Valeriano Almeida e uma das antigas imagens
JOSÉ VANILSON JULIÃO
Não importa a divergência na contagem do placar. Se
foi 8 X 0, 8 X 2 ou 7 X 0. Importante mesmo é a declaração do atacante potiguar
Francisco VALERIANO de Almeida.
Reproduzida cinco anos depois da morte do
norte-rio-grandense de Mossoró pelo site Universo On Line (UOL).
A reportagem (2020), dois anos antes do passamento do
Rei Pelé, trás a chancela pessoal e carimba o amistoso do Noroeste de Bauru
contra um selecionado de Ibitinga.
- Pelé fez quatro gols, eu fiz um (seriam dois) e
Arnaldo fez dois... (A fala de Valeriano é reproduzida em 29 de novembro de
2022).
"Valeriano, o boleiro que veio de Mossoró",
foi o título de outra reportagem, do "Blog do Norusca" (quarta-feira,
27 de abril de 2011).
Essencial por ter sido uma das últimas e única
entrevista dele encontrada na rede. Aos repórteres Cristina Camargo (texto) e
Cristiano Zanardi (foto) para a "Agência Bom Dia."
Segue: "Bauru surgiu no destino por acaso. Um
olheiro viu seu futebol e o convidou para a temporada no Noroeste.
Na “maquininha vermelha” ficou três anos. Depois
seguiu carreira de técnico com passagens pelo interior de São Paulo e Paraná.
O BOM DIA encontrou Valeriano no quarto alugado em que
mora há um mês, na rua Quintino Bocaiúva, proximidades do antigo campo do
Noroeste.
Depois de meia hora de prosa se propôs a abrir uma
mala cheia de fotos antigas. Nas imagens aparece jovem nos times em que atuou e
em viagens pelo mundo.
Foi no campo antigo que machucou o joelho, o que não o
impediu de seguir a carreira, sob efeito de medicamentos.
Uma prótese foi rejeitada e retirada. Uma nova
cirurgia “colou” o joelho, mas a perna direita ficou mais curta, o que o obriga
a caminhar com muleta e usar sapatos especiais.
Nada que impeça de cumprir rotina diária de circular a
pé pela região central, encontrar velhos conhecidos e ser abordado por quem
sente saudades do Noroeste de antigamente.
“No seu tempo não era assim”, dizem. Solta o bordão:
“O meu tempo já passou”. O futebol, lembra, hoje é outro. Acha mais feio, não
vê as grandes jogadas. “Não tem que cabeceie bem...”
Da época de técnico insistia para diretores investirem
na formação de atletas para garantir o time dentro de campo e negociações que
ajudassem a equipe financeiramente.
Na época, uma visão de futuro. Hoje poderia ganhar
dinheiro com a experiência e a forma profissional de encarar a bola. Não construiu
patrimônio.
Pai de dois filhos, quatro netos, aposentado, vive de
forma modesta. Raramente vê algum jogo."
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