José Vanilson Julião
A audácia nos negócios de todo tipo e o empreendimento do serviço de abastecimento de água em Natal, desde meados da década anterior, no início dos anos 90 do século XIX não era bom só para a população e o bolso do europeu Felipe Leinhardt. Naqueles dias a incipiente imprensa da capital potiguar também lucrava com os anúncios do estrangeiro vindo do Recife e radicado na cidade.
Nos
primeiros anos da consolidação
do jornal “A República”
como principal mídia
impressa, até
porque tinha o privilégio
de ser o único
eco do noticiário
oficial e governista, outros jornais também inseriam reclames das atividades comerciais do
Leinhardt. São
os casos do “Correio
do Natal”,
que já em
1881 (edição
117), publicava a venda de maquinismos importados da meca da Revolução Industrial, a Inglaterra. E do “Rio Grande do Norte” (edição
42 –
1891).
Eram
anúncios
de bombas manuais ou “automáticas”
(diversos tamanhos e formatos), poços artesianos, moinhos de vento, descaroçadores de milho, eixos para carros de passeio e carroças, tintas de diversas cores para pinturas, espingardas e
rifles (fábrica
norte-americana Remington), uma máquina a vapor (mais caldeira e hélice), pás
de aço,
pedras de mármore,
machados, serras, serrotes, cantoneiras, e muitos outros artigos.
Venda
ou aluguel do sítio
Serraria com boa casa de morada, moinho de vento para levar água até
a casa (com porto perto), boas terras para plantação de algodão, mandioca, batata, etc. Coqueiros, laranjeiras, viveiro
para peixes um grande jazigo de material para o fabrico de cimento e cal de
ostras
O
sitio Maracajaú, ótimo para criação de gado e cabras, casa bem regular com um grande
cercado de arames já
estragados e perto do mar, tendo um rio doce perto e uma boa barra com proporções para um grande viveiro de peixes; mil pés de coqueiros (grandes e pequenos).
Além de um grande moinho de vento completo para irrigação ou abastecimento uma vila ou pequena cidade. Por dois
contos de réis.
No
“Rio
Grande do Norte”
o “empresário do encanamento de água”
previne os moradores da Cidade Alta, com licença prévia
da Intendência
Municipal, a suspensão
por 15 dias, a partir de 1 de abril de 1892, o abastecimento para conserto com
o fim de melhorar as fontes fornecedoras e os usuários ficam dispensados da remuneração temporariamente.
No
mesmo periódico:
“Aos
senhores de engenho: encomendas de maquinismos estrangeiros de qualquer tamanho
e moderno (vapores, caldeiras, moinho, centrífuga, aparelhos a vácuo). Encarrega-se da montagem por hábil profissional.”
FONTES
A República
Diário do Natal
Rio Grande do Norte
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