O futebolista potiguar Demóstenes Cesár da Silva, com a bola aos pés, atuou em partidas na Bolívia
José Vanilson
Julião
Como
prometido cumprido. Entre as seis citações da famosa Vila Lustosa na “Tribuna
do Norte”, entre 2010 e 2014, a antepenúltima acontece na edição de 3 de julho
deste último ano, sob o título principal da coluna do jornalista Woden Coutinho
Madruga, aproveitando um jogo do selecionado nacional contra a Colômbia. O
comentário “Diante do jogo” agora é transcrito com poucas modificações:
“...O futebol colombiano
começou a tomar jeito graças ao toque de bola dos brasileiros que, coisa
de 60 anos, foram jogar num time de Barranquilla (a mesma cidade onde Gabriel
García Marques – que gostava muito de futebol – viveu a infância, a juventude e
ingressou no jornalismo). Entre esses jogadores, havia um natalense da Rua da
Estrela, terreiros da Vila Lustosa.
Demóstenes César Silva, meia esquerda, do
América e ABC, faz parte da história do futebol colombiano. Jogou lá por muitos
anos, depois de ter atuado no Botafogo, do Rio de Janeiro, década de 40, começo
de 50.
Foi aí quando alguns jogadores cariocas
foram contratados, a maioria de botafoguenses, entre eles o galã Heleno de Freitas,
que recebia a bola, lá na frente, passada pelo meia Demóstenes. Heleno de
Freitas voltou para o Rio, outros também voltaram, mas Demóstenes ficou por lá.
Depois se mandou e foi morar na Venezuela.
Quem poderia contar melhor essa história é o nosso
querido Everaldo Lopes. Demóstenes está no seu livro, Da Bola de Pito ao Apito
Final, publicado em 2006, onde a memória do futebol do Rio Grande do Norte
ficou preservada.
Everaldo chegou a entrevistar Demóstenes
quando o craque voltou a Natal em 2003, tentando fixar residência (aqui
no Barro Vermelho) outra vez na terra onde nasceu. Demorou pouco. Voltou
para a Venezuela.
Demóstenes tinha um irmão que também era craque.
Não no futebol, mas sim no trombone: o grande Leléu. Músico e cortador
(açougueiro) de carne verde no velho Mercado da Cidade Alta. Morreu
tragicamente num carnaval, atropelado por um carro, quando puxava com o seu
trombone um bloco carnavalesco que passava pelo Baldo
Precisamos – e vamos – vencer a Colômbia para
continuarmos nessa navegação além do Bojador, onde estão acampados holandeses,
argentinos, franceses, alemães e até costa-riquenhos. A lua hoje começa a sua
fase de quarto crescente. É olhar para céu e acreditar, gente!”
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