Artigo de “A República” (8/8/1929) não é inédito, mas é mais uma “prova do crime”.
Em seguida um histórico da “Vila Amélia” ou “Principado do Tirol”.
“Samba, cocos e cateretês”
Oscar Wanderley
"Naquela noite, depois de havermos volteado ruas
e avenidas da cidade, já quase às vinte horas reunimo-nos na “Villa Cascudo”,
em volta de uma sala iluminada e florida. Éramos seis. O Mário de Andrade,
curvado sobre o piano a beber, com atenção reverente e concentrada, todas as
toadas e canções que lhe diziam, em surdina alguns dos que ali estavam; o
Alberto da Câmara, cioso por penetrar o gabinete de estudos do Luís Cascudo e
lá concentrar-se por minutos ao menos nas páginas claras, transparentes e maravilhosas
de alguns prosadores sentimentais; o Arari Britto, a revelar-nos, vez por
outra, certas novidades extravagantes e burlescas; o José Hugo, o Zezé das
nossas rodas desportivas, filtrando, através das suas palavras, a alegria
jovial que lhe ia n’alma; o Vicente Gama, preocupado, mais que nós outros, com
o motivo dos “choros” e dos “cateretês” e eu."
Pedro Velho de Albuquerque Maranhão
O LOCAL
O coronel da
Guarda Nacional e comerciante Francisco Justino de Oliveira Cascudo (1863 – 1935)
foi importante foreiro do bairro de Cidade Nova (atuais Petrópolis e Tirol).
Francisco
Cascudo comprou a propriedade (1913) ao arquiteto mineiro Herculano da Silva Ramos
(Mariana, 1854 – Belo Horizonte, 1928) por 20 mil réis (ou dez contos –
$10:000.00).
Sendo equipada
com móveis que pertenceram ao governador e senador Pedro Velho de Albuquerque
Maranhão (1856 – 1907), “sofás imensos e cadeirões fofos, dignos das
saias-balão”.
A sala de
visitas com pinturas a óleo do pintor espanhol Rafael Fuster, dois salões de
jantar, biblioteca, moinho de vento que abastecia com água encanada e uma área
com árvores frutíferas.
O terreno de
3.053 metros quadrados tinha limites ao norte com a Rua Jundiaí, sul com terrenos
de Pedro Cardoso, leste Avenida Rodrigues Alves e oeste terrenos de Rodolpho
Menezes (Carta de aforamento de 10/5/1905).
Por volta de 1933 Câmara Cascudo está morando na
residência da Avenida Junqueira Aires (atual Câmara Cascudo), que pertencia ao
sogro, o desembargador José Teotônio Freire (1854 – 1944.
A casa havia sido adquirida do industrial Afonso Saraiva
Maranhão (1910), mas foi negociada com a sogra Maria Leopoldina Viana Freire
(1947).
FONTES/IMAGENS
Instituto Ludovicus
Fatos e Fotos de Natal Antiga
Pense Numa Notícia
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