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sábado, 11 de fevereiro de 2023

A aristocracia potiguar e o futebol (IV)

O emaranhado familiar que origina os primeiros futebolistas

José Vanilson Julião

O iniciante da linhagem, Fabrício Gomes Pedrosa, paraibano de Pilar (26/10/1809) – terceiro município mais antigo do vizinho Estado nordestino – não aparece no Rio Grande do Norte por acaso. Já era mascate experiente quando passa a negociar para as bandas do Coité, onde chega em 1847.

No mesmo ano fica viúvo de dona Maria da Silva Vasconcelos Pedrosa, mãe de sete filhos, entre a prole Feliciana Maria casa com Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão, que, ainda solteiro, se torna o auxiliar mais próximo do futuro sogro, condição favorável que leva ao casamento com a filha do patrão.

O pernambucano de Nazaré da Mata, Amaro Barreto, casa em dezembro de 1851 com “dona Xana”, como era chamada a jovem filha do abastado comerciante. O casal gera 14 filhos (nove homens e cinco mulheres), que ampliam a parentela para 52 netos!

A prole consta inclusive de nomes que viriam a participar da vida ativa da província no II Reinado e no alvorecer da República: Pedro Velho (médico, senador, fundador do jornal “A República”), Augusto Severo (aeronauta morto na queda de um balão em Paris) e Alberto Frederico (deputado federal, governador, construtor do teatro natalense).

Mais o segundo Fabrício Gomes Pedrosa, o Moço, chefe político, dono de usina em Canguaretama, sucessor dos Guarapes (onde trabalha na mocidade Augusto), Amaro Filho (estudante na capital francesa e depois professor da Escola Nacional de Musica no Rio de Janeiro) e Joaquim Cipião (compositor, violonista, professor de música e diretor do Teatro Carlos Gomes).

Ainda: Adelino (também músico e sócio de uma firma exportadora com Augusto), Luís Carlos (irmão gêmeo de Cipião), proprietário rural em Canguaretama, Sérgio (faleceu jovem), e as meninas Amélia (casa em 18/9/1886 e falece no Rio), Inês, casada com Sérgio Barreto.

O velho Fabrício casa com Damiana Maria (filha do capitão Francisco Pedro Bandeira de Melo, proprietário do Coité), com gera mais três descendentes; viúvo pela segunda vez contrai matrimônio com Luiza Florinda (irmã do genro e sócio Amaro Barreto e falecida em Natal no dia 20/1/1910), com tem sete filhos, sendo que uma filha, Petronila Florinda viria a ser esposa do próximo parente Pedro Velho, como era bem comum naquele tempo.

O primeiro Fabrício, que dizem ter nascido em Areia/PB, falece no Rio (1872), de hepatite, e desde outubro de 2009 os restos mortais repousam no mausoléu da família Tavares, na matriz de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município que o acolhe na mocidade e que ajuda a crescer.

FONTES

Augusto Severo, Um pioneiro na conquista do espaço – Fernando Hippólito da Costa (Sebo Vermelho/2004)

Governo do Rio Grande do Norte – II Volume – Luís da Câmara Cascudo (Coleção Mossoroense – Série C/1989)

Breve Notícia sobre a Província do Rio Grande do Norte – Manoel Ferreira Nobre

150 anos do falecimento de Fabrício Pedroza (artigo do historiador Anderson Tavares de Lyra)

 

 

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