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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

As primeiras taças disputadas

Com o surgimento dos dois clubes pioneiros e dos seqüenciais no segundo semestre de 1915 logo foram realizados amistosos e torneios domésticos entre América (jaqueta azul), ABC, o alvirrubro Natal Sport Club (aparece no primeiro semestre de 1910 e não confundir com o rubro-negro dedicado ao remo fundado em novembro cinco anos depois), Potyguar (fundado na mesma época do terceiro citado, mas com camisa cinza semelhante ao Fluminense carioca), Humaitá e Ateneu.

O alvinegro vence a primeira partida (13 x 1 Natal – 19/9/15). O elenco americano goleia o time dos estudantes do colégio estadual (22 x 0 – setembro), elástico resultado entre os 25 maiores do mundo. Em seguida acontece o inédito embate daquele que se tornaria o primeiro clássico duradouro: ABC 4 x 1 (26/9), repetido dia 1/11 com outra vitória alvinegra: 3 x 0.

Agora o número de agremiações é suficiente para as disputas. O jornal A IMPRENSA - do coronel Francisco da Câmara Cascudo (o rico comerciante pai do futuro escritor Luís) - promove o primeiro torneio que se tem notícia: a TAÇA CAMPEONATO. Na primeira semana de 1917. Coincidindo com a festa de Santos Reis (6 de janeiro).

Numa edição de dezembro do ano anterior o jornal satírico O PARAFUSO se referia a competição triangular, colocando como favorito o time das letrinhas. Mas sem desmerecer os concorrentes Humaitá e América, responsáveis pela rodada inaugural, organizada por dois dos fundadores do alvinegro: Cícero Aranha e José Potiguar Pinheiro.

Entre um e outro campeonato propriamente dito, entre 1918 (interrompido devido à epidemia de gripe espanhola ou “Influenza”), e 1925, a maioria contestada, acontece o TORNEIO IMPRENSA com a participação do Ceará Mirim (1920) e a TAÇA INDEPENDENCIA (centenário), com a participação do Centro Sportivo Natalense (liderava o campeonato de 18 e campeão em 21), cabendo ao América levantar os troféus, assim como a competição subseqüente.

Somente em 1927 acontece o primeiro quadrangular com participação de representantes de outros estados. No caso o ASAS - do bairro dos Prazeres, no município de Jaboatão dos Guararapes, entorno do Recife. E do ‘Calouros do Ar’, que não é o clube cearense criado em 1952. A competição, em homenagem a “aeronáutica’, recebe o nome de “Coronel Murad’

Em abril de 1928 o clube abecedista fica de posse da TAÇA CIGARROS NINA em disputa contra o América, agora alvirrubro com o desaparecimento do Natal, o segundo com este nome. Em dezembro (2), após a inauguração do estádio da Liga de Desportos Terrestres (a segunda fundada), ocorrida em outubro, o ABC também é o dono da TAÇA HENRY FORD.

A relação destes dois troféus na galeria de premiação alvinegra é a prova cabal de que o ABC não vencera nenhum campeonato antes do bi 28/29. Até porque a primeira e única taça ganha neste intervalo ocorrera em 19 de março de 1919, denominada “Match Football”, provavelmente fruto de disputa isolada. Pois meses depois o América abocanha o segundo campeonato oficial, concluído sem os atropelos extra campo.

Transcrito do site ‘Navegos’ (22/1/2021)

 

 

sábado, 23 de janeiro de 2021

Homenagem ao lateral direito pernambucano Biu

José Vanilson Julião

A primeira vez que li sobre o lateral direito Agrinaldo José Costa de Oliveira Santiago, o “Biu” (Recife, 26/11/1946 – Natal, 23/1/2021), foi na figurinha que vinha no pacote do macarrão Jandaia, produto famoso da fábrica de massas e biscoitos Weston, que ficava na Avenida Alexandrino de Alencar, atualmente instalada no distrito industrial do município de Macaíba (Grande Natal)

Corria o segundo semestre de 1969 quando a indústria potiguar resolve alavancar a venda dos produtos com as estampilhas dos jogadores do selecionado nacional (nas eliminatórias para a Copa do México no ano seguinte) e dos três principais clubes da capital potiguar – ABC, America e Alecrim – mais o tricolor Ferroviário, licenciado no começo dos anos 80.

