sexta-feira, 13 de junho de 2025

Experiente jornalista recomenda biografia do treinador Yustrich (V)

Moisés Alves e Felipe "Bibi" Jorge: contemporâneos do goleiro J. E. Yustrich no Boca Juniors

A explicativa e longa reportagem do “Página 12” sobre brasileiros do Boca Juniors

“A contratação do Dermival Lima de Almeida, o “Baiano”, que o presidente do Boca, Mauricio Macri, anunciou com muito alarde, surpreendeu a todos.

Este lateral-direito que diz ter boa marcação e uma clara vontade de se projetar no ataque, bem como um bom soco para cobranças de falta, é um mistério para quem não o conhece e espera vê-lo em campo, demonstrando.

Quem o viu jogar ou mesmo o treinou, como o treinador do Real Madrid, Vanderlei Luxemburgo, não menos do que nas seleções do seu país, define-o como um jogador com estilo próprio.

“Baiano” será o 24º brasileiro a vestir a camisa do Boca desde que o meio-campista Martín Mercio Silveira inaugurou a lista em 1933.

Precisamente nos anos 30, em que o profissionalismo acabaria abalando a estrutura do futebol argentino, causando mudanças significativas.

Seriam quatro os brasileiros que ao longo década viriam ao Boca para triunfar. Silveira, 28 jogos, foi seguido por Moisés Alves do Rio, lateral-direito, que jogou entre 1934 e 1935 para conquistar dois títulos e marcar um gol em 38 jogos;

Felipe Jorge, lateral-esquerdo, que conquistou um título com 31 jogos disputados; e o mais significativo da década, Domingos Antônio da Guia, um zagueiro excepcional do Vasco da Gama, peça-chave da espinha dorsal do lembrado campeão do Boca de 35 e, como resultado da qualidade de jogo, figura absoluta entre os torcedores, apesar de ter disputado apenas 56 jogos.

Durante a década seguinte, em que o clube estabeleceria os objetivos na inauguração de seu estádio, que mais tarde se tornaria famoso por ser inexpugnável, havia apenas dois jogadores do Brasil: Heleno de Freitas, 7 gols em 17 jogos em 1948, e Amalfi Yesso, que jogaria 15 jogos entre 1948 e 1949 e marcaria dois gols.

Sem contratações daquele país durante os anos 50, onde a rivalidade entre as seleções, produto de admiração e poder, ia explodir até assumir as dimensões que hoje se conhecem, a década de 60 seria a da explosão mais significativa em termos de desembarque de brasileiros, com dez jogadores.

Entre os que se destacaram o atacante Paulo Valentim, autor de 71 gols em 115 jogos, dois títulos acumulados e a graça de ter marcado dez gols contra o River, o que lhe rendeu a estatura de ídolo; Orlando Peçanha Carvalho, capitão e zagueiro completo, titular da seleção brasileira, atuou em todas as posições de defesa entre 1961 e 1965, com 120 jogos e três títulos;

Dino Sani, meio-campista, que disputou 14 jogos em 1961, com quatro gols marcados, e acabaria dirigindo o Boca em 1984 em 16 jogos com sete vitórias, quatro empates e cinco derrotas.

Eles se juntam a Edson Dos Santos, 1960/63, sem gols em 24 jogos; Mauro Raphael (Maurinho), ponta-direita, dez jogos entre 1961 e 62, um gol;

Almir Moraes Albuquerque, 1961 e 62, seis jogos e um gol; Walter Da Silva, meio-campista central, jogou dois jogos entre 1962 e 63; Emanuelle Del Vecchio, centroavante, 1963, seis jogos, três gols; Ayres Moraes Albuquerque, zagueiro, meio-campista e ponta-direita, disputou 26 jogos e marcou três gols entre 1963 e 1965; Eduardo Teixeira Lima, ponta-esquerda, 1968, oito jogos.

Durante os anos 70 e 80 apenas dois chegaram para vestir a camisa azul e dourada: Heraldo Bezerra, ponta-esquerda, 1977, dois jogos, e José Rodrigues Neto, zagueiro que disputou 11 jogos em 1982.

Luís Tífoli, o “Gaúcho”, havia chegado em 1991 para substituir Gabriel Batistuta, que disputava a Copa América no Chile, e disputou apenas dois jogos;

o enigmático Fabián Figueiredo Santos, “Charles”, centroavante que se aproximou de Diego Maradona e foi considerado fenômeno. Mas nada disso aconteceu, cinco jogos e foi um verdadeiro fiasco.

Já sob o mandato de Macri, em 2001 o Boca voltou a importar brasileiros. O primeiro a chegar foi Jorginho Paulista, lateral-esquerdo, marcador de 2001, que disputou apenas 15 jogos e passou sem dor ou glória; Edilio Cardoso, um jovem ponta-direita, que em 2003 disputou um jogo, a vitória por 2 – 7 sobre o Central.

E, o mais lembrado pelos torcedores mais jovens, entre os quais despertou raiva e admiração, Pedro Iarley Lima Dantas, atacante, que disputou 37 jogos entre 2003 e 2004, conquistou dois títulos, campeão mundial e local, e foi o herói na vitória por 2 a 0 sobre o River no Monumental.”

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