Consulta

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

O xará do “professor” e pesquisador Everaldo Lopes Cardoso


Desde o começo do segundo semestre de 2016 e mais efetivamente a partir de janeiro do ano seguinte tenho dedicado quase todo o tempo que disponho a pesquisar sobre futebol com o objetivo de publicar, em um primeiro momento, três livros sobre o assunto.

Pelo menos duas pesquisas alternadas, e praticamente finalizadas, têm como alvos uma personalidade do esporte e um clube, recorrentes nas reportagens e notas que o jornalista Everaldo Lopes Cardoso publicou nos jornais Diário de Natal e Tribuna do Norte.

Devo explicar com justiça que ele dá o mote e procurei aprofundar detalhes, contingências e contextos dos dois assuntos, inclusive com dados e informações não esmiuçadas pelo experiente repórter e comentarista de longa carreira, testemunha presencial de uma época.

O incrível é que encontrei nas pesquisas o nome de um famoso, para época, xará do desaparecido pernambucano de nascimento e potiguar por adoção. Trata-se do jornalista e radialista carioca Everaldo Lopes – ou ‘Everardo’ em fonte diversa.

A primeira vez que li sobre o nome do profissional do Rio de Janeiro foi no jornal católico potiguar A Ordem, quando da passagem do Vasco da Gama pelo Aeroporto Internacional Augusto Severo, do então distrito de Parnamirim, que fazia parte do território da capital do RN.

Corria o ano de 47 e o elenco vascaíno dirigia-se para excursão no exterior e o repórter esportivo do jornal natalense procurou saber dos profissionais de imprensa que seguiam com a delegação pormenores da estadia de dois jogadores ainda amadores norte-rio-grandenses recentemente transferidos para a então capital federal.

Entre os representantes dos jornais e emissoras cariocas estavam Antonio Cordeiro (Nacional), Mário Provenzano (Tamoio) e Everaldo Lopes, sendo que este participara da delegação do selecionado nacional que participa da primeira Copa da França (1938).

Lopes entrara para o Jornal dos Sports como subsecretário de redação em 11 de outubro de 1931 e logo assume a secretaria com o deslocamento do superior para o quadro de redatores (“O Jornal dos Sports do Meu Tempo”, Waldemar Costa, Introdução, 3/5/2016).

O Lopes do Sudeste esteve como comentarista da extinta Rádio Mayrink Veiga, a PRA-9 de prefixo, com Oduvaldo Cozzi narrando, na trágica final do Mundial de 50. Falece em 13/10/65.

A reclamação do jornalista Everaldo Lopes Cardoso


O “professor” era um repórter nato.  A revista Placar, na edição de 25 de maio de 1987 (886), na seção “Cartas”, publica um puxão de orelha do jornalista: - Por que a Placar não abomina de uma vez por todas a expressão “divisões inferiores”? Melhor – e mais estimulante para a garotada – seria chamá-las de “divisões de base”.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

A primeira passagem de Everaldo Lopes pela "Tribuna do Norte"


1947. Circulavam na capital potiguar três jornais. Todos vespertinos.

O “Diário de Natal”, surgido oito anos e já incorporado a cadeia de mídia Associada, fundada pelo jornalista paraibano de Umbuzeiro, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo.

“A República”, fundada em julho de 1889, pelo médico e político Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, que, com a queda da Monarquia, acabou no poder da província do Império transformado em estado como o novo regime.

E “A Ordem”, criado em julho de 35, pertencente ao Centro de Imprensa, ligado a Igreja Católica. A edição 3.586 (terça-feira, 9/12) noticia a chegada na cidade do jornalista carioca Carlos Lacerda, o achado de um diamante de 18 quilates em Goiás, o incêndio e queda de avião da FAB no Estado do Rio.

Além de outros assuntos, inclusive militares, e uma greve geral no Chile, a capa do impresso fundado pelo professor Ulisses Celestino de Góis dá espaço para informar sobre solenidade do encerramento do ano escolar no Teatro Carlos Gomes, atual “Alberto Maranhão”, com a presença do governador Sílvio Piza Pedrosa.

Mais abaixo, sob o título em duas colunas, “Bacharelandos do Ginásio 7 de Setembro”, a lista com os 28 estudantes concluintes, que iriam receber diplomas ou certificados na noite seguinte no auditório do estabelecimento particular de ensino, tendo como paraninfo o professor José Saturnino de Paiva.

São oito alunas. Entre os alunos Amauri Sampaio Marinho, depois bacharel em Direito, professou universitário, advogou para o industrial húngaro Imre Fried, dono da Movelaria Globo, e chegou a presidente do Conselho Deliberativo do clube homônimo que substituiu o América entre 60/64 no campeonato estadual de futebol.

E Everaldo Lopes Cardoso. Muitos crêem que ele surgiu na crônica esportiva na Rádio Poti, a “Pioneira”, implantada no começo da década de 40 como a Rádio Educadora de Natal, do famoso acrônimo REN.

O ex-juvenil americano e muito depois aposentado como funcionário da Previdência Social, começa na verdade no diário matutino “Tribuna do Norte”, fundado no meio do ano de 1950 pelo então deputado federal Aluizio Alves, tendo como um dos cotistas acionário o futuro governador Dinarte de Medeiros Mariz.

