O primeiro "clássico" do futebol na capital potiguar (II)

O "bond" puxado por burro era o meio de transporte para a turma do bate-bola em 1910

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Há menos de uma semana para o lançamento do livro do jornalista Adriano de Souza – “O MAIS QUERIDO – A HISTÓRIA DO ABC” – O JORNAL DA GRANDE NATAL apresenta a segunda dose do aperitivo sobre os primórdios do futebol na capital do Rio Grande do Norte, assunto abordado no primeiro capítulo da obra.

Com o surgimento do alvirrubro Natal Futebol Clube e da agremiação da camisa em tom de cinza do Potyguar, entre maio/junho de 1910, sucessores do “Sport Club Natalense” (1904) dos irmãos Gomes Pedrosa, a norma era os atletas devidamente uniformizados apanhar o primeiro “bond” (6 horas) para os “match” no “ground” do “Prado Natalense”.

Mas existe a ressalva de que o serviço de bonde ainda era a tração animal, sendo inaugurado em 7 de setembro de 1908 pela Companhia Ferro Carril. Os “elétricos” apareceram três anos depois, justamente em 1911.

Geralmente em final de semana, sábado e domingo, como ocorre com o NFC, inclusive com a participação, convidados, de atletas do Potyguar, Júlio Meira e Sá (um dos futuros fundadores, cinco anos depois, do alvinegro ABC Futebol Clube) e Manoel Caldas.

Com os dois quadros bastantes afinados na sequência acontecem dois enfrentamentos. Um deles com vitória do Potyguar pela contagem mínima. Houve uma revanche. O terceiro enfrentamento, programado (quarta-feira, 12/10) não se concretiza.

 

FICHA TÉCNICA

Natal 2 x 2 Potyguar

Domingo, 9/10/1910

Natal: Waldemiro, Paulo Moreira, Afrodísio, Dirceu, José Lyra, Lélio, Silvino, Barroca, Nizário, Cleto e Arari de Britto

Potyguar: Enéas, Trajano, Jorge, Garcia, China, Mayr, José Calazans, Júlio, Virgilio e Caldas