sábado, 30 de setembro de 2023

O americano "Alemão" é homenageado em Portugal

A esposa Sandra e Joaquim Filho

José Vanilson Julião

O falecido atacante pernambucano Joaquim Ramos de Souza (1945 - 2019), o “Alemão”, tem sido freguês de caderninho em postagens neste espaço, como figurinha carimbada no histórico álbum de recordações do torcedor americano, sempre que a oportunidade aparece.

A primeira vez nos 50 anos, coincidiu com o desaparecimento, como autor de dois gols na série de quatro jogos do título de 1969 contra o ABC.

O primeiro na terceira partida e mais um, com outro de João de Deus Teodósio, “Bagadão”, na vitória de 2 x 0 no último jogo.

A data coincidiu com o título de 2019, ano do centenário da primeira taça do América (1919).

Agora, neste sábado (30), a trajetória de “Alemão” é relembrada e registrada em livro de autoria do militar aposentado português Adriano Gastão de Oliveira Moreira, de 82 anos, morador de Paredes, em Portugal.


A obra foi entregue em solenidade ao filho do jogador, Joaquim Ramos de Souza Filho. O verbete – em duas páginas – sobre “Alemão” com dados colhidos e fornecidos pela nora Sandra Ramos.

“PRESTAR TRIBUTO A QUEM O POVO NÃO ESQUECE”, eis o título do livro de Adriano Gastão Moreira, também envolvido com escotismo em Paredes.

“Alemão”, depois de atuar no futebol pernambucano, alagoano e potiguar, entre 1965 e 1971, se transferiu para Portugal.

Entre os principais clubes na carreira estão Clube de Regatas Brasil, América de Recife, Sport/PE e América de Natal.

Na Europa o currículo consta de passagens pelo Beira-Mar, Sporting Covilhã, Espinho, Lusitânia, Bragança, Riopele, Marco e Paredes, encerrando a carreira no biênio 83/84.

"Coincidentemente a homenagem é prestada no dia do aniversário de minha mãe (falecida em 2020), Maria Lúcia Ramos de Souza", diz Joaquim Filho.

 

Páginas com o verbete com mini biografia de Joaquim Ramos (Alemão)

NOTA DO REDATOR
: as fotografias foram cedidas pelo filho do antigo jogador do América/RN.

Antigo atleta americano joga pelo Botafogo, Fluminense e... Vasco da Gama!


Três botafoguenses vestem a camisa do outro alvinegro em 12 partidas pelo continente europeu

José Vanilson Julião

Carvalho Leite, um dos cedidos pelo BFC

O Paulistano havia sido o primeiro clube brasileiro a excursionar pela Europa (1925) quando o Vasco da Gama se torna o primeiro carioca a viajar ao velho continente (1931).

O clube de São Januário ainda usa as camisas negras (sem a faixa diagonal preta ou branca conforme o caso a partir dos anos 40) para desfilar em gramados de Portugal e Espanha.

Com destacados espaços em jornais europeus como resultado imediato permanecem por lá dois integrantes da delegacia: o goleiro Jaguaré Bezerra Vasconcelos (conhecido como “Dengoso”) e o atacante Fausto, apelidado de a “Maravilha Negra”.

A delegação desembarca no caís Mauá (16 de agosto) no mesmo navio em que atravessou o Atlântico na ida: o “Arlanza”. Posteriormente os cinemas cariocas exibem um documentário com as exibições.

Diretores: capitão Orlando Eduardo da Silva (diretor técnico), Eduardo da Fonseca Filho (tesoureiro), José da Silva Rocha (Rochinha) e o treinador Harry Welfare, antigo futebolista do Fluminense.

Jogadores: Waldemar Sá Couto Guimarães (goleiro), Luiz Gervazoni (Itália), Alfredo Brilhante (zagueiros), Alfredo Tinoco, Sebastião Paiva Gomes (Molla), Luiz Ferreira Nesi, Antônio Castro Reis (Rainha) (meias). Daniel Augusto Magdalena (Baianinho), Carlos Paes (84), Moacyr Siqueira de Queiroz (Russinho), João Ghisoni, Mario Mattos e Sebastião Sant'Anna (atacantes).

