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quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Fundador do ABC funda dois alvinegros no interior (VII)

Panorama do rio quase nada mudou desde que o marco português de 1501 

No retorno de Mossoró o incansável Sólon Rufino Aranha participa de regata em Natal

JOSÉ VANILSON JULIÃO

É certo que nos dois primeiros meses de 1921 o jovem recém casado Sólon Rufino Aranha se encontrava em Mossoró. Mas no segundo semestre do ano seguinte está em Natal.

A prova da permanência na capital vem da participação pelo rubro-negro Sport Clube de Natal da regata no Rio Potengi em comemoração ao centenário da Independência. Conforme reportagem especial do semanário dominical O Poti (12 de setembro de 1965).

O texto é encimado com uma imagem e a seguinte legenda: “EVOCAÇÃO – Na reportagem assinada por Erildo L’Eraistre Monteiro o remo é evocado, hoje, muito justamente, numa época em que o Centro e o Sport festejam o jubileu de ouro. A reportagem focaliza a regata do ano de 1922, vendo-se na foto os heróis daquela época aparecendo autoridades, inclusive o governador Antônio de Souza."

Segue: “O REMO NATALENSE NO SEU APOGEU DE OUTRORA: Regata da Independência foi marco social na cidade e medalhas aos vencedores eram cunhadas em ouro.” Com os complementos: 1) Regata de 1922 ficou na história do remo; 2) O “soçaite” de outrora prestigiava as competições.

E quem está no primeiro páreo pelo alvinegro Centro Náutico Potengi (CEP)? Sólon Rufino Aranha. Ao lado do remador Luiz Rebouças e o “patrão” Ivo Neto. Com a especialidade em disputa de iole com dois remos. A embarcação “Gaivota” contra a “República” do Sport, cuja tripulação conta com Arari de Brito e Silva, fundador de clubes de futebol, notabilizado em crônicas do escritor paulistano Mario de Andrade em visita ao RN (1929), e falecido no Rio de Janeiro como funcionário da fazenda nacional.

Condição que o faz ser apontado, anos depois, em depoimento do falecido magistrado e político Gil Soares de Araújo “Remo natalense até 1930” em O Poti (11 de setembro de 1983). Ao lado de outros renomados remadores:

João Alves de Melo (fotógrafo na Ribeira), Edgar Homem de Siqueira (presidente do América), Silvino Lamartine (jogador americano), Heráclio Fernandes (“Tolaco”: outro atleta alvirrubro), Lupércio Calixto, Clodoaldo Baker, Francisco de Paula Melo (“Canela de Ferro”), Dewett Nóbrega, Joaquim Mavignier de Noronha (grifo nosso. Gravem o nome) e Ricardo Severiano da Cruz...

 

FONTES

A Ordem

Diário de Natal

O Mossoroense

O Poti

Sport Clube de Natal

Fundador do ABC funda dois alvinegros no interior (VI)

O casarão do coronel Avelino
Freire foi a base da reunião
para fundação do ABC com a
participação de Sólon Aranha e
coleguinhas adolescentes

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O redator suspeita que o alvinegro do distrito e vila de Areia Branca não teve continuidade e por isso o recém casado Sólon Rufino Aranha pode muito bem ter transportado a ideia para a sede municipal.

Para não esticar muito a corda do pioneirismo no futebol mossoroense – assunto variado, longo, divertido e interessante – que pode ser destrinchado mais adiante, momentaneamente encerramos o tema.

O personagem ainda aparece em nota como presidente do Ypiranga, da sede municipal, convocado como árbitro do jogo contra o “Centro Sportivo Mossoroense”. A data não é disponível, mas a edição é: 623! (começo de 1921).

Aranha, falecido aos 84 no Rio de Janeiro, fora se tratar de uma doença, era filho do paraibano e livreiro Fortunato Rufino Aranha (36 anos no nascimento do menino), e Bernardina Olindina D'Oliveira Castro (37)

Gera dois filhos e uma filha com Stella Soares de Miranda, filha de Antero de Miranda (com 35 no nascimento da menina) e Francisca Mafalda de Miranda (com a idade de 31):

Murilo (1923 – 1977) e João Batista de Miranda Aranha (Natal, 24/6/1924 – Rio de Janeiro, 9/8/2007), falecido aos 83 anos, e Teresa de Jesus (1928).

