Chegou a vez dos Gomes Pedrosa pioneiros do futebol no RN
José
Vanilson Julião
Feitas
as apresentações das origens a partir do pioneiro comerciante na antiga Coité,
depois Macaíba, nome de uma palmeira, e eternizada como nome do tradicional
município da região metropolitana, assim como a sequencia numérica dos
descendentes, inclusive com uma detalhamento da série de Fabrício Gomes Pedrosa, chega o
momento de focar nos personagens principais desta saga.
As
mais importantes personalidades desta série são três irmãos. Dois deles
apontados pelos pesquisadores e jornalistas esportivos – informações repetidas,
agora, pelos sites, portais e blogs metidos com futebol por este Brasil afora –
como introdutores do futebol moderno, com regras elaboradas no meio
universitário pelos ingleses na segunda metade do século XIX, em Natal.
A
pesquisa pouco apanha de um dos irmãos, o Fabrício, estudante, além das datas
de nascimento e morte, na Europa. O segundo “fratelo”, Fernando, pela
longevidade, acaba sendo um elo importante nas atividades comerciais e
industriais do Rio Grande do Norte nas primeiras três decadas do século XX. Por
isso merece um maior relato de vida e uma recapitulação detalhada para o leitor
fixar na memória.
Fernando
(30/3/1836 – 9/3/1936) nasce nos Guarapes (vila de Macaíba, mencionado e
dimensionado entreposto de matérias primas (algodão e açúcar) exportadas para
industrialização e consumo nos mercados norte-americano e europeu. Portanto
neto do primeiro Fabrício e filho de “O Moço”, o terceiro com este nome, de um
total de sete. E de dona Isabel Candida Albuquerque Maranhão.
Como
estudante universitário de Economia, na cidade portuária de Liverpool
(Inglaterra), familiariza-se com o mercado internacional do algodão, observando
a qualidade do produto importado do Brasil – “uma massa confusa e suja” – e as
críticas dos importadores. De retorno a terra natal dedica-se ao cultivo da
herbácea, contrariando o pai, que o preferia comerciante no Rio de Janeiro.
Funcionário
do Ministério da Agricultura, consegue transferência (1915) para o povoado
Baixa Verde (município em 1928 com mudança para João Câmara com o falecimento
do senador do mesmo nome 20 anos depois). É por esta época que conhece o
político homenageado e industrial inovador já estabilizado na região do Mato
Grande.
Uma
das primeiras providências foi a aclimatação da planta “sea island” ao “mocó”
(variedade de fibra longa) e ao “herbáceo”. Com as esperadas e conhecidades
dificuldades inerentes ao setor na ocasião (estiagem, burocracia governamental
e técnicas) inicilamente só consegue colher 300 quilos por hectare.
A
essa altura (1917) havia se associado ao norte-americano Clarence Wharton
(jovem como o parceiro), que faleceria cinco anos depois em Southampton
(Inglaterra). O escritório da firma “Wharton Pedrosa” é instalado em um quarto
do famoso “Hotel Internacional”, localizado na Rua do Comércio (atual Chile),
no então efervescente e convergente bairro da Ribeira.
Nota
do Redator: pela riqueza do personagem continua nas próxima postagens.