"Biu" (após o goleiro) foi campeão estadual pelo América de Natal no segundo ano pós licenciamento |
José Vanilson Julião
Há assunto que o
pesquisador primeiro colhe sem consultar a internet e fica guardado na memória
para uma ocasião propícia.
Um deles é o
contraponto ao badalado bordão "hexa é luxo", marca registrada da
torcida do Náutico, como afirma o conceituado jornalista pernambucano Lenivaldo
Aragão.
O orgulho da série de
seis títulos profissionais seguidos do alvirrubro (1963/68), porém, não é único
no Recife.
A façanha é primazia do
time juvenil do Santa Cruz (1959/64). Conquistada na temporada seguinte ao
começo da sequência Timbú.
O colunista Cássio
Zirpoli (Diário de Pernambuco, 17/10/2008) dá o toque sobre o letreiro no nível
superior da arquibancada do Estádio José do Rego Maciel (Arruda) e o alerta: -
Hexa, um luxo coral.
Um protagonista da
inesquecível conquista, Ednaldo Tavares, o lateral esquerdo
"Mocinho", foi entrevistado por Aragão (24 de maio de 2020), quando
completava 73 anos.
– A emoção do hexa era
o sonho de todos juvenis da época. Fomos campeões invictos. Logo após fui
convidado pelo Flamengo, mas o Santa deu entrada no meu contrato na FPF. Aí o
Flamengo.
Quanto ao apelido conta
que, recém-nascido, uma menina foi vê-lo, dentro do berço, tendo feito este
comentário: – Parece um mocinho. Ficou.
O ex-jogador lamenta o
fato de muitos dos seus companheiros já terem morrido. – Há dois anos tive o prazer de encontrar Jailson e
Josenildo.
O atleta juvenil
assinava um “contrato de gaveta”, que era registrado na Federação, quando o
clube achasse necessário.
Com isso, ele passava a
ser oficialmente profissional e ficava com o passe preso, sem liberdade de
escolha, ao contrário do que acontece hoje.
Santa Cruz: Zé Neto,
Biu, Lúcio Mauro, Inaldo, Moisés, Mocinho, Maurício, Cleto, Jailson, Dilson,
Josenildo e o treinador Batista.
Biu no detalhe da capa |
Desta relação que entrou em campo na partida final três fizeram história no futebol do Rio Grande do Norte. Pelo América, ABC e Alecrim.
No trio de ferro da
capital potiguar jogaram o lateral direito Biu (pelos três grandes), o
centroavante Jailson (ABC e América) e o ponta-esquerda Josenildo (Alecrim e ABC).
Agrinaldo José Santiago
de Oliveira (Recife, 26/11/1946 - Natal, 23/1/2021), o "Biu", campeão pelo América no segundo
ano após o retorno do licenciamento (1967), ainda jogou pelo Ferroviário de
Natal e Riachuelo.
Josenildo Domingos da
Silva (27/11/1947) ainda passou pelo CRB, River, Ferroviário, São Domingos,
Icasa, Ferroviário/AL e ASA.
Jailson Correia de
Aguiar (1/9/1947) entrou em campo pelo Botafogo/PB, Nautico, América
(Campeonato Nacional/Divisão Especial - 1972) e CRB.
O zagueiro Luciomauro -
assim aparece emendado em outras fontes - também fez sucesso no futebol
nordestino, principalmente no Botafogo de João Pessoa, a capital paraibana.
A CAMPANHA
TURNO
Santa Cruz 2 x 0
América
Santa Cruz 3 x 0
Náutico
Santa Cruz 2 x 0 Sport
Santa Cruz 4 x 1
Central
Santa Cruz 0 x 0 Centro
Limoirense
RETURNO
Santa Cruz 1 x 0
América
Santa Cruz 1 x 0
Náutico
Santa Cruz 1 x 0 Sport
Santa Cruz 1 x 0
Central
Santa Cruz 3 x 1 Centro
Limoeirense
FONTES
Diário de Natal
Diário de Pernambuco
Diário da Noite
Diário da Manhã
O Poti
Tribuna do Norte
Lenivaldo Aragão
Memórias do Santa Cruz
Súmulas Tcchê