domingo, 24 de setembro de 2023

O nascimento "oficial" da "frasqueira" do ABC (IV)

Estádio Juvenal Lamartine (1937) com a antiga arquibancada e cercado de madeira

Escritor Ciro José Tavares

José Vanilson Julião

Tomando-se por base a data de nascimento do advogado Ciro José Tavares da Silva (Natal, 25/8/1940 – Brasília, 27/12/2017), autor do artigo transcrito há duas postagens, e o aparecimento do primeiro registro na imprensa, pode-se dizer, categoricamente, que o termo "frasqueira" tem origem na criatividade do torcedor.

Basta ver que, na pior das hipóteses, no ano em que Tavares completa 14 anos, o verbete que denomina os torcedores alvinegros pelo curioso apelido, teria sido uma apropriação indébita dos cronistas esportivos, atentos ao linguajar do povaréu no “Juvenal Lamartine”.

Outro indício de que teve um tempo de maturação para ser digerido e assimilado, tanto pela imprensa, quanto pelos torcedores em geral, é o número total de ocorrências em pelo menos dois jornais disponibilizados e pesquisados: "O Poti" e "Diário de Natal".

Somados os registros de um e de outro impresso Associado da capital potiguar, entre dezembro de 1954 e o mesmo mês de 1959, não ultrapassam 50, precisamente em torno de 45, sendo 37 no primeiro e oito no segundo.

A terceira suposição também se deve a capacidade do estadinho do bairro do Tirol, inaugurado em 1928, e que no final da década de 50 continuava com, praticamente, a mesma estrutura tradicional.

A arquibancada de madeira servia para abrigar não somente os torcedores do América, de um lado, e do ABC, do outro (do lado do portão de entrada), separados por uma improvisada e precaríssima tribuna de honra existente desde os anos 40.

Com isso o JL não comportaria mais do que mil torcedores espremidos nos quatro ou cinco degraus de madeira e mais uns quinhentos espalhados na geral em frente, que nem alambrado tinha, segundo as aparências vislumbradas nas reportagens.

E essa totalidade não pode ser aferida para mais ou para menos por um importante detalhe: na ocasião somente eram divulgadas as rendas dos jogos. O público pagante, mais o presente, com os costumeiros caronas, nem água.

Diante do quadro e em um futuro bem próximo o repórter vai demonstrar como aconteceram as maiores divulgação e propagação do termo para valer, com mais intensidade, inclusive, tanto sonora, como visual.

A tradicional e firme arquibancada de madeira do Estádio Juvenal Lamartine na época da inauguração


FONTES/IMAGENS

Diário de Natal

O Poti

Tribuna do Norte

Associação Nacional de Escritores

Blog Antônio Miranda

Blog do Carlos Roberto Miranda Gomes

Ceará-Mirim Cultura e Arte

Natal Como Te Amo

Música do Gol

Ponto de Vista Online

Saúde de Qualidade

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