O zagueiro e médio-volante Odmar dos Santos é o segundo após o goleiro no Vasco da Gama
Pernambuco deixa de ser o
celeiro nordestino para dar vez ao futebol carioca
José Vanilson Julião
Odmar é o quarto em pé no Olaria (1966)
Já a partir de 1929, com a
chegada do paulista Renato Teixeira da Mota (América), atleta do Sport Clube
Recife, e nos anos 30 do pernambucano Hermes Marques de Aquino (ABC), campeão
pelo Torre, durante quatro décadas Pernambuco foi a principal fonte de origem de
craques para o Rio Grande do Norte.
Eventualmente era
importado alguém de outro estado nordestino, como o artilheiro do alvinegro, o
cearense Francisco Rodrigues da Silva, o “Xixico”. Ou o alagoano George Duarte
Marques para o alvirrubro em 1945. A lista é enorme e a variedade de clubes,
até pouco conhecidos, também.
Mas são assuntos para outra
reportagem específica pela largueza de informações. Pois o eixo regional fornecedor
começou realmente a mudar a partir da inclusão do ABC no segundo campeonato
nacional (atual Série A unificada e com pontos corridos), apesar da
participação na Divisão Especial em 1971.
Na esteira da inauguração
do Estádio Castelo Branco (João Machado a partir de 1989) em 1972 o “Mais
Querido” reforça o elenco com jogadores do futebol carioca, entre os mais
emblemáticos o uruguaio Danilo Nuñes Menezes e o companheiro de meio, José
Ribamar Celestino, o “Maranhão”.
Com passagens pelo Vasco
da Gama, assim como o lateral Antônio Feliciano da Costa, “Sabará”, o goleiro Sebastião
Botelho Filho, “Tião” (Bonsucesso) e o lateral Rildo da Costa Menezes (Botafogo
e Santos), um dos pivôs do desligamento do Brasileiro seguinte, que acaba na
indicação do América, o vice estadual.
Se o rival contrata
oriundos do Sudeste o alvirrubro não fica atrás. Com a chegada do treinador carioca
Maurílio José, o “Velha”, no segundo semestre do mesmo ano, ele é o responsável
por trazer atletas com quem trabalhara em clubes pequenos do Rio de Janeiro e
no interior baiano.
O técnico “Velha” havia
substituído Francisco Freire de França (Tonício), alçado do juvenil para o
lugar do pernambucano Cido, e assume na vitória de 1 a 0 sobre o Centro
Sportivo Alagoano (25/11/1972) na segunda fase do campeonato nacional da
segunda divisão, quando o time acabou na quarta colocação.
Entre os primeiros cariocas
já estava o meia Carlos Alberto ‘Naúva’, que permaneceu para a temporada
seguinte, e logo no primeiro amistoso em janeiro e para a Taça Cidade de Natal,
o elenco é “inchado” com o pessoal do Rio.
Chegam o goleiro Antônio Ferreira,
o “Sombra”, o zagueiro Odmar dos Santos (17/5/1946) – Vasco da Gama, Olaria,
Portuguesa, Jequié e Bonsucesso –, o lateral Cosme da Silva, o ponta-direita
Almir de Souza Lima Júnior e o meia Afonso Souza da Cunha (Afonsinho)
Mais o atacante Gonçalves
e o ponta-esquerda Gilson Porto (Fluminense/Feira de Santana, Bahia, Corinthians
e Internacional). Os reforços continuam chegando entre fevereiro/março: o
zagueiro Francisco Amorim Chaves (Chico) e o goleiro Ubirajara Dias Ribeiro.
Os frutos são colhidos com
a conquista do torneio antes do estadual na primeira vitória (1 x 0, gol do
ponta-direita Olavo Teodoro de Oliveira, outro oriundo) após 16 jogos. Mas não
impedem o insucesso do falastrão treinador, pois o alvinegro conquista o
tetracampeonato estadual.
Com a chegada de Sebastião
Leônidas para o primeiro campeonato nacional americano de primeira divisão ou
série principal, alguns jogadores são aproveitados, e outros chegam, como o lateral Ivan Silva (recordista de jogos, de títulos e com dez anos de casa, como Bagadão), o
atacante Hélcio Batista Xavier, o zagueiro gaúcho Luiz Carlos Scala e o goleiro
Otávio César Correia Filho (Portuguesa/RJ).
Sem descuidar da prata da
casa. Além do ciclo dos oriundos do Rio Grande do Sul. O que são outras histórias...
Odmar dos Santos é o quarto em pé no primeiro ano em que joga pelo clube de São Januário |
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