Além dos emprestados Fernando Giudicelli (Fluminense), Nilo Murtinho Braga, Carlos Carvalho Leite e Benedicto de Moraes Menezes (trio botafoguense), pelo entendimento com a AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos).

 

CAMPANHA

Vasco 2 x 3 Barcelona (28/6) – Nilo e Carvalho Leite

Vasco 2 x 1 Barcelona (29/6) – Carvalho Leite e Russinho

Vasco 1 x 2 Celta (5/7) – Russinho

Vasco 7 x 1 Celta (7/7) – Baianinho (três), Nilo (dois), Russinho e Mário Matos

Vasco 5 x 0 Benfica (12/7) – Mário Matos, Russinho (dois) e Nilo

Vasco 4 x 2 Benfica/Vitória/Casa e Pia (15/7) – Russinho (três) e Nilo

Vasco 3 x 1 Porto (19/7) – Russinho, Carvalho Leite e Nilo

Vasco 9 x 2 Varzim/Boa Vista (22/7) – Tinoco, Benedito (três), Sant’Anna (dois) e Fernando

Vasco 6 x 2 Ovarense (24/7) – Russinho (três), Nilo, Baianinho e Carvalho Leite

Vasco 1 x 2 Porto (26/7) – Carvalho Leite

Vasco 1 x 1 Vitória (30/7) – Carvalho Leite

Vasco 4 x 1 Sporting (2/8) – Nilo (dois), Carvalho Leite e Ghisoni

 

FONTES/IMAGENS

Correio da Manhã

Diário de Notícias

Almanaque do Vasco da Gama

Centro de Documentação/Vasco da Gama (Henrique Hübner)

Clube de Regatas Vasco da Gama

José Augusto Campos

Kike da Bola

Memória Vascaína (17/8/2016)

NetVasco

Revista 10

Súmulas Tchê

Walmer Peres Santana (historiador)

Antigo jogador do América/RN levanta taça que homenageia Ramiro Gomes Pedrosa

O presidente tricolor: Arnaldo Guinle

O futebol, a filantropia e os grandes negócios entre as atividades do aristocrata potiguar

José Vanilson Julião

O carioca Nilo Murtinho Braga já se encontrava no Fluminense em setembro de 1923.

Tanto é que está na ficha técnica do amistoso contra o Sport de Juiz de Fora (quinta-feira, 1 de novembro).

Quando levanta a Taça Ramiro Gomes Pedrosa, em homenagem ao dirigente norte-rio-grandense de Macaíba.

No jogo principal 3 x 1 para os tricolores. Na preliminar o escore também é favorável ao visitante (4 x 3).

Para o sábado era esperado o retorno do benemérito, patrono e presidente “pó de arroz”, Arnaldo Guinle (Rio de Janeiro, 2/3/1884 – 26/8/1963) da Europa.

Ás vésperas do Natal de 1924 RGP está envolvido na comissão “pecuniária” para as festas das crianças pobres, o que se repete no ano vindouro.

As atividades como dirigente de futebol, as ações filantrópicas, eram afazeres nos horários e dias intermediários as responsabilidades mais particulares.

Na tarde da terça-feira (26/7/1927) está no Centro Industrial de Fiação e Tecelagem do Algodão, primeiro andar do número 61, na Rua da Candelária, centro do Rio.

Entre os presentes o senador norte-rio-grandense Juvenal Lamartine, que seria eleito presidente (governador) no ano seguinte.

E representantes da Superintendência do Serviço do Algodão do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio.

A atividade algodoeira movimenta 80 milhões e 500 mil quilos do produto em 329 fábricas, empregando 130 operários e 1 milhão de contos de réis aplicados nas unidades fabris.

No mesmo encontro quem se fazia presente era Waldemar Joppert, um daqueles futebolistas do passado.

E tudo tinha a ver com Fernando Gomes Pedrosa, o introdutor do futebol no RN, irmão de Ramiro, que tanto lutara pela melhoria da produtividade e classificação do algodão para exportação.


