Premiação é entregue em Nova York (EUA) e concedida pela Universidade de Colúmbia, enquanto o Pulitzer, desde 1917, agracia somente profissionais dos Estados Unidos
José Vanilson Julião
Jornalista
O norte-rio-grandense Orlando Ribeiro
Dantas é um dos jornalistas brasileiros agraciado com a mais antiga premiação
internacional destinada a profissionais e empresários da imprensa, o Maria Moors Cabot, desde 1939, para
concorrentes dos Estados Unidos, Canadá e América Latina.
Em 77 edições, até o ano passado, o
Brasil foi contemplado 34 vezes, com 32 personalidades diferentes. Duas personalidades
nacionais, alternadamente, o receberam duas vezes. Em três seguidos anos três profissionais brasileiros
foram contempladas.
O País também teve personagens
diferentes agraciados em cinco anos seguidos. Entre os premiados nomes famosos
e outros menos conhecidos. De diversos grupos, conglomerados e mídias diversas.
Personalidades dos países
das três Américas (Norte, Central e Sul) foram escolhidos. Na primeira edição
são escolhidos representantes do Peru e Argentina. Na segunda os agraciados são
do Chile, Colômbia, Honduras e Estados Unidos.
No terceiro ano um diferencial, com o
casal de brasileiros Paulo Bittencourt e a mulher, Sylvia de Arruda Botelho
Bittencourt. Ele um dos donos do jornal diário carioca Correio da Manhã (1901 – 1974), fundado pelo pai, Edmundo
Bittencourt. Outro chileno também é agraciado, ao lado do primeiro cubano.
Ela, posteriormente, correspondente
de guerra pela agência americana United
Press Internacional (UPI). Nove meses antes do sergipano Joel Silveira
chegar ao teatro de operações, na Itália, pelos Diários Associados, encabeçado pelo diário carioca O Jornal, do paraibano Francisco de
Assis Bandeira de Melo.
Na sétima edição (1945), inclusive, Chatô é o terceiro brasileiro escolhido,
ao lado de um venezuelano e um norte-americano, por sinal o terceiro ianque
agraciado diante de vários latinos até aquele ano.
É na temporada em Nova York, para receber
a premiação de cinco mil dólares, esticada até a Califórnia, que o fundador do
primeiro complexo midiático nacional toma conhecimento da televisão, inclusive
dos primeiros testes em cores, e cria a TV Tupi paulista (sete anos depois), o primeiro canal da
América Latina.
Rio Grande do Norte
O potiguar Orlando Ribeiro Dantas, na
décima edição (1948), torna-se o quarto representante tupiniquim agraciado, ao
lado de mais um chileno, um peruano e um americano. Nascido em Ceará Mirim, em
12 de junho de 1930 funda, no Rio de Janeiro, então capital federal, o Diário de Notícias.
Dantas é membro de tradicional
família do RN e faleceu em 1953. O jornal deixou de circular no começo dos anos
70. A última edição, a 14.747, circulou em 10 de novembro de 1976, com outro
grupo, pernambucano.
Em conjunto com outras personalidades
de nacionalidades diferentes, foram agraciados, posteriormente, Elmano Cardim
(1951), Bernardino Austregésilo de Athayde (1952), Carlos Werneck Lacerda
(1953), Danton Jobim (54), Breno Caldas (55), Paulo Bittencourt, Roberto Irineu
Marinho e Herbert Moses (todos em 57), Hernane Tavares de Sá (59) e Roberto I. Marinho
(65), Manoel Francisco Nascimento Brito (67), Alceu Amoroso Lima (69) e Alberto
Dines (1970).
Depois Fernando Pedreira (74) e Carlos
Castelo Branco (78). Seguiu-se longo hiato, compensado com três premiações em
1987 (Luis Fernando Levy, Roberto Muller e Paulo Sotero). Neste mesmo ano são
agraciados um americano e dois colombianos, estes post morte pela primeira vez. Roberto Civita (1988), morto dois
anos depois.
Ainda Carlos Eduardo Lins e Silva (1990),
seguido de Gilberto Dimenstein, Otávio Frias Filho e Ricardo Arnt, todos em 91.
No século XXI são homenageados Clóvis Rossi 2001, João Antonio Barros 2003, Miriam
Leitão 2005, José Hamilton Ribeiro 2006, Merval Pereira 2009, Mauro Koning 2013
e Lucas Mendes 2015.
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