Na edição da quarta-feira, 24/2/57, com a coluna “Sal...picos”, Everaldo já demonstra a perspicácia do repórter que perdura por quase seis décadas.

Em 30 de junho do mesmo ano faz parte da equipe que publica edição especial da TN em homenagem ao aniversário de fundação do ABC. Está ao lado de Vicente Farache Neto, José Ubirajara Macedo, Jaime Vanderlei e Klaus Nóbrega.

Na quarta-feira, 3 de julho, publica o artigo assinado “Quem descerá?”. Sobre o rebaixamento de um clube no campeonato citadino.

Em 1958 ingressa no “Diário” e na bagagem leva o título da coluna que criara na “Tribuna”, conforme a edição da sexta-feira, 17 de outubro, no Associado.

A esta altura também atua na “Poti”, com o programa "Instantâneos Esportivos". Em 16 de agosto de 1960 assina a coluna “Galho de Urtiga”, no Diário, com o mesmo já diferenciado estilo de três anos antes.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Site 'Agora' monta parque gráfico na Zona Oeste


Depois de completar o número 400 da versão impressa o grupo de mídia capitaneado pelo site “Agora” acaba de adquirir uma impressora offset, comprada na cidade de Bauru, no interior paulista.

A máquina rotativa está sendo montada em um galpão localizado na Avenida dos Caicós (antiga Sete), no bairro de Nazaré. Próximo ao terminal rodoviário da Cidade da Esperança (Zona Oeste).

O gráfico José Meira é o responsável pela montagem do equipamento, com capacidade para rodar entre dez e 15 mil exemplares diariamente e em poucas horas.

Atualmente a redação fica no centro da cidade, mas poderá ser deslocada, por economia do aluguel, para instalações do prédio de dois pavimentos nos fundos do parque gráfico.

O “Agora”, atualmente, é impresso em gráfica local depois usar o serviço de uma empresa de João Pessoa, capital paraibana.

Antes de comprar impressora e deixar de terceirizar a impressão, o manager do “Agora”, jornalista Alex Viana, tentou viabilizar a máquina do desativado diário vespertino “O Jornal de Hoje”.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Quarta análise pinçada da rede sobre o candidato J. M. Bolsonaro


Flauberto Wagner de Farias Fonseca

Não sei se é desespero, falta de respeito e até de medo da oposição que tem tudo custo feito o seu discurso vencido e carregado de ranço, mas acho que é chegada à hora de pararem com uso de subterfúgios e de meios escusos de tentarem desconstruir a candidatura de Bolsonaro, pois não suportamos mais tamanha agressividade e busca incessante de matérias jornalísticas e de outros assuntos já vencidos pelo tempo. Outra coisa, que já não suportamos mais é guerrilha das contra informações revistadas de mentiras e malícias tendo como pano de fundo a candidatura dele.
Não tem cabimento que a nós eleitores que por nossa livre vontade apontamos o nosso mais latente desejo de colocamos e termos uma cara nova e com pensamentos que nos fazer crer que é possível renovar e inovar, nos seja imputado através dos mais variadas meios nada ortodoxos, tendo o “medo” com características de coação e montado em cima de assombros e ameaças veladas que o eleitor brasileiro não pode mudar e muitos menos contrariar os interesses daqueles que há muito nos conduz sob os seus grilhões e por assim fazem e não querem que nada se faça diferente em detrimento aos seus engenhosos e pseudos direitos de domínio total do poder público, seja ele qualquer ente da federação.
É patente que os coronéis sem galões e porta baionetas, queiram a toda custa ser manterem de posse do poder, mesmo lhe custem descerem a até a sarjeta do submundo da difamação e do uso de expedientes chulos e baixos para preservarem os seus sistemas usurpadores do erário público, muitas das vezes praticando entre si o canibalismo político.
É notório que eles querem que o nosso povo seja manejado como uma boiada a caminho do abatedouro, pois só assim vão continuar prática da submissão e da distribuição da esmola como ação de governo e em contrapartida a dação de nossas riquezas edificadas com o nosso suor para uma gama de parasitas encostadas na máquina pública, outrora muito bem batizada de “viúva”.
É chegada à hora de mudar o país, ou se mudar do país, mas prefiro ficar aqui e lutar com a única arma que tenho que é o voto para mudar os políticos tradicionais em todas as esferas, e buscar as melhores condições para o nosso povo sofrido e iludido, sempre tratados com compromissas futuras que em lhe confiando o voto as coisas vão acontecer, portanto, ratifico aqui que para mudar a minha opção por aquele que mostra que o caminho e é o caminho...


quinta-feira, 27 de setembro de 2018

A poderosa máquina do cinema e do chocolate


Assim que vi um vídeo e depois uma fotografia na rede logo a identifiquei. Mesmo sem ser especialista em armamento.

A machine estava assentada, em posição de ataque, num carro da quadrilha que tentou assaltar um avião de transportes de valores na manhã da quarta-feira (26/9) em Salgueiro, no sertão de Pernambuco.

A arma tem poder de fogo para derrubar avião, helicóptero e furar blindagens de carro-forte. Trata-se de uma metralhadora Browning ponto 50.

Na semana anterior uma metralhadora do mesmo modelo foi apreendida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ela estava sendo negociada por R$ 200 mil para traficantes de uma comunidade da capital carioca.