FONTES/IMAGENS

O Paiz

Carlos Ferreira

Fluminense FC

Flunomeno 

Antigo jogador do América/RN é contemporâneo de Ramiro Gomes Pedrosa no Fluminense

Time do América/RN campeão do Torneio Início e do campeonato local em 1919

José Vanilson Julião

O antigo jogador do Riachuelo e agora dirigente do Fluminense, o aristocrata potiguar Ramiro Gomes Pedrosa, já havia sido homenageado como patrono de uma taça em amistoso na cidade mineira de Juiz de Fora (na primeira semana de novembro de 1923 contra o Sport local), o médio-direito Floriano Peixoto Corrêa como aquisição tricolor em março de 1924, mas a grande novidade como reforço para a temporada vem do rival Botafogo Futebol Clube.

O “Pó de Arroz” havia sido tricampeão metropolitano (1917/18/19) e entra a temporada com um elenco envelhecido e um jejum de três anos, quando o noticiário dos jornais cariocas é sacudido e repercutido entre os torcedores com a contratação do ex-atacante botafoguense Nilo Murtinho Braga (Rio de Janeiro, 3 de abril de 1903 – 7 de fevereiro de 1975), que havia iniciado a carreira efetivamente no juvenil do próprio tricolor e acaba campeão Carioca.

Apesar da diferença de idades e das épocas, provavelmente o diretor Ramiro Gomes Pedrosa, por ter nascido no Rio Grande do Norte, e Nilo Murtinho Braga, devem ter trocado reminiscências sobre a capital potiguar, pois o segundo esteve um curto período em Natal como jogador e campeão pelo América (1918/19). Época em que os tios Frederico (um dos fundadores do ABC Futebol Clube), o “Fred” e Emanuel residiam na cidade como funcionários de repartições públicas.

Ao retornar ao Rio de Janeiro – onde começara no futebol pelo Sport Club Curupaity (fundado em 8/6/1914) – estreia no primeiro quadro pelo “Glorioso” contra o Bangu (2 x 0 – 7 de dezembro de 1919). Permanece no alvinegro até 1922, quando por divergência se transfere para um atualmente desconhecido “Brasil” da segunda divisão, de onde sai para o Fluminense.

O estranho mesmo é a atribuição de pelo menos 21 jogos pelo América (Wikipedia) quando se sabe que o alvirrubro potiguar não chegou a realizar tantos jogos nas temporadas 1918/19 (pela contabilidade do blog não passa de 13!).

Na seleção brasileiro Nilo (ou Fernando segundo outra fonte) entra em campo 21 vezes (com cinco amistosos na soma) e 16 gols (seis não oficiais).

O meia-direita botafoguense Nilo Murtinho Braga no selecionado nacional na Copa de Mundo/1930


FONTES

Folha de São Paulo

Datafogo (Cláudio Falcão)

Mundo Botafogo (Ruy Moura)

Pedro Varandas

Renato Lanna Fernandez: Fluminense – A construção de uma identidade clubística no futebol carioca (1902/1933) – Curso de Mestrado (Fundação Getúlio Vargas – março/2010) 

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Ramiro Gomes Pedrosa "imita" Raul Maranhão como personagem de Mário Filho

O meia Laís/Foto: El Gráfico/Argentina

José Vanilson Julião

O ex-jogador do Fluminense Arthur Antunes de Moraes e Castro (Rio de Janeiro, 11/11/1889 – Maringá, 20/12/1963), o “Laís”, foi quem fez o convite para o teste e aprovação do player Floriano Peixoto Corrêa, mas quem caía com a grana era a turma de ricaços e milionários do tricolor.

O antigo meia (113 jogos e dois gols) e depois treinador e árbitro (apitou Brasil 2 x 0 Ferencváros – 10/7/1929) foi campeão carioca em sequência (1917/19) e pelo selecionado nacional atuou nove vezes (1921/22), sendo campeão da Copa Roca.

Laís foi quem manteve os primeiros entendimentos para que Floriano Peixoto deixasse o Exército e se alojasse na sede do clube, no bairro das Laranjeiras, na Zona Sul. Certamente com o aval de Ramiro Gomes Pedrosa.

A fama de mão aberta do aristocrata potiguar se alongou no tempo e chegou ao livro “O Negro no Futebol Brasileiro”. Diz o autor (Mário Filho): - ...Nunca os jogadores do Fluminense haviam passado tão bem. O diretor Ramiro Pedrosa andava inventando coisas para agradar os jogadores: almoços, jantares, presentes, passeios...

“Depois do treino levava os jogadores para a Toscana, quase sempre estava com um monte de entradas de teatro no bolso, do São José, do São Pedro, do Trianon, do República, do Lírico ou do Municipal”, relata o jornalista pernambucano na obra lançada em 1947.