O necrológio na coluna social do jornalista Paulo Macedo, no Diário de Natal (1983), esclareceu, inicialmente, a percepção e a dúvida suscitada pela rara fotografia do Centro Esportivo Mossoroense, objeto inicial a sequência.

Fundador do ABC funda dois alvinegros no interior (V)

Humaitá, alvo e anil, é o primeiro clube mossoroense oficialmente organizado em 1919

Arte: jornalista Sérgio Melo/História do Futebol
JOSÉ VANILSON JULIÃO

Depois do casamento com senhorinha Stella Soares de Miranda o viajado natalense Sólon Rufino Aranha aparece na seção “Várias Notícias” do semanário O Mossoroense (24/7/2020) sobre a presença na cidade.

Nas edições de O Mossoroense na Biblioteca Nacional Digital não encontro a data tradicional da fundação do Ypiranga (12/setembro/1920) da sede municipal e nada que confirme a continuidade do similar do distrito de Areia Branca

Primeira diretoria: padre Manoel da Costa (presidente), Solon Aranha (vice), João Felipe de Oliveira (secretário), Alfredo de Souza Melo (orador); José Rauphanas Cavalcanti (tesoureiro) e Bonifácio Costa (diretor de esporte).

Fontes apontam o primeiro jogo diante do Humaitá (15/11/1920) com vitória por 2x0. Mas na seção “Várias Notícias” (4/12/2020) o achado é a nota sobre a exposição nas vitrines do “Atelier Escossia” (empreendimento familiar onde é impresso o tradicional jornal vindo do tempo do Império):

- Um belíssimo busto de Rio Branco, oferecido pelo sportman natalense Enéas Almeida para ser entregue ao clube vencedor do match oficial (Humaitá x Ypiranga). Na edição de 1 de janeiro aparece em outra nota de assunto não identificado (mesma data anunciado para o jogo).

Na edição 616 (29/1/2021) aparece a partida como sendo do domingo anterior. É notícia de primeira página: FOOT-BALL. Primeiro tempo termina 1 a 0 – gol do atacante Bonifácio Costa para o alvinegro. No tempo complementar Costinha empata para o azul Humaitá. E Luiz Pinto vira para o delírio da torcida.

Enéas Almeida entregue o “troféu” do barão e o poeta Edinor Avelino faz a saudação. O redator esportivo, identificado como “Sportine”, escala o time campeão: Gondim, Toni, Bitú, Lua, Leite, Lauro, Moreno, Mavignier (negrito nosso e prestem atenção neste sobrenome), Costinha, Pinto e Bitóca.

 

FONTES/IMAGENS

O Mossoroense

História do Futebol

Acervo: Walter Fonseca Wanderley

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Fundador do ABC funda dois alvinegros no interior (IV)

A legenda no "interior" da imagem identifica os jogadores do alvinegro Ypiranga de Mossoró/RN

Caís do Rio Ivipanim, centro de Areia Branca,
era o acesso para Mossoró de quem viajava
pelo transporte fluvial e de navegação costeira

Pesquisa com curiosa novidade obriga redator a mudar título da série sem necessitar alterar numeração sequencial

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Após participar da fundação do ABC (1915), da implementação do escotismo em Natal (1917) e organizar a parada dos escoteiros comemorativa a liberdade dos escravos, em Mossoró (1918), o irrequieto e desenvolto rapazola está envolvido no surgimento de um clube no distrito e vila de Areia Branca.

Certamente pelo motivo de que já vinha frequentando a localidade do litoral norte e da região salineira na desembocadura Rio Ivipanim.

Conforme uma curtíssima notinha bem interessante na seção “Echos de toda parte” (O Mossoroense – 30/4/1919).

Do contrato de casamento com a jovem Stella Soares de Miranda (Areia Branca, 19/5/1900 – Natal, 26/1/1936) para o dia 14 do corrente.