O caso arremeteu a minha memória para os filmes ambientados na Segunda Guerra. Pois a Browning foi usada pelos americanos nos combates pela Europa contra o exército alemão.

A famosa metralhadora era o equipamento dos soldadinhos verdes que vinham de brindes nos frascos de vidro do não menos famoso chocolate Toddy, um produto alimentício introduzido no Brasil por meio de extensa campanha publicitária.

A metralhadora foi criada pelo inventor e projetista John Moses Browning (1855 – 1926) no final da Primeira Guerra. Foi usada na Guerra da Coréia (Ásia) e no Vietnam (sudeste asiático).

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Terceira análise pinçada da rede sobre o candidato J. M. Bolsonaro

Cibele Martins
A campanha de Bolsonaro é única, um fenômeno sem precedentes na história brasileira. Como uma campanha sem um único comitê central, sem marketeiro, sem material de divulgação, sem identidade visual definida e sem dinheiro consegue liderar com folgas a corrida presidencial?
O que aconteceu no último fim de semana ao redor do país, com carreatas e comícios organizados espontaneamente pelo povo e por alguns candidatos sem grande expressividade, é simplesmente impressionante. Pela primeira vez na história é o povo que está conduzindo o candidato ao poder. Não existe uma determinação partidária que indique as ações e manipule os militantes, mas apenas uma proposta, um pacto que une a todos (candidato e eleitores).
Desconheço um fenômeno tão claramente popular e tão descentralizado. Nunca um candidato representou tão bem os seus eleitores e nunca os eleitores foram tão decisivos para a vitória do candidato.
Se ainda existisse Jornalismo no Brasil, essa seria a pauta mais explorada durante as eleições.

Segunda análise pinçada da rede sobre o candidato J. M. Bolsonaro


Roberto Schwartz

Estamos presenciando um fenômeno eleitoral no Brasil. Quer você goste ou não da pessoa que está no epicentro deste furacão, o fato é incontestável!
Acompanhamos atônito, um candidato a presidente sendo recebido e ovacionado por multidões eufóricas em qualquer lugar deste país que ele chegue. E o mais incrível é o coro quase unânime e uníssono:

“Eu vim de graça”!

O cara não precisa fazer esforço nem gastos para arrebanhar multidões frenéticas em busca de uns “selfie” ou somente para demostrar sua disposição de votar nele.
Aí, vem o mais inacreditável ainda: Tudo isso, e muito mais, ocorrendo contra todo um sistema político e ideológico que vem comandando o Brasil há cerca de trinta anos!
Autoridades políticas rançosas e bolorentas, grande mídia encaixada no esquema, intelectuais e artistas adeptos e parasitas de verbas públicas, Universidades aparelhadas que não estão lá para ensinar e dialogar com as diversidades de ideias e sim para impor somente as suas…
Toda esta máquina enferrujada e cheia de corrupção, burocracia e fome de poder, com todos seus recursos lícitos e ilícitos, tentando, pelo menos, frear a ascensão do seu único concreto adversário.
Uns embasbacados, outros incrédulos, muitos irados, todos perplexos com a total impotência de seus ardis e ataques orquestrados contra um só homem, um reles deputado federal sem expressão nacional pregressa e sem apoio ou conluios espúrios com o “sistema”!
Será mesmo? Ele é tão perfeito assim? O que este homem tem de extraordinário e anormal?
A resposta é simples e clara: Nada!
E é exatamente este seu cacife. Ele é uma pessoa comum, com seus defeitos que cada um de nós carrega; com sua vontade de ver um país com menos corrupção, menos “esculhambação”, menos desinformação e menos bombardeamento da família etc.
O que seus adversários ainda não entenderam é que a questão não é o Bolsonaro; o problema é com eles!
O povo não está votando propriamente no Bolsonaro. O povo está “desvotando”, isto é, rejeitando, repugnando (no cearês: “Ripunando”) os demais!
Não é questão de escolher o mais culto, o mais “preparado”, o mais isso ou mais aquilo… É repulsa mesmo!
Contra o Sistema corrupto, apátrida e diabólico que nos encharca e causa náuseas.
O brasileiro não escolheu Bolsonaro; ele simplesmente está no lugar certo e no momento exato.
A maioria, mesmo inconscientemente, está votando em si mesmo.
Apenas se achegou a um porta-voz que ia passando e dizendo muito daquilo que você e eu queríamos dizer. Aquilo que estava engasgado há tempos.
Grande parte do Brasil está vomitando sobre os candidatos do Sistema todo o nojo desta classe política que nos deixou enojados de mentira, roubalheira, insegurança e medo.
E quanto mais bate no “porta-voz”, mais batem na honra de quem quer falar e reclamar pela boca dele. Colocam dez notícias pejorativas por hora contra ele, mas ao mesmo tempo, cada notícia de corrupção; cada vídeo de um assalto; cada latrocínio; cada dinheiro na cueca; cada escárnio contra a fé; cada doutrinação de imoralidade infantil; cada nome de blasfêmia… Torna-se uma propaganda gratuita deste perseguido “Porta-voz”!
Dizem que se conselho fosse bom não se dava, se vendia. Então vou vender um, “fiado”, pros políticos do Sistema: Deixem de bater no povo através do seu Porta-voz. Tentem se reinventar; a maioria já está enfastiada desta mesma conversa fiada que vocês estão oferecendo.
O brasileiro já desistiu de um inexistente “salvador da pátria”. Está resolvendo salvá-la numa união popular poderosa e voluntariosa jamais vista em nossa história!
Se “todo poder emana do povo”, basta só mais alguns acordarem pra esta união. Hoje está se entendendo a força que o povo tem. Sem comando de nenhum populista aproveitador, mas aproveitando-se de um ser “normal” que resolveu dar a cara à tapa… E a boca ao povo!”