FONTES

CBF

Seleção Brasileira – 1914/2006: Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf

O Negro no Futebol Brasileiro – Mário Leite Rodrigues Filho (1947)

Ramiro Gomes Pedrosa x Floriano Peixoto Corrêa na "academia"

A centenária, histórica e suntuosa sede do Fluminense no bairro das Laranjeiras

José Vanilson Julião

Os episódios envolvendo o antigo futebolista aristocrata potiguar no Rio de Janeiro e agora dirigente do Fluminense, Ramiro Gomes Pedrosa, e o “player” Floriano Peixoto Corrêa, em meados dos anos 20 – relados em livro-depoimento do atleta – virou um dos alvos de tese acadêmica de história. (*)

A obra “Grandezas e Misérias do Futebol do Futebol” (1933) coincide e é lançada em meio as discussões da mudança do sistema de relação entre os clubes e os jogadores. Ou seja, durante a transição do modelo amadorismo “marrom” para o profissionalismo vigente na Europa e praticado pelos vizinhos da América do Sul: Argentina e Uruguai.

“Dedico à memória de meus companheiros de football que morreram na indigência depois de terem contribuído para a glorificação do soccer nacional – humildes operários que à custa de sacrifícios enormes inclusive o da própria vida, legaram aos clubs os estádios de cimento armado que que estes ostentam hoje...”, eis a epigrafe do livro.

Convidado pelo diretor Arhur de Morais e Castro, o “Lais”, e aprovado em teste no tricolor estreia em março de 1924. E de imediato começam as relações incestuosas com os diretores das Laranjeiras, como o já mencionado fato de subir a serra de Itatiaia para a fazenda de Ramiro Gomes Pedrosa, alvo de situações, digamos, engraçadas, a seguir.

Numa das passagens do livro Floriano Peixoto diz: - ...Meu surrado guarda-roupa se resumia a um terno de casimira marrom cedido por empréstimo pelo milionário Ignácio Nogueira, torcedor ferrenho, o qual, encantado com minhas atuações achou de bom alvitre prestar-me este obséquio...

Ramiro Pedrosa, o do palacete em Petrópolis, era considerado um “mão aberta”. E chegava a ser “explorado” pelo jogador. – As vezes estava na cidade, telefonava para ele pedido desculpas, não ia chegar a tempo para treinar. Ramiro perguntava onde estava e dizia que em Petrópolis, sendo orientando a pegar um táxi...

Corrêa demorava-se um pouco na cidade, calculando o tempo do percurso Petrópolis – Rio. Quando saltava o porteiro do Fluminense, na sede das Laranjeira, já estava na calçada com uma cédula de 500 mil réis. Não era preciso tanto. Floriano metia 300 no bolso e devolvia 200. “O troco, seu Ramiro...”

A narrativa está no livro “O Negro no Futebol Brasileiro”, do jornalista pernambucano radicado na metrópole, Mário Leite Rodrigues Filho, também responsável por contar as peripécias de Raul Barreto de Albuquerque Maranhão (o primo de Ramiro), mas dentro do campo.

*Tiago Augusto de Deus Nogueira Silva – As Lutas e as Mazelas nos Bastidores do Futebol: Os últimos anos do falso amadorismo (1926-1931) – Universidade de São João Del Rei (2019)

Jogador-escritor põe o potiguar Ramiro Gomes Pedrosa na literatura esportiva


José Vanilson Julião

O prenúncio de que o aristocrata potiguar na sociedade carioca Ramiro Gomes Pedrosa, nascido no Rio Grande do Norte, está prestes a entrar para a literatura esportiva, bem antes que o primo Raul Barreto de Albuquerque Maranhão pelas mãos do cronista Mário Filho, vem do jornal “Correio de São Paulo” (sexta-feira, 7 de abril de 1933).

“Grandezas e misérias do futebol brasileiro”, um livro de memórias sobre que o médio-direito mineiro Floriano Peixoto Correa (Itapecerica, 14/5/1903 – Argélia, 19/9/1938) “vai lançar em breve”, diz o jornal da capital paulistana. “Estou precisando de dinheiro”, afirma o então player.