Sólon Rufino Aranha (Natal, 2/2/1899 – Rio de Janeiro, 27/7/1983) é fundador do clube com o mesmo nome e as mesmas cores (preto e branco) do que viria fundar na sede do município em setembro de 1920.

Um ano antes, portanto, é membro da primeira diretoria do clube de Areia Branca (1 de agosto de 1919).

Conforme correspondência datada do dia 10 do mesmo mês enviada ao jornal semanário O Mossoroense (edição da quarta-feira, 28/8).

Club Sportivo Ypiranga: Francisco Trajano (presidente), Lauro Monte (vice-presidente), José Cordeiro (primeiro-secretário), João Segundo (segundo-secretário), Luís Trajano (tesoureiro) e Sólon Aranha (diretor de esportes).

 

FONTES/IMAGENS

O Mossoroense

Areia Branca Ontem, Hoje e Sempre

Relembrando Mossoró II (Lindomarcos Faustino)

Movimentação de equipe esportiva balança concorrência

O trem desembestado do narrador gaúcho Marcos Lopes assina com a emissora 98 FM


RODAPÉ DE PÁGINA Coluna Semanal

(José Vanilson Julião)

1 – "Bonde do Barba": com a desclassificação do América/RN a movimentação fica por conta dos bastidores. Na pauta, saídas, renovação e contratação de atletas.

E remanejamentos na direção técnica com a saída de treinadores e chegada dos novos técnicos. Além do entra e sai de dirigentes, diretores e gerentes.

Na imprensa (jornal, rádio, televisão e internet) tudo continuaria na mesma não fosse a mudança de ares da equipe esportiva montada pelo narrador gaúcho Marcos Lopes.

Mas parece que a concorrência não gostou e andou soltando faíscas...

A turma do canal na internet termina o contrato com a 95 FM e assina com a 98. Depois que a emissora de frequência modulada de Felinto Rodrigues Filho decretou as saídas do narrador Renan Silva, do veterano comentarista e jornalista Exmar Tavares da Silveira e do experimentado âncora Santos Neto.

Luiz Rodrigues: da "Nordeste" para a "Arapuan"

2 – Radialista
: O paraibano Rildo Tomaz Silva, responsável pelas excelentes postagens dos antigos jogadores do Campinense e do Treze, o “Galo” e a “Raposa” de Campina Grande, esta semana colocou em rede social uma imagem do radialista potiguar Luiz Rodrigues.

Na fotografia ele entrevista o atacante rubro-negro Nei e o massagista Zominha, do Botafogo de João Pessoa. O falecido repórter era chamado de Lulinha pelos jogadores. Mais em Natal, nos bastidores, era chamado de “Cachorrinho”.

Foi coordenador esportivo da Rádio Nordeste, onde o conheci em 1977/78 como estagiário e aprendiz de plantão esportivo, indicado em seletiva pelo amigo Wilson Gomes de Azevedo, o titular nas resenhas e nas coberturas dos jogos no finado “Castelo Branco”.

A equipe esportiva comandada pelo narrador maranhense Audir Frazão Doudement era composta, entre outros, pelo comentarista Franklin Roosevelt Machado, pelo repórter Jorge Audir (o filho do homem), Ubiratan Camilo de Souza (arbitragem), Carlos Alberto “Cuecão” (sargento da Aeronáutica), Givaldo Batista (o “Gigi da Mangueira”, editor de esportes de “A República”).

A equipe foi desmontada em 1978, ano em que a Rádio Nordeste AM passou a transmitir a programação musical de 24 horas, semelhante a Rádio Cultura de Salvador. Audir se mandou para a Rádio Arapuan de João Pessoa. E “Cachorrinho” foi junto.

O apelido vinha do tempo que Luiz Rodrigues era metido a jogador de futebol no Estádio Senador João Câmara, no bairro das Rocas. No antigo Globo e no Palmeiras das Rocas, entre 1960/62, aparece um “Cachorrinho” de atacante. Só não sei se é o mesmo.

