quarta-feira, 7 de junho de 2023

O jogador de futebol da família Lucas da Costa (I)

 

José Lucas da Costa: gráfico e músico

Grupo é composto por poetas e músicos reconhecidos dos anos 20 a década de 60

José Vanilson Julião

Em pesquisa para a feitura do futuro almanaque do América/RN, aqui e acolá, alguns nomes me chamam a atenção. Foi o caso do atleta José Lucas, mencionado pela imprensa na delegação americana que se destina, em trem da “Great Western”, para amistosos em João Pessoa.

Na capital paraibana o alvirrubro enfrenta o Pitaguares (quarta-feira, 7/9/1938), no feriado da Independência, e o Filipeia (domingo 11). Com uma derrota (5 x 2) e vitória (3 x 1). Em disputa as taças “Germânia” e “Oliver Von Sohsten”, empresário e cônsul holandês, que, como saxofonista amador, funda a renomada Orquesta Tabajara, do maestro Severino Araújo de Oliveira.

O diário vespertino católico “A Ordem” (4/9) relaciona os atletas com as respectivas posições, colocando José Lucas como zagueiro. Três dias depois o jornal do “Centro de Imprensa” enumera:

Oliver Von Sohsten: músico

Rossini Azevedo (goleiro), Josias Medeiros, Álvaro Melo, Mário Fernandes, Afrânio Pepini, José Lucas, Alcides (Siduca), Juvenal Portela, Garibaldi Boman, Stephenson Medeiros, Renato Teixeira da Motta, Abelardo Fidélis da Silva (Belinho), Demostenes César da Silva e Raimundo Canuto.

A “embaixada” é chefiada ou presidida pelo médico Raimundo Xavier Fernandes, acompanhado pelo professor Jeremias Pinheiro da Câmara Filho (ex-jogador e diretor da Escola Técnica entre 1939/54), secretário Benedito Sampaio (gerente da Standard Oil) e o tenente Jaime Machado (treinador convidado). Também seguem os tenistas Humberto Nesi (futuro presidente) e Carlos Passos.

O jogo no campo do “Paraíba Clube” tem transmissão da Rádio Tabajaras. Com a firma F. Mendonça e Companhia, representante da montadora americana Ford, ofertando a "Taça V-8".

O elenco americano é reforçado pelos pernambucanos Boman, Belinho, Siduca (cedido pelo Santa Cruz do Recife) e Portela. Entre os relacionados o famoso Demóstenes, que saiu do Rio Grande do Norte para o Botafogo carioca e deste para o futebol colombiano, na época da conhecida “liga pirata” ou “El Dorado”, no começo dos anos 50.

De imediato liguei o nome do jogador amador a família Lucas da Costa. E não lembro exatamente de como partiu a origem da encomenda para contar a trajetória deste personagem praticamente desconhecido como praticante do futebol na capital potiguar.

Professor Jeremias da Câmara Pinheiro Filho: ex-jogador

Não recordo se fui o primeiro a comentar alguma coisa com o articulador cultural, poeta e contabilista Carlos Astral ou se foi este que deu o pontapé inicial. O certo é que o insistente familiar agora tem a oportunidade de divulgar o pequeno histórico deste parente.

A ligação de José com os demais parentes se deu pela costumeira atitude de Carlos Frederico de Oliveira Lucas da Câmara, o “Astral”, em divulgar reportagens antigas publicadas em sites culturais e blogs diversos e já vistas quase a exaustão em redes sociais.

Os personagens em questão são o escritor e poeta Joaquim Lucas da Costa (1886 – 1925), autor de um único livro (“Disfarçados”) e os músicos João Lucas da Costa e Genardo Lucas da Câmara, pioneiro do ensino do violão em território norte-rio-grandense.

José Lucas, futebolista nas horas de folga e nos finais de semana, foi gráfico em “A República”, como atesta reportagem de “O Diário” (ainda não acrescentado o “de Natal”, na qual reporta sobre uma série de três jogos entre funcionários dos dois jornais (história contada na próxima postagem).

 

FONTES

A Ordem

A União

Diário de Natal

Gazeta de Natal

Direitos Humanos Net

O Ponto dos Músicos

Papo Cultura

Paraíba Criativa

Tipico Local

Arquivo de família

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