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terça-feira, 9 de abril de 2024

Atacante potiguar joga com Pelé no interior paulista (III)

Valeriano Almeida e uma das antigas imagens

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Não importa a divergência na contagem do placar. Se foi 8 X 0, 8 X 2 ou 7 X 0. Importante mesmo é a declaração do atacante potiguar Francisco VALERIANO de Almeida.

Reproduzida cinco anos depois da morte do norte-rio-grandense de Mossoró pelo site Universo On Line (UOL).

A reportagem (2020), dois anos antes do passamento do Rei Pelé, trás a chancela pessoal e carimba o amistoso do Noroeste de Bauru contra um selecionado de Ibitinga.

- Pelé fez quatro gols, eu fiz um (seriam dois) e Arnaldo fez dois... (A fala de Valeriano é reproduzida em 29 de novembro de 2022).

"Valeriano, o boleiro que veio de Mossoró", foi o título de outra reportagem, do "Blog do Norusca" (quarta-feira, 27 de abril de 2011).

Essencial por ter sido uma das últimas e única entrevista dele encontrada na rede. Aos repórteres Cristina Camargo (texto) e Cristiano Zanardi (foto) para a "Agência Bom Dia."

Segue: "Bauru surgiu no destino por acaso. Um olheiro viu seu futebol e o convidou para a temporada no Noroeste.

Na “maquininha vermelha” ficou três anos. Depois seguiu carreira de técnico com passagens pelo interior de São Paulo e Paraná.

O BOM DIA encontrou Valeriano no quarto alugado em que mora há um mês, na rua Quintino Bocaiúva, proximidades do antigo campo do Noroeste.

Depois de meia hora de prosa se propôs a abrir uma mala cheia de fotos antigas. Nas imagens aparece jovem nos times em que atuou e em viagens pelo mundo.

Foi no campo antigo que machucou o joelho, o que não o impediu de seguir a carreira, sob efeito de medicamentos.

Uma prótese foi rejeitada e retirada. Uma nova cirurgia “colou” o joelho, mas a perna direita ficou mais curta, o que o obriga a caminhar com muleta e usar sapatos especiais.

Nada que impeça de cumprir rotina diária de circular a pé pela região central, encontrar velhos conhecidos e ser abordado por quem sente saudades do Noroeste de antigamente.

“No seu tempo não era assim”, dizem. Solta o bordão: “O meu tempo já passou”. O futebol, lembra, hoje é outro. Acha mais feio, não vê as grandes jogadas. “Não tem que cabeceie bem...”

Da época de técnico insistia para diretores investirem na formação de atletas para garantir o time dentro de campo e negociações que ajudassem a equipe financeiramente.

Na época, uma visão de futuro. Hoje poderia ganhar dinheiro com a experiência e a forma profissional de encarar a bola. Não construiu patrimônio.

Pai de dois filhos, quatro netos, aposentado, vive de forma modesta. Raramente vê algum jogo."

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