Audir entrega taça a Washington
Os filhos Jorge e Audir herdam
a vocação do pai famoso em toda a Região Nordeste
JOSÉ VANILSON JULIÃO
O blog revela curiosidades
relacionadas ao personagem com uma das vozes mais bonitas do rádio brasileiro,
inclusive no mundo musical, talvez nem conhecida dos familiares, principalmente
os mais jovens.
O sobrenome certamente tem a
origem francesa. São mais de 300 ocorrências registradas em sites de
genealogias. O Brasil em segundo com 98 aparições. A Argentina registra apenas
uma ocorrência.
Audir Frazão Doudment (Caxias,
27/4/1934 – Teresina, 12/7/2003) correu o Nordeste. Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.
Com idas e vindas, até mais
de uma vez, nas capitais e até pelo interior. Não necessariamente nesta ordem.
Por onde andou deu oportunidade
aos jovens talentos e aos que queriam seguir a vocação. Como o falecido plantão
esportivo potiguar Wilson Gomes de Azevedo (Jorge Audir está aí para confirmar).
Mas o primeiro registro
encontrado na rede sobre a carreira é do “Diário de Pernambuco”. A estreia na
Rádio Clube do Recife em 1966. 14 de maio.
O “vibrante locutor” é
escalado pelo chefe da equipe “Escrete de Ouro”, o baiano Ivan Lima (trabalhou
na Radio Nordeste de Natal). Jogo: Sport x Ferroviário. Está em meio aos feras
dos Associados:
João Batista (narrador),
José Santana (comentarista), Bartolomeu Marinho (pista) e os irmãos Paulo
(reportagem) e Edvaldo Morais (plantão esportivo). JB foi da Rádio Cabugi,
depois Globo, atual Pan.
Na Clube participa de
programas de auditório. Apresenta programa de musica regional misturando humor
e “causos”.
Em 1968 (terça-feira, 8 de
maio) ainda pelo prefixo PRA-8 narra Palmeiras x Estudiantes de La Plata,
região metropolitana de Buenos Aires, a capital Argentina, pela Taça
Libertadores da América.
A incursão pela música regional fica gravada
No mesmo ano aparece como
letrista em parceria com um hoje desconhecido cantor Carlos Diniz. “A Roseira”
e o xaxado “Novinho em Folha”.
Pelo selo “Mocambo”, da extinta
e famosa gravadora pernambucana do empresário José Rozenblit (Recife, 1927 –
2016).
Em 1960 Diniz grava
pela Chantecler a marcha “A fuga da asa branca” (Zé Gonzaga/Nelson Barbalho) e
o xote “Vou pra Brasília” (dele mesmo). No ano seguinte compôs o baião
“Bem-te-vi”, com Zé Gonzaga, gravada no mesmo ano pelo próprio Zé Gonzaga na
Copacabana.
Em 1962 gravou a
marcha “Por causa dela” e o baião “São João do meu sertão”, ambas de sua
autoria. No ano seguinte compôs em parceria com Jacinto Silva, o “Coronel
Ludugero”, o “Coco de Tibiribé”, gravado no mesmo disco em que constava o arrasta-pé
“Sanfoneiro Zé Fuinha” (Osvaldo Nunes).
José Rozenblit: visionário
Em 1964 gravou a
marcha junina “Sanfoneiro ruim”, de sua autoria, Oclaesse Pereira e J. Nilo e a
“Zabumba do Martins”, de Jair Pimentel.
Enquanto isso segue carreira
radiofônica Aldir Doudement. Em 1973 está na Rádio Repórter, depois Globo do
Nordeste, adquirida de um banqueiro do jogo do bicho associado com o antigo
jogador de futebol mossoroense, Júlio Jesúm de Carvalho, o “Julinho”, campeão no
alviverde América, que se fez jornalista, advogado e vereador no Recife.
Em março de 1970 a revista
semanal REALIDADE (Editora Abril) publicou a escolha da “Seleção Brasileira de
Todos os Tempos”, em enquete realizada com mais de uma centena de jornalistas e
radialistas de todo o País.
A relação dos profissionais
de rádio, televisão e jornal é disponibilizada na revista em ordem alfabética e
lá está, logo abaixo do ex-atacante do Vasco da Gama, o pernambucano Ademir
Marques de Menezes, o “Queixada”, seguido de outro nome, Aldir Frazão
Doudement.
Ademir Menezes, então
colunista do jornal ÚLTIMA HORA (fundado por Samuel Wainer), e Aldir Doudement
pela Rádio Olinda.
Entre os editores, redatores
e jornalistas da famosa revista o potiguar Talvani Guedes.
No Rio Grande atua na Rádio
Difusora de Mossoró (1974) ao lado do também narrador carioca Paulo José,
falecido em Natal nos anos 2000, do qual fiz um perfil para o semanário JORNAL
DA GRANDE NATAL, do jornalista Paulo Tarcísio.
E a partir de janeiro de
1975 na Rádio Nordeste de Natal até por volta de 1979, sendo, também, eleito
presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Rio Grande do Norte.
Na emissora fundada pelo
governador Dinarte de Medeiros Mariz, inaugurada em 1954, e repassado ao
empresário Felinto Rodrigues, permanece até a emissora imitar a programação da
Cultura de Salvador, somente tocando musica, no que se convencionou apelidar de
"rádiovitrola", sem notícias, sem comentários, somente atendendo os
pedidos dos ouvintes.
Nos anos 90 a emissora da Cidade Alta, cujos transmissores deu nome ao bairro Nordeste, na Zona Oeste, é adquirida pela Assembleia de Deus, tornando-se a “Nordeste Evangélica”.
O articulista só não conseguiu encontrar na internet a capa do disco compacto com as narrações do gols do Santa Cruz, pela Rádio Olinda, quando o Tricolor do Arruda quebrou a série de seis anos de títulos do Náutico em 1969.
Fábrica de discos Rozenblit incentivou os artistas regionais com o conhecido selo "Mocambo" |
FONTES
Diário de Natal
Diário de Pernambuco
Realidade
Blog do Mairon
Cerro Corá News
Clássicos
Cleanto Carneiro
Dicionário Cravo Albin de
MPB
Jorge Audir
Lenivaldo Aragão
Mendes e Mendes
Trivela
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