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sábado, 9 de maio de 2020

Radialista Ricardo SIlva repercute passamento de Wilson Gomes


Do Blog do Cadinho
Soube agora do falecimento do plantão esportivo Wilson Gomes. Foi ontem pela manhã, infarto.
Ele foi sepultado a tarde. Conheci Wilson quando ainda estudávamos na ETFRN.
Mas ele já trabalhava como plantão esportivo. Passou pelas rádios Rural, Poti e Trairy, hoje CBN, que me lembro.
Nossas condolências. Wilson á décadas já não fazia mais rádio. Tinha uma voz muito bonita e era um dos mais corretos profissionais deste Estado.
Que descanse em paz!


Depoimento do repórter fotográfico sobre W. G. de Azevedo


Magnus Nascimento

Comecei trabalhar no extinto “Jornal de Natal” na década de 90. Na época fazendo matéria policial.

Entrava madrugada adentro, nas noites de sábado e nos domingo pela manha/tarde, até fechamos a pagina de policia.

Do Instituto Técnico de Policia (ITEP), a Delegacia de Plantão, que na época era em Candelária, e o Hospital Walfredo Gurgel, aquele prédio antigo.

Eram os endereços certos da ronda nas noites frias. A chamada “ronda policial”. Um tempo bom e de muito aprendizado, mais de matérias pesadas.

Nesse tempo trabalhei com José Vanilson Julião, Walfran Valentim, João Ricardo e tantos outros.

Aprendi muito com essa galera. Mais um dia tudo acaba aqui nessa terra. Foi o que aconteceu nessa ultima sexta.

Deus levou um dos grandes repórteres com quem trabalhei. Wilson Gomes. A ultima vez que vi foi ali na Assembléia Legislativa.

Valeu amigo, pela parceria e amizade.

A tabelinha com o radialista Wilson Gomes de Azevedo


José Vanilson Julião

O meu amigo tinha uma memória fenomenal. Contava casos de até 30 anos atrás. Sem mudar uma vírgula ou ponto. De reportagens. Ou divertimentos ocasionais. Entretanto, agora, quem busca os fatos passados no baú da massa cinzenta sou eu.

Depois de ser “aprovado” por ele, somente anos depois confessou, com a finalidade de ter ao lado uma pessoa de confiança, ele foi o responsável pelo meu primeiro ato de escrever uma reportagem.

Claro que não era um texto corrido ou lauda de 30 linhas. Para jornal. Estamos falando de rádio. Mídia em que a informação deve ser repassada para o ouvinte com frases curtas e no máximo quatro ou cinco linhas. Estourando seis.

E para isso, sem qualquer aviso prévio, me apresenta, pela primeira vez, a uma máquina de datilografia com todas as teclas com engraçadas grandes letras maiúsculas, acho que o tamanho era o dobro das normais. Apropriadas para facilitar ainda mais a leitura pelo locutor.

Não era uma reportagem de fonte ou entrevista primária. A missão era escutar o programa de esportes, levado ao ar pela carioca Rádio Globo.

Na meia hora anterior “A Voz do Brasil”. Assim não teria que esperar o tradicional “Panorama Esportivo”, que ia ao ar antes do noticioso “Redator Chefe”, que, por sua vez, começava a meia noite.

Escutar as passagens do repórter que cobria cada um dos quatro clubes grandes do Rio de Janeiro – Botafogo, Vasco da Gama, Flamengo e Fluminense – e por no papel os tópicos de cada um deles para o papel. Em duas cópias. Original e carbono.

As laudas eram destinadas aos locutores que apresentavam o primeiro programa esportivo da Rádio Nordeste. De manhã cedinho.

Era a parte do noticiário esportivo nacional, narrado após o noticiário local, sobre América, ABC e Alecrim.

Uma lauda para o locutor A. Outra para o locutor B. Que revezam a leitura das notas. Não havia a facilidade da internet, é claro. Mas a missão foi cumprida.

Plantonista titular, como ele, tinha que participar de todos os programas. A resenha do final da manhã e da programação no começo da noite.

Além de todas as jornadas esportivas. A de domingo e a do meio de semana, geralmente na quarta-feira.

