José Vanilson Julião
A grande aventura brasileira do francês Alfredo Gassier praticamente começa na primeira semana de julho de 1869, quando já se encontra estabelecido na Rua do Imperador, 52, no Recife. Vendendo bilhetes para o “Grand Festival” com 80 músicos francesas com direção de Jules Poppe.
O diretor franco, mister J. Poppe, vinha se apresentando com esposa, a cantora e dançarina mademoiselle Mathilde Poppe no Teatro Ginásio Campestre.
E arquitetando o espetáculo em reuniões na fábrica de cervejas do prussiano Henrique José Leiden (começa com a primeira indústria cervejeira no Rio de Janeiro), no mesmo endereço do parágrafo a seguir.
O fenomenal acontecimento artístico está marcado para o mesmo dia do anúncio no “Jornal do Recife” (sexta-feira, 9) nos jardins da “Brasserie Leiden & Companhia”, na Rua do Sebo 35.
O programa consta de seis itens e a apresentação imitativa de uma polca pelo professor J. Coelho.
Nos anos seguintes está em negócios de importação de vinho e azeite.
E na “única” (sic) fábrica de cerveja da Rua da Florentina 20: “Chair & Gassier”.
Quando desmente em jornal o boato de que há um outro sócio, mas
em 9/10/1871 aparece como vendida a Alexandre Américo de Caldas Brandão.
A sinistra e azarada história do Hotel Universal inicia-se com o caso do cozinheiro francês Jan Marie, ferido no braço esquerdo ao se defender
de um golpe de faca desferido por um escravo, e não indenizado pelo patrício
sob alegação dos gastos com a recuperação do empregado, conforme denúncia
(5/7/1972).
Enquanto isso, a três mil quilômetros dali, na outra
ponta do país, ao sul, começa a caminhada do terceiro personagem, que o destino
traça para cruzar com as histórias do Hotel Universal e seus personagens.
E sem qualquer vestígio de conotação aparente os
acontecimentos correm ao lado da colonização alemã do município catarinense de
Blumenau na primeira década dos anos 1860.
NOTA DO REDATOR: O leitor pode
ampliar a fotografia e notar os letreiros do “Grande Hotel Universal”, a direita,
e do “Hotel Europa”, a esquerda, na Rua do Trapiche ou do Comercio, no caís do
arsenal da Marinha (Blog Francisco Miranda).
FONTES
Diário de
Pernambuco
Jornal do Recife
Duarte, José Lins:
Recife no tempo da Maxambomba (1867-1889) – O Primeiro Trem Urbano do Brasil (Universidade
Federal de Pernambuco/2005)
Que grandes estórias, Vanilson! Um dia tudo isso dará para publicar em livro.
ResponderExcluirAbraços Gloriosos.
Obrigado.
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