3 – Atleta do passado: o lateral-direito aposentado é Claudecino Martins. Vestiu a camisa azul ou branca do time “naval”, o Riachuelo Atlético Clube, do conhecido acrônimo RAC. Temporadas: 1961/63.

Ele apareceu comentando postagem em rede social e falou das entradas em campo no “Juvenal Lamartine”. Fui conferir em jornais antigos e ele está lá!

4 – Só para lembrar e agradecer mais uma vez. São parceiros do JORNAL DA GRANDE NATAL: DATAFOGO (do médico carioca e torcedor botafoguense Cláudio Falcão) e o blog “Assessorn”, do jornalista caicoense João Bosco Araújo, com atuação no “Diário de Natal” e “Televisão Universitária”.

5 – Fora do ar o site oficial do América Futebol Clube de Natal/RN. Depois do “Vermelho Americano” e “Tribuna Americana”. Entre outros blogs que eram dedicados ao alvirrubro da capital potiguar.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

O goleiro abecedista defende o time seridoense

Edgar na paisagem do Seridó

PRIMÓRDIOS DO FUTEBOL CERRO-CORAENSE I

"Cerro Corá Futebol Clube" derrota o "Potengi Sport Club" da vizinha São Tomé


José Vanilson Julião

Cerro Corá News (14/8/2019)

 

O jornal diário católico A Ordem (terça-feira, 28/10/1948), como de costume, circulava com a página sete, “Desportos”, em seis colunas e caixa alta (letras maiúsculas).

Naquela data, logo abaixo, em cima, à direita, destaca o “olho”: - Futebol no interior do Estado. Com o título: - O “Cerro Corá F. C” vence brilhantemente ao “Potengi S. C”, de São Tomé, em confronto amistoso.

E assim começava o primeiro parágrafo da reportagem: - Como parte integrante dos festejos tradicionais do padroeiro realizou-se a 22 do corrente, em Cerro Corá, o intermunicipal...*

*São João Batista somente é escolhido padroeiro com a emancipação política do distrito de Currais Novos e depois município com a emancipação política em 1953 e consequente criação da paróquia local.

 

FICHA TÉCNICA

Cerro Corá 1 x 0 Potengi

Árbitro: “doutor” José Bezerra de Araújo

Renda: Cr$ 1.268,00

Horário: 15h30

Gol: Nascimento

Cerro Corá: Edgar, Ednor Pedro de Melo, José Walter Olímpio, Xavier, Carapicó, Toinho, João Nascimento, Divaldo, Ranulfo, Joãozinho e Diogo. Treinador: Edgar Pinheiro da Câmara

Potengi: Agripino, Nilson, Cazuza, Segundo, Oscar, Ivanildo, Ademar, Alsair Pereira, Dedé, Zuza e Manoel. Treinador: João Gomes de Araújo

O goleiro Edgar defende ABC por uma década

Edgar Pinheiro da Câmara (foto do Rio)

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Edgar Pinheiro da Câmara (Natal/RN, 9/6/1916 – Rio de Janeiro, 11/4/1988) foi goleiro do ABC por mais de uma década.

Com participação efetiva em quatro dos dez títulos da série do deca-campeonato (1935/36 e 1940/41).

O pai, comerciante, veio de Mossoró para Natal (1909): Jeremias Pinheiro da Câmara; a mãe Maria Galdina da Conceição.

E irmão de Eugenio Pinheiro da Câmara (nascido em 1910), o "Pinheirão", e Jeremias Pinheiro da Câmara Filho (nascido em 1912), o "Pinheirinho", jogadores bicampeões pelo América (1930/31).

O segundo, agrônomo, foi diretor da Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte (1939 – 1954) e faleceu no Rio de Janeiro nos anos 60.

Ozima G. Câmara (1926/2025)

Casou com Luci Teixeira Oliveira (1943), falecida (1948), de tuberculose. O filho deste primeiro relacionamento, Francisco Canindé Cunha, diz o Diário de Natal (sexta-feira – 18/fevereiro/1949), morre aos sete meses.

Depois contrai matrimônio com a cerro-coraense Ozima Galvão de Lira. Edgar Pinheiro da Câmara Filho nasce em 1951, conforme nota do registro civil noticiado pelo Diário de Natal (13 de março).