O nome volta a ser explorado pela imprensa com a reedição da obra neste século. E mais recentemente com a decisão estapafúrdia da CBF em reconhecer e equiparar um torneio com quatro times ao Brasileiro. Ele era o treinador do Atlético Mineiro na ocasião (1937).

Floriano começa a jogar na escola. matricula-se no Colégio Militar/Barbacena (1916). Joga no Infantil Futebol Clube, Mayrinck e no Paissandu. Transfere-se ao Colégio Militar/Porto Alegre (1919), ingressando no Internacional (1920/21) e participou de amistosos na primeira temporada. Era conhecido como “Carioca.”

Com a morte dos pais (1920) não teve condições de prosseguir os estudos e desliga-se do Colégio Militar (1921), mudando-se para Caxias do Sul, quando atua pelo Juvenil (depois Juventude). Apesar do futebol ainda ser considerado amador, pagava-se certa remuneração aos atletas.

Joga no Porto Alegre (1922) e Grêmio (1923), sendo convocado para a Seleção Gaúcha. Assenta praça na VIII Companhia de Metralhadoras Pesadas é convocado pela Liga de Esportes do Exército para a Seleção do Exército que enfrentou a Marinha, no Estádio da Gávea (Exército 2 x 1 Marinha).

No III Regimento


de Infantaria (1924), na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, joga pelo Fluminense. Campeão carioca, os dirigentes o convencem a dar baixa. No ano seguinte é campeão brasileiro de seleções. Recebe o apelido de "Doutor da Bola" e foi convocado para o Sul-Americano em Buenos Aires.

Volta a ser campeão de seleções (1927). No mesmo ano [e acusado de "vender-se" ao América. Dispensado, ingressou no alvirrubro, sendo campeão carioca (1928). E novamente campeão de Seleções. Ganha o apelido de "Marechal da Vitória" (uma alusão ao outro marechal).

Na final do campeonato de 1929 o América foi derrotado pelo Vasco da Gama e Floriano foi acusado de suborno. Em 1930 começou o carioca pelo São Cristóvão, mas desistiu do futebol, mas atua três meses pelo Barretos até aceitar convite do Santos em agosto de 1930.

Em 1931 foi vice-campeão paulista. No final do campeonato foi acusado de tentar subornar jogadores do Juventus, junto com o atacante Feitiço, mas foram absolvidos.

Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 serviu como soldado VII BCR, dos rebeldes, participando dos combates. Em 1933 publicou o livro pela Flores & Mano Editores (Rio de Janeiro), no qual conta os bastidores da carreira e a relação com os dirigentes.

No mesmo ano transfere-se para o Atlético, onde jogaria até 1935. Em 1936, como técnico, levou o título do Torneio dos Campeões. Retornou ao Rio, contraiu tuberculose. Buscando tratamento, foi para Nice. Depois seguiu para a colônia francesa africana. O local da morte é controverso: Oran ou Argel (Argélia) ou Dacar (Senegal).


FONTES/IMAGENS

Correio de São Paulo

Jornal dos Sports

Acervo Histórico do Santos

Bangu Atlético Clube

Futebol & Outras Histórias

Galo Digital

Galopedia

Goal Brasil

Grêmiopedia

Ludopedio

No Ataque

Só Súmulas

O Gol

UP9 

O potiguar Ramiro Gomes Pedrosa na sociedade carioca

Floriano na mira de Ramiro

José Vanilson Julião

A revista “Vida Esportiva” (173 – 18/12/1920) publica nota (página 11): “Para Petrópolis” com lista de 12 personalidades, entre elas Ramiro Gomes Pedrosa:

“O Rio ficará privado ainda este mês das seguintes pessoas, elementos de alto destaque na sociedade carioca.”

Torcedor fervoroso torna-se sócio e diretor do Tricolor das Laranjeiras, o aristocrático bairro da Zona Sul no então Distrito Federal.

Aparece a primeira menção como dirigente tricolor na homenagem “Taça Ramiro Pedrosa” (1/11/1923), ganha em amistoso (4 a 1) contra o Sport de Juiz de Fora/MG.

O time: Álvaro, Bayma, Léo, Estanislau, Nascimento, Dimas, Zezé, Coelho, Nilo, Ribeiro e Moura Costa. Técnico: Pode Pedersen.

