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quarta-feira, 7 de abril de 2021

O primeiro cartão amarelo da imprensa potiguar

Saudoso Everaldo Lopes dividiu coluna no extinto "Diário de Natal" com o chargista Edmar Viana

coluna esportiva na “Tribuna do Norte” apareceu antes do similar satírico

José Vanilson Julião

O incidente em jogo das quartas-de-final na Copa da Inglaterra (1966), entre o selecionado local e a Argentina (13/7), no estádio londrino de Wembley, provoca o estudo para implantação dos cartões vermelho (expulsão) e amarelo (advertência) no campeonato mundial do México quatro anos depois.

O capitão e zagueiro Roberto Alfredo Perfumo (Sarandi, 3/10/1942 – Buenos Aires, 10/3/2016) – que atuou pelo Cruzeiro de Belo Horizonte - e o atacante Antonio Ubaldo Rattín (Tigre – Buenos Aires, 16/5/1937) contestam a falta marcada pelo árbitro alemão Rudolf Kreitlein, que expulsa do segundo jogador, face o desentendimento do palavrório em espanhol e a língua germânica.

A novidade da arbitragem suscita o surgimento da coluna “Cartão Amarelo”, do comentarista Franklin Roosevelt Machado, publicada em 21/3/1971 no diário matutino “Tribuna do Norte”. Permanece na ativa até pelo menos 23/10/1971.

A publicação era alternada pela coluna “Alta Prioridade”, escrita pelo irmão mais velho de Franklin, o narrador esportivo Bartolomeu “Roberto” Machado, que também trabalhou no “Diário de Natal” e foi diretor da sucursal da Empresa Brasileira de Notícias (EBN), sucessora da Agencia Nacional.

Franklin continua ativo como ancora apresentador na CBN (Central Brasileira de Notícias) – afiliada local do Sistema Globo de Rádio. Depois da emissora se chamar Trairi (entre 1962 e os anos 80) e Tropical.

Depois aparece no “Diário de Natal” o “Cartão Amarelo”, feito a quatro mãos pelo jornalista Everaldo Lopes Cardoso (1930 - 2018), responsável pelo texto, e pelo cartunista Edmar Viana (1955 - 2008), respectivamente torcedores do América e Alecrim, do qual o chargista chegou a ser presidente.

No sábado (2/6/73) o jornal Associado anuncia a estréia para o dia seguinte no semanário dominical “O Poti”. No mesmo modo satírico do “Galho de Urtiga”, que o editor esportivo escrevera nos anos 60 no jornal fundado por potiguares e comprado pelo jornalista paraibano Assis Chateuabriand. Mas antes, logo após chegar ao Diário, escrevera a coluna “Sal... Picos” no mesmo estilo de carga irônica.

O dueto Lopes e Viana permaneceu no DN até 1988, quando se transfere de mala e cuia para a “Tribuna do Norte”. Em 2003 a dupla midiática lança o livro com 216 dedicado às três décadas do famoso “cartão”.

Lopes escreveu “Da Bola de Pito ao Apito Final: Memória do Futebol Potiguar” (2006) e “100 anos de bola rolando” (2017), contando a história da Federação. Colaborou com a “Enciclopédia do Rádio Esportivo Brasileiro” (Editora Insular, 2012)

 


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