O emaranhado familiar que origina os primeiros futebolistas
José
Vanilson Julião
O
iniciante da linhagem, Fabrício Gomes Pedrosa, paraibano de Pilar (26/10/1809) –
terceiro município mais antigo do vizinho Estado nordestino – não aparece no
Rio Grande do Norte por acaso. Já era mascate experiente quando passa a negociar
para as bandas do Coité, onde chega em 1847.
No
mesmo ano fica viúvo de dona Maria da Silva Vasconcelos Pedrosa, mãe de sete
filhos, entre a prole Feliciana Maria casa com Amaro Barreto de Albuquerque
Maranhão, que, ainda solteiro, se torna o auxiliar mais próximo do futuro
sogro, condição favorável que leva ao casamento com a filha do patrão.
O
pernambucano de Nazaré da Mata, Amaro Barreto, casa em dezembro de 1851 com “dona
Xana”, como era chamada a jovem filha do abastado comerciante. O casal gera 14
filhos (nove homens e cinco mulheres), que ampliam a parentela para 52 netos!
A
prole consta inclusive de nomes que viriam a participar da vida ativa da província
no II Reinado e no alvorecer da República: Pedro Velho (médico, senador,
fundador do jornal “A República”), Augusto Severo (aeronauta morto na queda de
um balão em Paris) e Alberto Frederico (deputado federal, governador, construtor
do teatro natalense).
Mais
o segundo Fabrício Gomes Pedrosa, o Moço, chefe político, dono de usina em
Canguaretama, sucessor dos Guarapes (onde trabalha na mocidade Augusto), Amaro
Filho (estudante na capital francesa e depois professor da Escola Nacional de
Musica no Rio de Janeiro) e Joaquim Cipião (compositor, violonista, professor
de música e diretor do Teatro Carlos Gomes).
Ainda:
Adelino (também músico e sócio de uma firma exportadora com Augusto), Luís
Carlos (irmão gêmeo de Cipião), proprietário rural em Canguaretama, Sérgio
(faleceu jovem), e as meninas Amélia (casa em 18/9/1886 e falece no Rio), Inês,
casada com Sérgio Barreto.
O
velho Fabrício casa com Damiana Maria (filha do capitão Francisco Pedro Bandeira
de Melo, proprietário do Coité), com gera mais três descendentes; viúvo pela
segunda vez contrai matrimônio com Luiza Florinda (irmã do genro e sócio Amaro
Barreto e falecida em Natal no dia 20/1/1910), com tem sete filhos, sendo que
uma filha, Petronila Florinda viria a ser esposa do próximo parente Pedro Velho,
como era bem comum naquele tempo.
O
primeiro Fabrício, que dizem ter nascido em Areia/PB, falece no Rio (1872), de hepatite,
e desde outubro de 2009 os restos mortais repousam no mausoléu da família
Tavares, na matriz de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município que o
acolhe na mocidade e que ajuda a crescer.
FONTES
Augusto
Severo, Um pioneiro na conquista do espaço – Fernando Hippólito da Costa (Sebo
Vermelho/2004)
Governo
do Rio Grande do Norte – II Volume – Luís da Câmara Cascudo (Coleção
Mossoroense – Série C/1989)
Breve
Notícia sobre a Província do Rio Grande do Norte – Manoel Ferreira Nobre
150
anos do falecimento de Fabrício Pedroza (artigo do historiador Anderson Tavares
de Lyra)
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