sexta-feira, 1 de setembro de 2023

"Zé do Pote", campeão pelo Alecrim e no Racing das Rocas

Francisco José de Souza, o "Zé do Pote", é o goleiro do Racing das Rocas entre 1963/66

José Vanilson Julião

O assunto não é nenhuma novidade, mas sempre desperta curiosidade. Inclusive foi abordado em livros dos jornalistas José Procópio Filgueira Neto e Everaldo Lopes Cardoso.

Desde os anos 30/40 que os estranhos e engraçados apelidos no futebol chamam a atenção da imprensa.

Para não chover no molhado e ser repetitivo, no tema exposto com maestria pelo jornalista Kolberg Luna Freire Lima, numa coluna que tinha num site local, vamos ao que interessa.

O personagem da vez, se não é considerado figurinha destacada nos anais do futebol potiguar, pode se dizer que ficou registrado eternamente nas páginas impressas.

Contrariando pela primeira vez o memorialista José Ribamar Cavalcante – aquele da biografia recentemente lançada, digo que “Zé do Pote”, se não foi titular, vestiu a camisa do Alecrim.

O curioso codinome veio à tona recentemente em um comentário que não passou desapercebido em rede social.

A filha, a evangélica Maria, tira do limbo a alcunha e disse que o pai Francisco José de Souza jogou pelo Racing do bairro das Rocas.

Mas tudo começa com o “Diário de Natal” (segunda-feira, 16/1/1961). Registro do Torneio Início da Liga das Quintas.

O jornal diz que a Liga “Deixou os campinhos de terra batida para o asfalto e a competição é realizada no Juvenal Lamartine.” Campeão do desfile Bangu. Segundo colocado Penarol.

Realçou também os apelidos sugestivos. “Enumerá-los seria ocupar grande espaço necessário para outras matérias.”

Porém destaca: Zé do Pote (goleiro), Cheirinho, Lambretinha, Pelado, Cesteiro. Patinha e mais umas três alcunhas curiosas.

No ano seguinte já está entre os boleiros conhecidos. O “Diário de Natal (sexta-feira, 19/10/1962) anuncia em pequena nota a decisão do primeiro turno de aspirantes para o domingo seguinte.

Invicto na competição (assim como na categoria juvenil e no titular até então) o time esmeraldino vence o ABC (1 a 0) e encerra com três pontos de diferença (jogava pelo empate).

Os campeões: Zé do Pote, Golinha, Chicão, Coqueiro, Mário, Mangueira, Orlando, Macaíba, Genival (autor do gol), Paulo e Índio (Galdino).

O Coqueiro em questão é o depois treinador José Ribamar Coqueiro, que treinou o América em rápida passagem, e comandou o Atlético por 20 anos.

Quanto ao ponta-esquerda Francisco Galdino Rosa (21/6/1941) participou da campanha invicta do título de profissionais em 1968.

Esteve no Central (Caruaru), no futebol português e veio encerrar a carreira no Riachuelo Atlético Clube (1972).

Em 1963 já há registro dele no Racing. Mas o auge acontece em 1966. Ano em que o clube conquista mais um título pela liga amadora do bairro.

O torneio iniciou com o Ideal de Petrópolis, treinado por Orlando Maia, fazia campanha invicta até se encontrar com o Palmeiras.

A decisão do turno (domingo, 18/9) no Estádio Senador João Câmara. Com arbitragem de árbitro tarimbado, Luís Barbosa, o “Izinho”, e renda de 114 mil cruzeiros.

Terminam empatados na reta final da fase e na decisão Racing 1 x 0 Palmeiras (Ivan, primeiro tempo).

Ribamar não lembra o resultado da final (1 x 0 ou 1 x 1?) também contra o rival alviverde, mas escala o time:

Geraldo, Didida, Zé do Pote, Moacir, Cândido, Renilson, Didi, Ribamar, Lêdo, Nilo e Damião. Treinador: Wilson ‘Baú’ Honório.

 

FONTES/IMAGEM

Diário de Natal

Tribuna do Norte

Súmulas Tchê

Arquivo pessoa/Ribamar Cavalcante

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