Saudoso Everaldo Lopes dividiu coluna no extinto "Diário de Natal" com o chargista Edmar Viana |
A coluna esportiva na “Tribuna do Norte” apareceu antes do similar satírico
José
Vanilson Julião
O incidente em jogo das quartas-de-final na Copa da
Inglaterra (1966), entre o selecionado local e a Argentina (13/7), no estádio
londrino de Wembley, provoca o estudo para implantação dos cartões vermelho
(expulsão) e amarelo (advertência) no campeonato mundial do México quatro anos
depois.
O capitão e zagueiro Roberto Alfredo Perfumo (Sarandi,
3/10/1942 – Buenos Aires, 10/3/2016) – que atuou pelo Cruzeiro de Belo
Horizonte - e o atacante Antonio Ubaldo Rattín (Tigre – Buenos Aires,
16/5/1937) contestam a falta marcada pelo árbitro alemão Rudolf Kreitlein, que
expulsa do segundo jogador, face o desentendimento do palavrório em espanhol e a
língua germânica.
A novidade da arbitragem suscita o surgimento da coluna “Cartão
Amarelo”, do comentarista Franklin Roosevelt Machado, publicada em 21/3/1971 no
diário matutino “Tribuna do Norte”. Permanece na ativa até pelo menos 23/10/1971.
A publicação era alternada pela coluna “Alta Prioridade”, escrita pelo irmão mais
velho de Franklin, o narrador esportivo Bartolomeu “Roberto” Machado, que
também trabalhou no “Diário de Natal” e foi diretor da sucursal da Empresa
Brasileira de Notícias (EBN), sucessora da Agencia Nacional.
Franklin
continua ativo como ancora apresentador na CBN (Central Brasileira de Notícias)
– afiliada local do Sistema Globo de Rádio. Depois da emissora se chamar Trairi
(entre 1962 e os anos 80) e Tropical.
Depois
aparece no “Diário de Natal” o “Cartão Amarelo”, feito a quatro mãos pelo
jornalista Everaldo Lopes Cardoso (1930 - 2018), responsável pelo texto, e pelo
cartunista Edmar Viana (1955 - 2008), respectivamente torcedores do América e
Alecrim, do qual o chargista chegou a ser presidente.
No
sábado (2/6/73) o jornal Associado anuncia a estréia para o dia seguinte no
semanário dominical “O Poti”. No mesmo modo satírico do “Galho de Urtiga”, que
o editor esportivo escrevera nos anos 60 no jornal fundado por potiguares e
comprado pelo jornalista paraibano Assis Chateuabriand. Mas antes, logo após
chegar ao Diário, escrevera a coluna “Sal... Picos” no mesmo estilo de carga
irônica.
O dueto
Lopes e Viana permaneceu no DN até 1988, quando se transfere de mala e cuia
para a “Tribuna do Norte”. Em 2003 a dupla midiática lança o livro com 216
dedicado às três décadas do famoso “cartão”.
Lopes escreveu “Da Bola de Pito ao Apito Final:
Memória do Futebol Potiguar” (2006) e “100 anos de bola rolando” (2017),
contando a história da Federação. Colaborou com a “Enciclopédia do Rádio
Esportivo Brasileiro” (Editora Insular, 2012)
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