domingo, 23 de setembro de 2018

Alecrim soma seis pontos e lidera grupo na Segunda Divisão potiguar


Alecrim 1 – 0 Cruzeiro
Data: domingo, 23/9
Competição: Segunda Divisão
Estádio: Maria Lamas Farache
Cidade: Natal/RN
Árbitro: Suelson Diógenes de França Medeiros/RN
Gol: Paul 39/2
Alecrim: Geison, Richardson, Fabiano, Nego Potiguar (Madson), Ramon Gabriel, Edson Fernandes, Paul, Ronaldo, Igor Potiguar (Joas), Clayton (Anderson) e Juninho. Treinador: João Paulo
Cruzeiro: Damião, Cosme, Pedro, Rafael, Felipe, Fernando, Everaldo, Albert, Chapinha, André e Erick (Jeferson). Treinador: Sérgio Maria
No elenco ‘estrelado’ macaibense os gêmeos Cosme e Damião. O jogo começa com 18 minutos de atraso devido problema no policiamento. O repórter Helio Lopes (Satélite FM) entrevista o torcedor José Vicente, 64 anos, que veio de Recife assistir: "Sou Alecrim, Ibis e Sport (pela ordem) e sou simpatizante há 40 anos, quando visitei a antiga sede”. No estádio o coronel Sebastião Saraiva, ex-presidente.

sábado, 1 de setembro de 2018

Uma análise pinçada da rede sobre o candidato J. M. Bolsonaro

Por Walter Lirola Junior

O pré-candidato Jair Messias Bolsonaro pode ser perfeitamente definido como um fenômeno político extraordinário. Aclamado como mito por milhões de eleitores, o deputado tem sido alvo de críticas de 10 em cada dez veículos de comunicação e formadores de opinião. Jornalistas, artistas e políticos se desdobram para construir narrativas e críticas contra o parlamentar. Diante da dificuldade em apontar defeitos ou ilações, acabam apelando justamente contra suas qualidades.
Neste momento da corrida eleitoral, é perfeitamente cabível afirmar que o candidato, que desponta como favorito para as eleições de 2018, é o único candidato que se fez sozinho e sem contar com a estrutura de grandes partidos ou o apoio de grupos empresariais.
O que deixa seus rivais ainda mais enfurecidos é que Bolsonaro não tem nem marqueteiro, patrocinador ou militância de partido. O deputado é recebido por multidões em praticamente todos as regiões do país e saudado por milhares de pessoas, em manifestações genuínas e espontâneas de apoio à sua candidatura.
Tecnicamente, Bolsonaro reúne mais condições de governar o país que a maioria de seus adversários. Ainda que não fosse este fenômeno de popularidade, o deputado possui experiência na Câmara dos Deputados, está familiarizado com os problemas do país e possui boas relações com a maioria dos colegas. Aos 62 anos, o militar da reserva cumpre seu sexto mandato na Câmara dos Deputados sem ter enfrentado nenhuma denúncia de envolvimento em esquemas de corrupção ou recebimento de vantagens indevidas.
Seu histórico como parlamentar representa uma grande vantagem competitiva frente aos demais adversários. Bolsonaro é um bicho do Congresso e fala a mesma língua de seus pares, ao contrário dos alienígenas fabricados pela imprensa e por grupos econômicos que costuma descer de pára-quedas a cada eleição presidencial. Para governar um país como o Brasil, é mais recomendável que o candidato tenha experiência política do que popularidade. Bolsonaro reúne estas duas qualidades.
O pré-candidato costuma ser desafiado por jornalistas sobre seus conhecimentos sobre economia, como se os demais concorrentes fossem verdadeiros especialistas na área. Bolsonaro devolve e pergunta se ele precisa ser também o senhor da saúde, da educação e agricultura. Na verdade, um candidato precisa conhecer os problemas do país em linhas gerais e saber escolher os ministros responsáveis por cada área. É assim que funciona com os demais pré-candidatos, mas quando se trata de Bolsonaro, a imprensa sempre tenta exigir um pouco mais. Todos sabem que o "mito" pode convocar não apenas um ministro para cada pasta, como também uma equipe inteira de especialistas familiarizados com as questões mais urgentes para o país. Cabe ao presidente e sua equipe apontar as diretrizes, com base nas circunstâncias e desafios de cada área.
Sob o ponto de vista político, Bolsonaro é muito melhor qualificado que a maioria de seus adversários. Praticamente todos eles estão distantes de Brasília fazendo campanhas, enquanto Bolsonaro está lá há mais de 20 anos fazendo política e convivendo intensamente com os problemas reais do país. Sabe quem é quem no Congresso.
Esta peculiaridade é pouco observada pela população na hora de escolher seu candidato. A experiência com o presidente Michel Temer é um bom exemplo da importância da vivência política intensa como requisito fundamental para um bom governo. Apesar de suas baixos índices de popularidade, Temer conhece cada parlamentar pelo nome, sobrenome e histórico de vida. Esta característica o tem ajudado a aprovar medidas importantes para o país. Alienígenas como Collor, FHC, Lula e Dilma não tiveram a mesma facilidade de se comunicar com os bichos do Congresso. Os três últimos precisaram justamente de Temer para aprovar seus projetos de maior visibilidade.
Bolsonaro anda pelas ruas sem segurança, é saudado por muitos e raramente é desafiado por detratores, que temem sua língua afiada e capacidade de responder com extrema rapidez e eficácia as críticas de que é alvo. Mesmo que vez por outra crie polêmicas, costuma ser fiel às suas convicções.
Assim como os demais pré-candidatos, Jair Bolsonaro é um brasileiro apto a disputar a Presidência dentro das regras democráticas em vigor no país. Em um ambiente de civilidade, maturidade e responsabilidade, Bolsonaro merece o respeito de cada brasileiro, sobretudo dos meios de comunicação.
Seria mais proveitoso para todos deixar de enxergá-lo com os olhos do fígado. Como político, Bolsonaro é mais digno de ser candidato que a maioria de seus eventuais adversários. O papel da imprensa neste caso seria prestar mais atenção em suas propostas e permitir que os brasileiros possam tirar suas próprias conclusões. Bolsonaro não é um criminoso condenado.
Por mais que isso não agrade aos políticos, ao sistema viciado e os grupos dominantes que sempre tiveram grande influência no processo sucessório do país, Bolsonaro conseguiu sozinho um feito inédito ao se projetar como um dos favoritos para vencer as eleições de 2018. É um mérito ter conseguido captar o sentimento de boa parte de uma nação. Não se trata de um feito singelo. Bolsonaro teve sensibilidade de perceber que podia representar os anseios de milhões de brasileiros. Sem marqueteiro, sem dinheiro e sem partido. Fez jus ao apelido de "Mito"