É visto como soprador de apito em um torneio de times amadores ou suburbanos. Primeiro no Estádio Juvenal Lamartine (1952). Depois no amistoso Mar e Terra 4 x 2 Canto do Rio (quinta-feira, 1 de janeiro de 1953), no campo da Rua Pereira Simões, no bairro das Rocas. Dois anos depois a família parte para o Rio de Janeiro: 1956

A filha Lucimar (2024): "Hoje acordei saudosa; me lembrei que, se meu pai estivesse vivo, estaria completando 108 anos; foi exemplo de um pai de família; com muito sacrifício criou oito filhos e graças a Deus todos vivos! Feliz aniversário pai, que a festa no céu esteja daquele jeito que o senhor gostava!"

 

FONTES/IMAGEM

A Ordem

Diário de Natal

O Mossoroense

Lucimar Câmara (acervo familiar)

Parentes do goleiro e zagueiro visitam o "Frasqueirão"

Alecrim (1955): Clóvis Mota (presidente), Paulo Bigodinho, Gageiro, Artêmio, Monteiro, Petit, Índio, Geleia, Miltinho, Ozir, Araken, Beú e Jair

O bisneto Felipe Pinheiro Câmara Pereira
do goleiro Edgar mora no Estado do Rio

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Uma semana após os entendimentos a visita do bisneto do goleiro Edgar Pinheiro Câmara, Felipe Galvão Câmara Pereira, ocorre na sexta-feira (12/3/2010).

Mas uma surpresa aparece no blog de Alexandre R. Costa: também participa da visitação familiares do falecido zagueiro alvinegro João Batista de Souza, o “Gageiro”.

Além do apoio de José Leonardo (“Música do Gol”) Alexandre Costa conta com a participação da ERK, então fornecedora do material esportivo do ABC.

“Eduardo da Eureka confeccionou uma camisa comemorativa ao morto, sendo entregue aos parentes dos jogadores. Seguem algumas fotos", relatou o blog “ARCosta”.

Felipe Câmara na visita ao estádio do ABC,
em março de 2010, ao lado de familiares do
zagueiro João Batista de Souza, o "Gageiro"

Na postagem ‘Homenagem: a volta ao passado” são publicadas várias fotografias da visita com bandeiras e camisas do “Mais Querido”. E uma reclamação sobre o vacilo e a incompetência dos jornalistas, que perdem a oportunidade de colherem boas histórias do passado histórico de personagens e conquistas (no final).

Os parentes dos dois antigos e falecidos jogadores residem no Estado do Rio de Janeiro. “Gageiro” vestiu a camisa alvinegra (começou no juvenil em 1937) nos anos 40 começo de 50.

Quando passou a defender o Riachuelo Atlético Clube até 1954, inclusive como treinador tapa-buraco.

Ainda joga amistoso, emprestado pelo RAC, no Santa Cruz Esporte Clube (ainda sem o "Cultura"). No Alecrim joga a temporada de 1955 pelo campeonato estadual. Entra 1956 sem atuar.

Em 1960 uma reportagem em memória de antigos zagueiros do ABC, América, Alecrim e Santa Cruz, no “Diário de Natal” diz que falece neste intervalo de tempo de uma doença prolongada.

No deca-campeonato o atacante Xixico e o centromédio Simão participam de toda a sequência (1932/41). Os zagueiros Nezinho I e Dorcelino em seguida com nove temporadas. Os demais variam: Mário Crise (1932/39), Hermes (1935/40), Mário Mota (1938/41) e Adalberto (1932/36).

Ainda: Bicudo, Zé Maria, Pedrinho, Albano, Pageú, Nezinho II, Netinho, Cesário, Neguinho, Nenéo, Joãozinho, Zé Lins, Tico, Saravotti, Enéas, Barbalho, Paulino, Elias, Pereirão, Augusto Lourival, Soldado, Romano, Arlindo, Zeca, Acácio, Valter, Teixeira, Osvaldo, Edvard, Nepó e Novinho.

