A estação balneária e município de Poços de Caldas, no interior de Minas Gerais, nos anos 1930/40
Nevercínio Alves de Araújo em ação pela Caldense contra o Clube Atlético Bragantino
Do blog de Rubens Caruso Júnior (domingo, 11/9/2011) o JORNAL DA GRANDE NATAL condensa a reportagem histórica do jornal "Cidade de Bragança" (8/9/1938), de Bragança Paulista.
“... Quando Nicolino dos Santos, redator e diretor, foi convidado pela diretoria para acompanhar a delegação a Poços de Caldas, "a risonha" cidade de Minas, como muita gente, só a conhecia pelos jornais e fotografias.
Poços é uma cidade dentro de um jardim. Como disse o Júlio Silveira, um brilhante engastado em Minas. É uma viagem longa, longa, duzentos e tantos quilômetros vencidos em sete horas.
Os dez ou 12 automóveis, partindo em horários diferentes, riscaram as estradas, desfraldando a flâmula dos calções negros.
O repórter instalou-se num Ford 29 em companhia de Ruge o guardião, de Wilson Magrini, reserva e de Daniel Bovi e Marcelinho Pinto Teixeira.
Deixamos Bragança Paulista às 14h30. Às 16h alcançamos Itatiba com a perícia e prudência do motorista Dante:
Itatiba, Valinhos, Campinas, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, São João da Boa Vista, Águas da Prata e, finalmente, Poços de Caldas às 22.
Isso porque em todas as cidades percorridas fazíamos um descanso de quinze minutos a espera dos retardatários.
Alojados os jogadores no Hotel Guarany, os caravanistas se distribuíram pelos hotéis. O repórter com Marcelo Stefani no Hotel Lealdade, onde se encontravam Assis Leme, Aguiar Leme, Wilson, Ismael Leme e Miguel Longo.
Domingo dedicado às visitas. Não ficou um só ponto que não fosse visto. Tudo observado minuciosamente.
O cassino, as fontes luminosas, as termas, a Fonte dos Amores, o Country Clube, o Balneário Quisisana, a represa e o aeroporto.
Cidade pequena, plano, quase toda asfaltada e pelas ruas, limpas e brilhantes, circulam charretes de aluguel que fazem as delícias dos visitantes em passeios.
Na Fonte dos Amores se entregaram ao divertimento das fotografias.
Às 16h os jogadores rumam ao Estádio “Charles Procópio”. Stefani, capitão do “Atlético” entrega flâmula a Nevercinio, capitão da Caldense. O juiz Caetano Lambert.
Atlético Bragantino: Ruge, Maneco, João Toledo. Pepe, Américo, Marcelo Stefani. Guan Vilchez, Figueiredo, Biba Arruda, Jorginho e Oswaldinho Arruda.
Caldense: Bruno, Maran, Mário. Jayme, Hélio, Tatão. Lolo, Nevercinio, Fubá, Vito e Didio.
Às 16h20 começa a partida. Não haviam decorridos ainda dez minutos, Fubá, visivelmente offside, Lolo, abre a contagem. Cinco minutos Fubá assinala outro ponto. Aos vinte e cinco minutos Vitto aumenta para três.
No segundo tempo o Atlético: Jorginho foi substituído por Neco e Guan passou para a meia esquerda. Cinco minutos, Figueiredo vasa o retângulo caldense. Três minutos depois Neco assinala o segundo ponto. Quatro bolas foram chutadas na trave contrária: Neco, Oswaldinho e Figueiredo. Toledo. Numa investida dos caldenses, Vito marca o quarto.
O jogo abrilhantado por uma excelente corporação musical foi irradiado pela P.R.H. 5, Rádio Cultura Poços de Caldas.
Mario de Oliveira Chandó, do grêmio caldense e funcionário das Termas, se mostrou gentil para com a caravana.
Dr. Wilson Medeiros, Marcello Stefani, dr. Aguiar Leme, Dante Bovi, Marcelinho Pinto Teixeira, da caravana bragantina.
O “bolo esportivo”, organizado num dos bares da cidade, atingiu a quantia de 11$500, não teve vencedor.
Diante disso, os organizadores deixaram na redação a importância, destinada ao Asylo de Mendicidade. As fotografias encontram-se expostas em “nossa casa”, de Pedro Montanari, à Rua Dr. Cândido Rodrigues.
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