Por esta época aparece como negociante (Almanaque Laemmert/1927) com endereço na Rua da Alfândega, 51, sobrado. Residente na Rua Marques de São Vicente 326.

Na mesma edição e na mesma seção do famoso e histórico impresso que circula desde o século anterior ainda consta o endereço da firma Pedrosa Joppert & Companhia.

No negócio de corretagem de mercadorias com serviços de comissões e consignações na Rua São Pedro, 26, telefone 14231, caixa do Correio 1067, telegrama “Pedrosa”.

Ainda como diretor tricolor (1936) leva jogadores a passeio na fazenda na estrada do Cazunga (topônimo do rio), município de Itatiaia, antigo Estado do Rio.

Conta o “player” Floriano Peixoto Correa (personagem a ser detalhado): “Entreguei o destino nas mãos daqueles que se diziam meus amigos. Amador de futebol não tinha emprego.

Dormia na sede do clube e era socorrido pelos diretores Arthur Morais e Castro (Lais) e Ramiro Pedrosa, que, para que me dedicasse por inteiro ao Fluminense, trataram de conseguir minha baixa do Exército”.

Prossegue – Livre da farda desfruta a vida de capitalista sem capital. Para acompanhar a sociedade carioca subi para Petrópolis, a fim de fazer a estação estival. O convite de Ramiro Pedrosa, no seu palacete da Rua Bolívar. Comigo subiram Nilo e Zezé. A disposição automóvel de luxo e montarias fogosas.

Ramiro ainda era metido com cavalos. Sendo substituto do empresário Lineu de Paula Machado (Rio Claro, 27/10/1880 – 28/9/1942) na ausência deste na diretoria do Haras São José e Expedictus, fundado no século XIX pelo paulista ao lado do pai Francisco Vilella de Paula Machado, casada com uma neta do primeiro visconde de Rio Claro.

 

FONTES

Almanaque Laemmert

Almanaque O Paiz

Vida Esportiva

Flunomeno

Fluminense Football Club: histórias, conquistas e glórias... – Antônio Carlos Napoleão

Goleiros: Heróis e Anti-Heróis da Camisa 1 (Paulo Guilherme Guri – 2014)

Grandezas e Misérias do nosso futebol – Floriano Peixoto Correa – Flores & Manos Editores/1933

 

Ramiro Gomes Pedrosa casa com a irmã do presidente do Riachuelo


José Vanilson Julião

Na virada de 1909 para 1910 os irmãos Raul e Mário Barreto de Albuquerque Maranhão, mais o primo Ramiro Gomes Pedrosa, ao que parece, não estão mais envolvidos com o futebol.

Pelo menos dentro das quatro linhas do retângulo.

De Mário pouco se sabe ou quase nada. Raul faz o curso de Direito e ainda encontra tempo para se envolver com literatura.

Publica o livro – hoje uma raridade – “Rimas Hilozoyastas” (1914). O que força o redator a recorrer ao dicionário.

Hilozoísmo: substantivo masculino (Filosofia) Doutrina segundo a qual a matéria é dotada de vida, ou a matéria e a vida são inseparáveis. Aplica-se particularmente às teorias rudimentares dos filósofos jônicos.


Existe exemplar autografado e depoimento do filho Mário (sic), conforme o site carioca “Marcelino Livreiro e Leilões”.

Quanto ao Ramiro o almanaque do jornal “O Paiz”, sai no final do ano, o coloca no elenco do clube suburbano para 1910, mas acaba não participando do elenco.

Em 1913 Ramiro aparece como sócio de um dos irmãos Joppert – aqueles jogadores e fundadores do Riachuelo Football Club, do bairro homônimo, no entorno de São Cristóvão, Zona Norte do Rio de Janeiro.

A essa altura já está casado. Com Regina. A quem conhecera por meio dos antigos amigos de futebol.

E não poderia ser diferente. Tampouco mera coincidência: a sortuda é irmã dos Joppert.

No mesmo ano nasce o primeiro filho. Cujo nome não podemos revelar agora. Mas no futuro.

Na sequência. Pois se trata de mais um furo de reportagem deste JORNAL DA GRANDE NATAL.

 

FONTES

A Noite

O Paiz

Dicionário On Line de Português

Marcelino Livreiro e Leilões

Márcio Pinho Leiloeiros