DESABAFO

“Na mesma tarde o técnico Leandro Campos estava chegando ao ABC. Imprensa presente. Receberam um breefing da homenagem que estava para ocorrer. Algum órgão do jornalismo potiguar foi ao encontro das famílias: Não. Algum repórter veio perguntar pelo menos o que estava acontecendo? Não. Só tenho a lamentar. Mas nada que diminua o encontro que ocorreu...”. Relatou, com inteira razão, Alexandre R. Costa.


FONTES/IMAGENS

A Ordem

Diário de Natal

O Poti

Tribuna do Norte

ABC FC

AR Costa

No Ataque

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Goleiro alvinegro defende América e Potiguar de Parnamirim

Este time do ABC seria dos titulares e reservas do dia de goleada: 8 x 1 América

Uma formação do "deca"
com o eterno treinador
Vicente Farache Neto

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Salvo engano a sequência dos sete goleiros do deca-campeonato – com revezamentos – obedece a seguinte ordem: Jonatas (1932), Nunes, Edson, Edgar (34/36/37 e 40/41), Diógenes (37), Tarzan e Nenê.

Edson, Edgar e Nenê também atuaram pelo América. O segundo é o Domício Bezerra das Neves,  que esteve no rubro-negro do remo, Sport Club de Natal, até 1935.

Nenê defendeu o Fluminense do Rio de Janeiro (ver reportagens no blog). Em janeiro de 1934 participa do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais.

E chega a semifinal contra o selecionado baiano em Salvador ao eliminar paraibanos, cearenses e pernambucanos. Em 1935 Nenê está no América.

Em final de carreira, na década seguinte, entra de ponta-esquerda com a camisa vermelha, sendo identificado nos jornais como "Domício".

Edgar participa de mais de uma dezena de clássicos contra o América. Um dos últimos (17/3/1946) em amistoso (Torneio Relâmpago) com vitória (5 x 3).

E ainda defende o alvirrubro natalense em amistoso contra o América. 2 x 7 para o clube recifenseNo decorrer do jogo sai o Ernani, que defendeu o Alecrim.

Em novembro, pelo campeonato estadual, defende a baliza do Potiguar do distrito de Parnamirim. E permanece para a competição do ano seguinte.

 

 

 

Falece viúva do goleiro campeão pelo ABC (II)

A fonte ("Anotando Futebol") não identifica, mas provavelmente o de camisa cinza é o goleiro Edgar Pinheiro da Câmara, falecido no interior do Rio de Janeiro

O bisneto de dona Ozima e do Edgar visita o “Frasqueirão” em março de 2010

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O goleiro alvinegro foi um dos sete goleiros durante quatro dos dez anos da série de títulos seguidos: Edgar Pinheiro da Câmara, marido de dona Ozima Galvão, falecida na madrugada desta segunda no interior do Rio de Janeiro.

Edgar Pinheiro participa da campanha do deca-campeonato (1932/41). Os demais (não necessariamente pela ordem): Tarzan, o pernambucano Diógenes do Prado (Santa Cruz do Recife), Nené (Domício Bezerra das Neves), Daniel, Nunes e Jonatas.

Edgar esteve presente nas temporadas de 1935/36 e 40/41. Na segunda metade dos anos 40 é goleiro e treinador do “Cerro Corá Clube” no primeiro campeonato municipal de Currais Novos, como representante do distrito do município seridoense.

Com entendimentos pela rede com o blog “ARCosta” o bisneto Felipe Galvão da Câmara Pereira visitou o Estádio Maria Lamas Farache, conhecido pelo apelido de “Frasqueirão”.

Felipe Galvão foi ciceroneado por A. R. Costa e José Leonardo (blog “Música do Gol”) durante a visita ao complexo esportivo do ABC no final da tarde da sexta-feira (5 de março de 2010).

