A fonte de Santa Cruz da Bica, no Baldo, onde Leinhardt comprou uma chácara
José Vanilson
Julião
A Lei “Rocha
Fagundes”
(1882), que sistematiza o abastecimento de água na capital potiguar, começa a surtir efeito com os indícios de que no começo dos anos 90 do século XIX é uma
realidade.
Felipe Leinhard começa sozinho mesmo e só depois é que
entra o sócio Nicolau
Bigois como investidor. A prova é que
somente o nome dele aparece em contrato para fornecimento do líquido para a Escola de Aprendizes Marinheiros desde 15
de maio de 1890.
Em janeiro de 1892 o redator de “A República” e convidados se dirigem a chácara de Leinhardt, na “Bica”,
para ver, como propaganda para futuras encomendas, o funcionamento de um poço artesiano perfurado com uma máquina a vapor vinda do Rio de Janeiro.
Em setembro de 1893 a Intendência Municipal publica pedido de despacho de Leinhardt
para que seja obstado o fornecimento pela companhia de estrada de ferro aos
navios ou vapores ingleses.
Bem posteriormente, já com a sociedade feita, aparecem os problemas e as
divergências entre o poder público e a empresa concessionária. A firma recorre ao jornal “A República” (sexta-feira, 29/10/1897) com extensa nota ao público:
para esclarecer alguns problemas referentes a concessão e que vão
recorrer ao judiciário
para rever pontos do contrato de 25 anos, prazo considerado insuficiente para
resguardar ou garantir os investimentos, inclusive os extras triplicados.
Inclusive, em um dos pontos relatados, diz que a fonte
da “Bica” não era suficiente para garantir todo o fornecimento de água, sendo obrigados instalar canos de maior diâmetro e forçados
a construir um poço na
mesma propriedade e a implantar mais um moinho para auxiliar a máquina a vapor do reservatório, além de
outros equipamentos pela cidade.
Apesar dos problemas da burocracia e da legislação a empresa continua a todo vapor. Um mês depois a imprensa publica nota explicando que
resolver não “sentar ou abrir penas por conta de inquilinos e sim
pelos proprietários
da casa”. E
que não aceitam reclamação verbal, somente por escrito.
As reclamações
devem ser dirigidas ao endereço da
“Empresa de água
Natal” (jurídico
Bigois & Leinhardt), na Praça 28
de Novembro, antiga da República
13. Que viria a ser transferida para Empresa Melhoramentos de Natal com a saída do Leinhardt (1900) e repasse da viúva Bigois (1908).
FONTES/IMAGENS
A República
Fatos e Fotos de Natal Antiga
Sindágua
Nogueira, Helena de Cássia – As Primeiras décadas da eletricidade e do saneamento básico na capital paraibana (1900/1940) – UFPB/2005
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