Atlético Júnior (1953), sem Demóstenes, e com os compatriotas Norival (primeiro em pé), Adão (quinto) e Waldir do Espírito Santo (último), da primeira leva carioca
José Vanilson
Julião
Com o currículo recheado com as passagens pelos potiguares América e ABC, o cearense Ferroviário, o fluminense Canto do Rio e o mais importante, pelo carioca Botafogo de Futebol e Regatas, nosso herói conta com experiência excessiva para brilhar nos gramados latino-americanos.
O cenário da
época não poderia indicar outro caminho senão a famosa e conhecida "Liga
Pirata" ou "Eldorado" implantado pelos dirigentes de futebol da
vizinha Colômbia. O endereço também é o mesmo de outros futebolistas
brasileiros: o Atlético Júnior de Barranquilla.
Já haviam
passado pelo clube do mascote "Tiburon" (Tubarão), entre os mais
celebres, os botafoguenses Ari César Nogueira (goleiro), Marinho Rodrigues
(zagueiro), o atacante Heleno de Freitas (depois de rápida estadia no Boca
Juniors e Vasco da Gama) e o meia Elba de Pádua Lima ("Tim") – ex-player
do Fluminense.
Foram eles que
abriram a porteira para futebolistas bem menos conhecidos ou tecnicamente
razoáveis para a “DiMayor” (Divisão Maior), como era chamada a principal
divisão liga com a abertura do mercado para o profissionalismo:
Haroldo Carijó, Norival
Pereira da Silva, Wilfrido Silva Sacramento (“Vivinho”), o paranaense Adão
Plínio da Silva, Waldir do Espírito Santo, Gerson dos Santos, Negrinhão e o
uruguaio Sebastian Berascochea, ex-Vasco da Gama, depois treinador no interior
pernambucano.
E acabaram
contratados pelo enviado especial, o dirigente colombiano, don Mario Abello
Lobo, que desembarca em pleno carnaval no Rio de Janeiro, e considerado um
verdadeiro “aliciador”, principalmente, pelos diretores do clube da “Estrela
Solitária”.
Pela boa conduta
perante o tempo em que foi do “Glorioso” – inclusive por nunca criar problema de
renovação de contrato – Demóstenes César é liberado para negociar a ida para a
nova meca do futebol sul-americano, que abriga dezenas de atletas latinos.
Entre eles
astros argentinos do River Plate (“La Maquina”) – Pedernera, Labruna e Di
Stefano – e Boca Juniors, aproveitando uma greve de jogadores, e da Europa, principalmente
húngaros e até da Inglaterra, o País inventor do futebol moderno.
Na segunda
semana de setembro/1950 Demóstenes embarca para os “Miuras”, apelido do Júnior,
o destino dos brasileiros, enquanto os jogadores de outras nacionalidades,
inclusive “hermanos”, vão para outros, como o Millionarios da capital Bogotá.
FONTES/IMAGEM
A Ordem
Diário Carioca
Diário de Natal
Esporte
Ilustrado
La Chacara.com
O Globo
Esportivo
Jornal dos
Sports
Júnior FC
Placar
Tribuna do Norte
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