Falece viúva do goleiro campeão pelo ABC (I)


Cerro-coraense de quase cem anos residia no interior do Estado do Rio de Janeiro desde os anos 50. Foi casada com o arqueiro alvinegro Edgar Pinheiro da Câmara, titular da camisa número um, entre 1934/40


JOSÉ VALDIR JULIÃO

Cerro Corá News

 

Morreu dona Ozima Galvão, 99, nesta segunda-feira (22), em Miguel Pereira/RJ, a última filha do paraibano João Plácido de Lira (1885 – 1977), o "Joca Paz", primeiro delegado de Cerro Corá/RN (Região do Seridó), com a primeira esposa, dona Maria Galvão (1885 – 1935).

Ozima Galvão, nascida em 31 de agosto de 1926, era viúva do goleiro do ABC, com participação no deca-campeonato alvinegro, Edgar Pinheiro da Câmara, alfaiate, que, inclusive fez parte da história dos primórdios do futebol de Cerro Corá.

O casal migrou para o Rio nos anos 50, sendo filhos: Edgar, Einar, Lúcia de Fátima, Lucimar, Luciene, Edmar, Lucimere e Luciane.

As irmãs por ordem cronológica: Idila (1916), Marcina (1919), Lilia (1926), Ozima (1926), Chiquinho (1930) e José Lira (1939).

Os filhos de Joca Paz, do segundo casamento com dona Carminha Guedes (1913 – 1973): Luiz, Walmir, Jonas, Lêucio, Elsa Lira, Nilson, Graça Lira, Socorro, Jorge e Vavá.

O sepultamento de Ozima Galvão ocorre às 16 horas, no cemitério do bairro de Governador Portela, em Miguel Pereira, município a 120 quilômetros da capital fluminense, na região do Centro-Sul do Rio, conhecida como Vale do Café.

domingo, 21 de setembro de 2025

Fundador do ABC funda o alvinegro mossoroense (III)

Pena o redator não ter encontrado a identificação do Ipiranga de Mossoró, o alvinegro fundado pelo um dos adolescentes que participa do surgimento do ABC em Natal, Sólon Rufino Aranha

As lista dos pioneiros do escotismo
no Rio Grande do Norte com o
nome de Sólon Rufino Aranha

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O jovem esportista e escoteiro Sólon Rufino Aranha não cai de paraquedas e não é escolhido à toa como emissário do movimento do escotismo natalense para Mossoró. Aos 16 anos está envolvido com a fundação do ABC Futebol Clube. Aos 17 faz parte dos primeiros dois grupos de escoteiros de Natal.

Liderados pelos professores Henrique Castriciano de Souza (1974 – 1947) e Luís Correia Soares de Araújo (1888- 1967). Um na Cidade Alta, com 99 membros (Associação), e o outro no Alecrim, com 29 associados (Primeiro Grupo). O segundo ainda é o único em atividade plena, inclusive com um museu na Escola Estadual Padre Miguelinho.

Ele está ao lado de outros jovens envolvidos com os esportes da moda – remo e futebol – e como jogadores dos principais clubes surgidos, um atrás do outro, em 1915: ABC (29/6), América (14/7) e Alecrim (agosto). Além dos clubes dedicados ao remo: o alvinegro Centro Náutico Potengi (outubro) e o rubro-negro Sport Clube de Natal (novembro).

Entre eles: Cícero Rufino Aranha (irmão de Sólon), Waldemar Junqueira, Joaquim César da Silva (pai do atacante Demóstenes: América, ABC, Ferroviário/CE, Botafogo, Canto do Rio e liga pirata colombiana), Miguel Ferreira da Silva (Macaíba, 1902 – Natal, 1936) – um dos jogadores pioneiros do Alecrim e primeiro chefe dos escoteiros – e os irmãos Farache: Vicente (ponta-direita, treinador e dirigente do ABC nas décadas seguintes), Antônio, José e Carlos.

Ainda: os irmãos Wanderley (Jaime e Renato), José Janini (jogador do Alecrim e América, filho de italiano, fez carreira musical como compositor e cantor no Rio de Janeiro), Heraclio Fernandes (depois presidente americano), o goleiro americano Abel R. Viana (panificador), Edgar Homem de Siqueira (outro presidente alvirrubro irmão dos fundadores Oscar e Carlos) e Orestes Augusto da Silva (um dos responsáveis pela aquisição do terreno em que foram construídas a primeira e a segunda sedes americanas).