Posteriormente ele foi criando umas folgas propositais e dando vez ao novato. Para ir pegando cancha.

Na jornada principal, do domingo, a intervenção maior era no final da jornada, com a tabelinha dos jogos da loteria esportiva e os resultados da rodada dos campeonatos estaduais, principalmente o carioca, o paulista, o mineiro, o pernambucano, o baiano, o cearense, o gaúcho, etc.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Falece o radialista Wilson Gomes de Azevedo


O chamava de WGA. Ou pelo nome completo. Tornou-se meu melhor amigo. Soube da morte dele, ocorrida nesta manhã, no começo da noite.

Entretido no computador, por volta das 19 horas, não escutei as quatro ligações do celular. Era do meu irmão, José Valdir Julião. Por isso fiquei sabendo pelo recado deixado no “zap”.

Perguntei a causa. Teria sido em conseqüência do diabetes. Estava internado no Hospital Onofre Lopes. Indaguei quem avisou: - Vi no ‘tuíter’ de Paulo Tarcísio, que foi avisado pelo radialista Marco Aurélio.

WGA era freqüentador assíduo. De casa. Principalmente depois que sofri o acidente doméstico e fiquei impossibilitado de locomoção. A última vez há duas semanas. Ou dias. Na saída disse: - Só venha agora depois do ‘Corona’...

Conheci Wilson Gomes de Azevedo em 1975. Ele morava na Rua São Geraldo, no bairro das Quintas. Eu acabava de chegar de Cerro Corá. Para estudar na Escola Técnica Federal.

E foi no Grêmio Nilo Peçanha que começou a amizade. No jogo de totó. Pebolim. Nos intervalos da aula. Eu na defesa. Ele no ataque. Tem até o episódio de ele fazer confusão com meu irmão gêmeo: - Não era você que encontrei lá...

Passou o primeiro ano e Wilson sumiu. O reencontrei no final do segundo semestre de 1977. Fora em busca de realizar um sonho: ser radialista. E conseguiu.

Por isso o reencontro aconteceu no saguão de entrada da Rádio Nordeste AM, que ficava numa travessa, prolongamento do Beco da Lama (Vigário Bartolomeu), na Cidade Alta.

Naquela oportunidade fui fazer um teste para plantão esportivo, atendendo chamado, no ar, do famoso narrador esportivo Audi Frazão Doudment, chefe da equipe terceirizada da emissora fundada por Dinarte Mariz e na época já controlada por Felinto Rodrigues.

Eu sei que tinha boa voz e que fizera um teste razoável. Mas foi Wilson quem me escolheu, entre outros dois candidatos. E fora Audi quem colocou a fogueira na mão de Wilson.

Fiquei como segundo plantão. Auxiliar. Acumulamos bons causos. Certa vez Wilson fora a praia e chega atrasado para a abertura da jornada dominical. Sem o rádio para a escuta das emissoras de fora.

Ele ficou numa sinuca de bico. Como era o primeiro plantão tinha que abrir e se fosse apanhar o “Transglobe” ficaria o buraco. E Audi perceberia ao chamar do Estádio Castelo Branco. WGA não estava com coragem para pedir, mas sugeri que me desse coordenadas que eu iria apanhar o rádio.

Dito e feito. Até ele se surpreendeu com a minha agilidade em encontrar o endereço e retornar em cima da bucha. Passei uns três meses na rádio, sai e retornei durante a Copa de 78 e ele lá, simples, como sempre foi.

Posteriormente ele seguiu a carreira: Poti e Trairi (Tropical). Com passagem pela editoria de polícia com Givaldo Batista, o “Gigi da Mangueira”. No centenário “A República”. No jornal reencontra o mano Valdir.

Wilson foi quem me indicou ao empresário Ivanaldo Bezerra e, conseqüentemente, ao editor Francisco Duarte Guimarães, para a primeira passagem pelo semanário “Jornal de Natal”. Em 1994.

Nos últimos anos esteve na Satélite FM. De Aquino Neto. Wilson escreveu um livro relatando seu tratamento psiquiátrico de anos. Pediu para revisá-lo. Este é um assunto a resolver...