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Alemão com a camisola alviverde do Sporting Covilhã |
Além do
centenário do primeiro título e do cinqüentenário do segundo ao retornar do
licenciamento de seis anos no começo da década de 60 a imprensa não percebeu
que o gol do zagueiro parnamirinense Alison Wagner Lira Ferreira é o segundo a
entrar para a história por ter acontecido no minuto final de uma segunda partida
decisiva.
O primeiro
não tem registro áudio-visual. E diferentemente daquele ocorreu numa série de três
que provocou um quarto encontro final entre o alvinegro e o alvirrubro. O palco
foi o tradicional e acanhado Estádio Juvenal Lamartine, no bairro do Tirol. Mas
é sempre lembrado pelo torcedor e cronistas veteranos quando provocados.
Trata-se do
assinalado pelo atacante pernambucano Joaquim Ramos de Souza, o “Alemão”. Após
uma triangulação com os meias-atacantes Talvanes Augusto de Souza e José Ireno
do Nascimento, ambos com passagens pelo extinto Globo, sendo que este último
participou do excelente elenco do Campinense nos anos 60.
Diferente do
placar deste ano, quando o ABC igualou o marcador, o placar final de
cinco décadas atrás configurou a contagem mínima para o onze americano. Na
quarta-feira, 24/4, Alison toca de cabeça aos 49, nos descontos, enquanto
Alemão assinala aos 45 do tempo complementar.
A
“frasqueira” acenava com lenços brancos, na arquibancada de alvenaria, para os
encarnados, alojados na antiga arquibancada de madeira. Os jogos acontecem aos
domingos. O ABC vencera a primeira por 3 a 0 (9/11). A segunda termina sem
abertura do placar (16). A terceira ocorre dia 23. No quarto, 30, marca o herói
Alemão e João de Deus Gondim Teodósio, o Bagadão.
Nosso
principal personagem, que de germânico não tinha nada, um vigoroso mulato, estréia
pelo América em 11/2/69 e permanece no elenco até a primeira semana de setembro
do ano seguinte. Entra em campo 68 vezes com a camisola vermelha e marca 29 gols,
excelente média, pelo clube da Rodrigues Alves.
Em 1971
segue para Portugal e assina com o clube Beira-Mar, pelo qual atua 73 vezes e
assinala 20 gols (número que contestara em comentário para um blog). Em 1974
firma contrato com o Sporting de Covilhã, com uniforme alviverde de listras
horizontais semelhante ao homônimo famoso da capital Lisboa.
Pelo
Sporting sobe para a segunda divisão e faz boa campanha na Taça de Portugal, competição
em que faz seis apresentações e marca dois golos. O alviverde cai perante o
alvinegro de camisa quadriculada Boa Vista (Porto), o campeão, nas oitavas. Passa
pelo Sporting (Espinho), Lusitania, Bragança, Riopele, FC Marco e Paredes
(83/84).
Faleceu em 24/2/2019
em Paredes. Três anos antes, em entrevista para o site do Sporting, disse que trabalhava
com o filho do mesmo nome numa clínica de recuperação muscular. O clube emitiu
nota de pesar.
Na
segunda-feira o “Diário de Natal” publica foto na primeira página com a
legenda. O diário matutino “Tribuna do Norte” destaca: “Festa mudou de dono
em noventa segundos” (terça-feira, 25/12/69).
O recifense Alemão,
então com 24 anos (25/12/45), veio do Clube de Regatas Brasil (CRB), onde
permanecera por duas temporadas. Começara a carreira em times amadores da
capital pernambucana. Perambula pelo interior pernambucano e alagoano; E se
apresenta pelo tricolor Santa Cruz e Sport.
Fontes:
Diário de Natal
Tribuna do Norte
Baú dos Cromos
Sporting de Covilhã
Nominuto
ZeroZero