Biu começa a carreira no tricolor Santa Cruz (64/65), pelo qual participa de parte da campanha do sexto título consecutivo pelo campeonato juvenil local, feito igualado pelo Náutico, nos profissionais, no final da década de 60. Estoura a idade na categoria de base, sendo repassado ao Íbis (66) e atua 14 vezes, ainda não apelidado de “pior time do mundo”.

Em novembro de 1966 chega ao América e estréia numa derrota amistosa contra o ABC, numa segunda-feira 21, feriado da padroeira, Nossa Senhora da Apresentação. Portanto dois dias antes do aniversário de 20 anos. Pelo alvirrubro entra em campo 56 vezes e fica eternizado pela conquista o título de campeão estadual (1967), o primeiro após retorno do licenciamento.

Também em novembro, mas em 1968, após o bi-campeonato, o Alecrim se reforça para o Torneio Norte – Nordeste, e o tira do elenco americano, numa troca com o jovem atacante de São Gonçalo do Amarante, Gonçalo Ribeiro, que a época foi alvo de um excelente perfil escrito pelo falecido repórter Carlos Alberto Morais para o diário matutino “Tribuna do Norte”.

Permanece no alviverde até janeiro de (1971), após 78 apresentações, quando é transferido para o ABC (26 jogos), de onde sai em 1973 para o Ferroviário (25 partidas), onde encerra a carreira (1974), ainda a tempo de vestir a camisa azul do Riachuelo em três amistosos.

Com dados do Blog do FM

 

sábado, 16 de janeiro de 2021

Tong Ramos Vianna: O personagem da fotografia

Tong Ramos Vianna
A personalidade central deste segundo artigo é o então sargento Tong Ramos Vianna, que participa da fundação de uma loja maçônica (7/9/1939) dois dias antes da invasão da Polônia pelo exercito alemão.

Provavelmente, já em maio de 1943, serve em Natal durante a II Guerra Mundial, pois, no mês seguinte, se encontra envolvido na organização da temporada do Dolaport de João Pessoa contra o Clube Atlético Potiguar (promotor) e América.

O extinto Dolaport, clube com o nome de conhecida marca de cimento, chegou a ser vice-campeão paraibano (1944). Era vinculado à fábrica Portland da capital do vizinho estado.

Nas duas primeiras e únicas exibições no Estádio Juvenal Lamartine empata com o alvirrubro (3 x 3 – sábado, 5) e goleia o rubro-negro (2 x 6 – domingo, 6), cuja equipe, em formação, acaba apelidada de “Esquadrão de Aço” pelas exibições no campeonato estadual.

Ele pode ser considerado um homem de sete instrumentos no futebol. Fez parte do elenco atleticano – sucedâneo do Centro Esportivo Natalense – presidido pelo jornalista Djalma Carvalho de Albuquerque Maranhão (Natal, 27/11/1915 – Montevidéu/Uruguai, 30/7/1971) e depois comandado presidente da Federação, João Cláudio de Vasconcelos Machado (morto em 1976).

Também atua como treinador. E ainda encontrava fôlego e tempo para atuar como árbitro, como comprova a súmula de América 4 x 4 Santa Cruz/RN (domingo, 8/8) pela competição local.

A estadia natalense se prolonga até após a guerra, pelo menos a maio de 1946, como atestam fichas técnicas nos jornais A Ordem (o diário vespertino católico fundado em 1935) e Diário de Natal.

Inclusive participa da primeira exibição americana contra o Treze no Estádio Presidente Vargas (Campina Grande. Como diretor técnico.

Dados complementares, fora o nome, não existe. Pela internet a fotografia, primeira imagem dele veiculada na mídia local, e duas breves notas, inseridas no blog do carioca Elmo Fabiano.

Uma do falecimento, ocorrido no começo da tarde da terça-feira, 5/11/2013, devido pneumonia e problema cardíaco.

E do sepultamento, na tarde seguinte, do diretor do hospital geral do Exército (Benfica), tenente-coronel médico Tong Ramos Vianna, no cemitério São Francisco Xavier, no bairro do Caju, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Em 1957 é tenente, capitão (1962) e major (1972). Faz parte da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), fundada no Rio (1954). Em 2009 recebe homenagem dos pares pelos serviços prestados a maçonaria.

Transcrito do site “Navegos” (3/1/2020)