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

‘Memória Viva’ com jornalista de Cerro-Corá tem reprise domingo


Apos a repercussão inicial, a entrevista com o repórter há 40 anos, com passagens pelo centenário A República e semanário Dois Pontos – ambos desativados – e com pouco mais de 20 anos na Tribuna do Norte, o jornalista José Valdir Julião, 60, o enfoque da noite desta quinta-feira (30), na estréia de mais uma fase do tradicional programa Memória Viva, da Televisão Universitária (canal cinco), terá reprise domingo, 2 (14h45). Como entrevistadores o também jornalista e irmão J. Vanilson e o ex-deputado estadual, ex-prefeito de Serra de São Bento e advogado Ionas Carvalho de Araújo Filho.
Sem ordem cronológica, falecidos e vivos, entre os entrevistados que passaram pelo prestigiado programa: Dinarte de Medeiros Mariz, Aluízio Alves, José Cortez Pereira de Araújo e Wilma Maria de Faria (governadores), escritor Luis da Câmara Cascudo, músico Oriano de Almeida, professor Paulo Freire, dom Helder Câmara, animador cultural Cornelio Campina, radialista Eli Morais, narrador Januário de Oliveira, futebolista Alberi José Ferreira de Matos e o professor João Bosco Teixeira.
Ainda: compositor Laélio Ferreira de Melo, reitor Belchior de Oliveira Rocha, político Afrânio Amorim, os irmãos Antonio e Franklin Capistrano (políticos), comunista Luis Carlos Prestes, escritor Ormuz Barbalho Simonetti, jornalista Arlindo Freire e a colunista Hilneth Correia, professor Levy Pereira, coronel-engenheiro (FAB) José Jorge de Mendonça, jornalista Osair Vasconcelos e professor Francisco Mariz. Além de Túlio Fernandes, Dalton Melo e Otto de Brito Guerra.
Mais: Vera China (agente de turismo), coronel Cicero Almeida (presidente da Federação de Futebol), cônego José Maria, pianista Arthur Moreira Lima, Francisco de Assis Medeiros (ex-prefeito de Caicó), Manoel Lopes da Silva (distribuidor de periódicos), Roberto Lima (esportista e bugueiro), Sebastião Cunha (fisicultor), médico Jamil Varela, José Tito Junior (educador) e o professor José Guará.
História
Pela cadeira de entrevistador-apresentador passaram os professores Carlos Lira, Tarcisio Gurgel e Nicolau Frederico de Souza. O programa elenca personalidades que marcaram a história do Rio Grande do Norte ou com repercussão nacional.
O “Memória” foi criado na gestão do reitor Diógenes da Cunha Lima no inicio da década de 80, com apoio dos pro - reitores Adilson Gurgel de Castro e Pedro Simões Neto nos primeiros anos.
O programa 400 teve como foco o cantor popular potiguar Gilliard Cordeiro, atualmente radicado na capital paulista, e que foi revelado, criança, no programa de auditório da mesma emissora, no começo da década de 70, apresentado pelo falecido radialista Carlos Alberto de Souza, eleito, sucessivamente, vereador, deputado estadual, federal e senador.
E-Book
Na mesma semana da entrevista áudio-visual o repórter Valdir Julião tem outro depoimento registrado, mas no livro eletrônico “Depoimentos Para Uma História da Imprensa Potiguar” (Coleção Jornalismo Potiguar).
Ao lado de outros profissionais entrevistados para a obra coletiva: os professores Albimar Furtado, Ana Maria Concentino, Cassiano Arruda Câmara, Emanoel Barreto, Graça Pinto, José Zilmar e Maurício Pandolphi e dos ex-editor geral do diário matutino Tribuna do Norte, Carlos Peixoto e Osair Vasconcelos, este também com passagem pelo desativado Diário de Natal, e os jornalistas Gerson de Castro e Tácito Costa.
O prefácio é de Emanoel Barreto. Organização da professora Maria do Socorro Furtado Veloso e do doutorando John Willian Lopes. Edição da “Tribo Máquina”.
O lançamento aconteceu na noite de quarta-feira, 29, no auditório do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do RN, no campus de Lagoa Nova.
O primeiro depoimento
A primeira entrevista de Valdir Julião que repercutiu entre seus pares foi feita pelo jornalista Roberto Homem, na seção “Sem Leriado”, para o site do “Jornal Zona Sul”, dos amigos Edson Benigno e Costa Junior.  A postagem na rede aconteceu na sexta-feira, 11 de outubro de 2013.
O hilariante depoimento, em alguns momentos, com o sugestivo título “O operário da notícia”, pode ser lida, também, no interessante blog “Super Pauta”, especialista em depoimentos de personagens contemporâneos.


quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Jornalista cerro-coraense é entrevistado pelo tradicional programa ‘Memória Viva’ da Televisão Universitária


Repórter há 40 anos, com passagens pelo centenário A República e semanário Dois Pontos – ambos desativados – e com pouco mais de 20 anos na Tribuna do Norte, o jornalista José Valdir Julião, 60, é o entrevistado da noite desta quinta-feira do tradicional programa Memória Viva, da Televisão Universitária (canal cinco).
O programa vai ar as 20h45, com reprise no domingo, 2, as 14h45. Como entrevistadores o irmão J. Vanilson e o ex-deputado estadual, ex-prefeito de Serra de São Bento e advogado Ionas Carvalho de Araújo Filho.
Sem ordem cronológica, falecidos e vivos, entre os entrevistados que passaram pelo prestigiado programa: Dinarte de Medeiros Mariz, Aluízio Alves, José Cortez Pereira de Araújo (governadores), escritor Luis da Câmara Cascudo, músico Oriano de Almeida, professor Paulo Freire, dom Helder Câmara, animador cultural Cornelio Campina, radialista Eli Morais, narrador Januário de Oliveira, futebolista Alberi José Ferreira de Matos e o professor João Bosco Teixeira.
Ainda: compositor Laélio Ferreira de Melo, reitor Belchior de Oliveira Rocha, político Afrânio Amorim, deputado estadual Antonio Capistrano, comunista Luis Carlos Prestes, escritor Ormuz Barbalho Simonetti, jornalista Arlindo Freire e a colunista Hilnete Correia.
Pela bancada de entrevistador passaram os professores Carlos Lira e Tarcisio Gurgel. O programa elenca personalidades que marcaram a história do Rio Grande do Norte ou com repercussão nacional. O “Memória” é veiculado desde o começo da década de 80.


segunda-feira, 28 de maio de 2018

Brasil continua perdendo espaço na escala mundial


A paralisação, greve ou locaute dos caminhoneiros – seja lá o que for – chamou a atenção nacional e ofuscou, até mesmo, a pré-candidatura do presidiário Lula.

Entretanto o que aguçou a minha curiosidade de jornalista, no final da noite da segunda-feira (28) foi a noticia que já corria três dias antes.

Trata-se do anúncio, pelo presidente colombiano, do ingresso de seu país na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

E ao mesmo tempo na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), sendo, agora, um dos três membros latino-americanos, ao lado do Chile e México.

Com isso me parece que o Brasil continua perdendo espaço na política externa e no comércio internacional.

A notícia passada oficialmente pelo mandatário Juan Manoel Santos não foi recebida de bom grado pelo reeleito presidente venezuelano Nicolas Maduro Moros.

Porém o ditador bolivariano reclama sem poder alegar que foi pego de surpresa, pois o pedido do ingresso da nação vizinha vinha sendo analisado desde 2013.

Portanto no mesmo ano da morte do mentor da republiqueta ‘neo-socialista’, Hugo Rafael Chávez Fria, acontecida em março.

Diante disso fui olhar o mapa da America do Sul e a Colômbia tem todo o direito de participar da aliança política e militar originada em abril de 49 (quatro anos após o fim da II Guerra).

Pelo menos do ponto geográfico. O litoral colombiano fica de frente para o Mar das Antilhas ou Caraíbas (Oceano Atlântico Norte), bem acima da Linha do Equador. E abaixo do Trópico de Câncer, a linha imaginária que delimita o acordo.

Assim como a Venezuela. O detalhe é que acima da linha equatorial, quase de frente para o mar antilhano, fica o estado brasileiro do Amapá (Região Norte).

O curioso é que entre os 29 membros atuais estão ex-países comunistas, como a Albânia, ou nações surgidas independentes com a dissolução de estados totalitários que eram satélites da antiga União Soviética, o carro chefe do extinto Pacto de Varsóvia (55), o contraponto.

