domingo, 22 de setembro de 2024

A memorização dos nomes de batismo dos craques

A publicação fundada por Anselmo Domingos resistiu à PLACAR até dezembro/1970. A imagem é do ano anterior (preparação e eliminatórias). Djalma Dias e Rildo da Costa Menezes foram dois dos cortados da relação que foi a Copa.

JOSÉ VANILSON JULIÃO


No tempo em que costumava escutar os jogos pelas ondas do rádio – com excelentes narradores – a partir de 1968/69 fui me acostumando com os apelidos dos melhores futebolistas.

Ao mesmo tempo, em meados dos anos 60, alfabetizado, comecei a ler as principais revistas semanais esportivas compradas pelo meu pai, José Julião Neto, notório botafoguense desde os tempos do cachorro “Biriba”, o mascote do título de 1948.

As principais eram a “Manchete Esportiva” (1955/59), a “Revista do Esporte” (1958/70) e uma novidade na imprensa esportiva a partir da segunda metade da década de 60, a “Futebol e Outros Esportes” (1966).

E até mesmo as edições especiais das semanais de variedades que ele comprava, como “O Cruzeiro”, “Fatos & Fotos” e a irmã “Manchete” (a mãe da outra fundada em 1952 pelo editor Adolfo Bloch para concorrer com a publicação de Assis Chateaubriand).


Estes impressos fizeram coberturas especiais das conquistas do tricampeonato mundial (1958/62 e 1970). Todas estas revistas me fizeram decorar também os nomes completos dos jogadores na conquista definitiva da “Taça Jules Rimet”, a “Copa do Mundo”.

Só para citar inicialmente alguns, titulares ou reservas, das duas primeiras conquistas (Suécia e Chile): Gilmar dos Santos Neves, Nilton de Sordi, Hideraldo Luís Belini, Mauro Ramos de Oliveira, Carlos Castilho, Mário Jorge Lobo Zagalo, José Macia (Pepe), Manoel dos Santos (Garrincha) e Edson Arantes do Nascimento, o chamado “Pelé”.

Mas são os craques da Copa do México que acabaram guardados na minha memória os nomes completos. Afinal em 1958 só dois meses e dias de nascido. Em 1962 quatro anos. Oito anos depois, com 12, era “fácil” memorizar os nomes próprios da maioria dos atletas da histórica campanha pela constância na imprensa.


O “Diário de Natal” (terça-feira, 2/6/1970), por exemplo, publica uma reportagem de agência: “FIFA não quer os apelidos dos brasileiros”. Acho até que sem pé, nem cabeça, pois a Federação Internacional de Futebol Associação, desde a primeira competição mundial no Uruguai (1930) registra os atletas participantes pelo nome da pia batismal.

Por isso dos 22 jogadores que foram a Copa ficou gravado de cor e salteado a maioria: Félix Mielli Venerando, Hércules Brito Ruas, Wilson da Silva Piazza, Carlos Alberto Torres, Clodoaldo Tavares Santana, Marco Antônio Feliciano, Jair Ventura Filho, Gerson de Oliveira Nunes, Roberto Miranda Lopes, Paulo César Lima, Emerson Leão e Joel Camargo.

A ordem numérica é disponibilizada aos correspondentes estrangeiros pela sequência do último sobrenome. Exemplo: Arantes, Nascimento Edson. Ou ainda “Stinghen Eduardo Roberto”. Trata-se do goleiro corintiano de apelido “Ado”. Um dos poucos que não decorei apenas por um detalhe óbvio: o complicado nome de pronunciar em alemão.

FONTES

Diário de Natal

Fatos & Fotos

Futebol e Outros Esportes

Manchete

Manchete Esportiva

O Cruzeiro

Revista do Esporte

Casa do Velho

Museu do Esporte

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