nordeste.

Somente o “Diário de Pernambuco” (segunda-feira, 7 de setembro de 1981), como era de costume em toda a imprensa nacional, veicula informações para o apostador da Loteria Esportiva (surgida em 1970 numa iniciativa da Caixa Econômica Federal).

Mixto x Barra do Garças, pelo campeonato mato-grossense, é o jogo número sete da “Loteca” para o final de semana seguinte, no Estádio José Fragelli, em Cuiabá, a capital do estado dividido em dois.

O alvinegro cuiabano com nome de sanduiche americano brigava pelo tricampeonato estadual.

O Barra, da cidade homônima, ao Leste do estado, na divisa com Goiás, vinha fazendo boa campanha na chave em que estava inserido, com chance de classificação.

- Na equipe militam jogadores novos escolhidos a dedo pelo treinador Roberto Rack, como Serginho, Nilson (emprestado pelo Botafogo), André (filho do antigo jogador Servílio) e o goleiro Almeida.

Na orientação ao apostador ainda indica uma vitória na Loteca do time azul de Barra do Garças. E só...