Entre os países membros existem várias situações. A Colômbia passa a ser um parceiro global com a assinatura oficial do acordo em Bruxelas, capital belga, sede da OTAN.

sábado, 19 de maio de 2018

Uma homenagem ao delegado Maurílio Pinto de Medeiros



quarta-feira, 25 de abril de 2018

Diretor do site e jornal “Agora” nomeado coordenador de fundação pelo governador


A maioria dos blogs famosos da capital não deu. Segundo o blog do xerife caicoense Robson Pires noticia, na terça-feira, 24, o governador Robinson Mesquita Faria (PSD) teria nomeado o diretor administrativo do impresso “Agora”,Edilson da Cunha Viana, coordenador de Inovação Tecnológica da Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (Fapern).

Entretanto, ainda na edição em papel da quarta-feira, consta o nome dele no expediente da mídia surgida primeiro na versão on line em 2016. Para quem não sabe o nomeado é pai do editor-chefe, o jornalista Alex Viana.

domingo, 11 de março de 2018

A verdade sobre o fenômeno Miguel Mossoró


Tadeu Arruda Câmara

O PTC (Partido Trabalhista Cristão) estava em ferrenha disputa quando o empresário Augusto Maranhão, homem de boa cepa que, além de gostar do que fazia (transporte coletivo) e de adorar política, entrou na briga.
Sendo ele amigo de Miguel Joaquim da Silva, sargento reformado do Exército Brasileiro, conhecido por Miguel Mossoró, que, além de gostar de política e de ser uma figura bem-humorada, saiu vencedor.
Com sonhos extravagantes, parecia até Dom Quixote de La Mancha, personagem de seu xará Miguel de Cervantes, em busca de sua amada Dulcinéia, chamada Prefeitura de Natal.
Terminadas as convenções aparecem os candidatos a prefeito: Carlos Eduardo (PSB), Luiz Almir (PSDB), Miguel Mossoró (PTC), Fátima Bezerra (PT), Ney Lopes (PFL), Dário (PSTU) e Leandro (PHS).
É dado o sinal de partida para o grande pleito. Os meios de comunicação caem em campo entrevistando os candidatos, sempre com a velha e conhecida pergunta: “Você tem plano de trabalho para administrar Natal?” Uns respondiam saneamento básico, outros, transportes coletivos, saúde, segurança, etc.
Uma emissora de televisão entrevista Miguel Mossoró fazendo a crucial pergunta: “Miguel Mossoró, o senhor já tem seu Plano de trabalho para administrar Natal? Ele responde: tenho sim, senhor. O repórter pede, então, que ele mostre para os telespectadores o Plano. Foi aí que a coisa pegou. Miguel se contorce todo, coça a cabeça, gagueja e sai com essa: “Não posso, o Plano está dentro de cofre bem seguro, guardadinho para ninguém copiar”.
Inicia-se aí, a figura cômica e controversa do candidato Miguel Mossoró, ou simplesmente Mossoró.
Contou-me Augusto Maranhão que, servindo o exército na ilha de Fernando de Noronha, escutava sempre os ilhéus dizerem que, de vez em quando, viam as chaminés das indústrias de Natal expelirem fumaça.
Claro que era brincadeira. Brincadeira que foi assunto num almoço no restaurante Xique-Xique, em plena campanha, onde estavam presentes o candidato Mossoró, um jornalista e alguns convidados. Mossoró, escutando a história dos ilhéus e, criticando a demora da ponte Forte dos Reis Magos/Redinha, sentencia: “sendo prefeito de Natal, vou construir uma ponte de Natal a Fernando de Noronha.
Não deu outra. O jornalista entrevista Miguel Mossoró e publica extensa matéria num dos jornais de maior circulação do Estado. Miguel cria notoriedade. A imprensa, em geral, tenta passar Mossoró por um lunático, fazendo-o ficar mais conhecido.
Augusto Maranhão derrete-se em risos, chama Mossoró e diz que encontrou quem emprestasse o dinheiro para construir a monumental ponte. O dinheiro viria dos países árabes. Eram os ‘petrodólares’. Miguel aceita e anuncia, em seu programa eleitoral no rádio e televisão, que os recursos estavam chegando.
Augusto cria o personagem do xeique, fantasiando o próprio irmão (servidor aposentado do TRT/6ª Região) a caráter, com turbante e túnica, levando-o para o programa eleitoral como sendo o representante dos árabes. Foi sucesso total! Augusto leva Mossoró para a praia, criando mais um programa eleitoral. Desta vez, combatendo o turismo sexual, quando chama uma transeunte e manda fazer o pedido de socorro a Mossoró, já que um gringo a perseguia. Miguel Mossoró grita, dizendo que daria uma ‘mãozada’, surgindo daí, a sua marca característica.
Não podemos deixar de relatar o importante papel que o ‘Jornal de Hoje’, maior em circulação no Estado, teve ao dar ao candidato Mossoró, o mesmo espaço dos demais, levando-o a sério através, principalmente, dos jornalistas Ivo Freire e Jurandir Nóbrega. Certo dia, cheguei até o superintendente, senhor Marcos Aurélio, dizendo que não haveria segundo turno; que a máquina do governo Vilma de Faria estava azeitada, pronta para liquidar a eleição no primeiro turno. Ele respondeu que o jornal estava a serviço de todos.
Criei ânimo e fui até a residência de Miguel Mossoró. Chegando lá, encontro toda a família, seis filhos, a esposa e um genro. Peço para fazer uma reunião, no que sou atendido. Mossoró era meu velho amigo e irmão camarada.
Dando início à reunião, disse que a campanha estava muito boa, que tudo até aquele instante funcionou muito bem, mas era como fogo que não queimava. Existia muita repercussão em torno da figura dele, mas era necessário mudar a bússola eleitoral, fazendo de toda aquela brincadeira um programa sério, pois até agora ele, conforme as pesquisas não saíam dos 0,6 pontos percentuais.
Citei como exemplo Luís Rebouças, conhecido por OVNI, que ficou famoso até no “New York Times”, e não obteve nenhuma votação para vereador. Falei que estava ali sem interesse algum, nada queria, e sim, ajudar o amigo que em outras épocas havia me ajudado.
Encontro-me com Augusto Maranhão e, de comum acordo, elaboramos nova estratégia: o próximo programa eleitoral seguiria outra linha. Miguel Mossoró diria que estava chegando o fim de mais uma campanha política em Natal, que garantia não fazer ninguém chorar (isto para mostrar que ele tirou a acidez da eleição), que era um homem sério, que as brincadeiras foram a maneira mais prática de criticar os maus políticos. Todos concordam; principalmente Márcia, a filha que Mossoró mais escuta.
Voltando para o Jornal de Hoje, pedi ao Jornalista Ivo Freire que colocasse na ‘Coluna Entrelinhas’ minha opção: em vez de votar no candidato da governadora Vilma de Faria, Carlos Eduardo, na candidata do presidente Lula, Fátima Bezerra ou no candidato Nei Lopes, com propostas de vender galeto barato, coisa ultrapassada do tempo do galego do Alecrim, eu preferia sonhar pescando na futura ponte de Fernando de Noronha.
O assessor da governadora, Cláudio Porpino, havia criado a ‘Onda Quarenta’, fazendo grande carreata. Eu imediatamente parodiei, criando a ‘Marola Trinta e Seis’, número de Mossoró, e marquei uma carreata para um dia de sábado. Usando uma caminhonete de minha propriedade, fiz o Miguel Móvel, adaptei uma sirene de ambulância, um som improvisado com a música do “bezerro mamador” (história de um bezerro que passou do tempo de apartar), criticando o prefeito.
Colocamos o bloco na rua. Foi sucesso total, Mossoró, com a família na carroceria, gesticulava mãozadas para os gringos e eu fazia a locução. No meio da carreata, aparece Augusto Maranhão dizendo que não acreditava no que via. Eram muitos carros. Seguíamos em direção à praia, onde seria a construção da ponte de Fernando de Noronha. Chegando lá, os discursos foram os mais variados. A multidão delirava... Os jornais, rádio e televisão deram o maior destaque.
Depois que mudamos o azimute da campanha, Miguel Mossoró começou a subir nas pesquisas, saindo de 0,6%, nos últimos quarenta dias, para 18% na reta final. A governadora Vilma de Faria, juntamente com Micarla de Souza, entrou em desespero; ambas “batiam” (via TV Ponta Negra) em Mossoró a todo instante, com frases pesadas, como: “ele é maluco” e “quem o acompanha também é desajustado”. Eu orientava Mossoró para não responder, que tudo aquilo já era desespero.
Para completar o cenário e rebater as nefastas palavras da governadora, fomos para o ‘Beco da Lama’, para nos reunir com jornalistas, escritores e poetas. Estacionamos o Miguel Móvel e haja discurso.
Foi aí, que tive a idéia de convidar o Presidente da OAB, Joanilson de Paula Rego, dizendo que não estávamos forçando sua adesão, mas que ele fosse dizer alguma coisa, inclusive para a classe de intelectuais sobre a campanha. Doutor Joanilson, atendendo nosso pedido, subiu no Miguel Móvel (já nos nossos braços) e discursou bonito, dizendo que Miguel Mossoró era o gemido do povo. No outro dia, os jornais estamparam: Doutor joanilson de Paula Rego adere à campanha de Miguel Mossoró.
Finalmente, preparei tudo para o dia da eleição. Um carro com teto solar, pelo qual Miguel Mossoró se apresentaria e acenaria para os eleitores nas principais ruas e avenidas de Natal. Só que, logo cedo, aparece um advogado, salvo engano, chamado Saldanha dizendo que, se ele fizesse isso, seria preso, pois era contra as leis eleitorais. Ainda relutei, mas Miguel disse que era melhor seguir os conselhos dele. Depois, descobrimos que ele veio a mandado de um adversário.
Finalmente tivemos o primeiro turno com os seguintes resultados: CARLOS EDUARDO (PSB) 137.664 (37,3%), LUIZ ALMIR (PSDB) 112.403 (30,46%), MIGUEL MOSSORO (PTC) 67.065 (18,17%), FATIMA BEZERRA (PT) 27.331 (7,41%), NEY LOPES (PFL) 21.115 (5,72%), DÁRIO (PSTU) 2.702 (0,73%) e LEANDRO (PHS) 760 (0,21%).