Jequié (1970): Zé Augusto, Edmilson, ?, Maíca, ?, Carlinhos, Flori, Dilermando, Tanajura, Maneca e Marcos |
JOSÉ VANILSON JULIÃO
Radialista A. França Teixeira |
Após a Copa do Mundo a publicação semanal (número 17) serve de subsídio para a imprensa potiguar relacionar os apelidos dos atletas em campeonatos estaduais.
O jornal Associado “Diário de Natal”
(quinta-feira, 9/7/1970) veicula a reportagem: “Coisas de um futebol tricampeão:
Tanajura, Siri & Cia.” E menciona brevemente na abertura a forma de
registro dos jogadores do selecionado nacional no México.
Diz que durante o pioneirismo o futebol
ganha adeptos e os apelidos aparecem a medida em que se espalha pela várzea. Inicialmente com a
elite. E cita os nomes estrangeiros dos atletas do Fluminense: Waterman,
Salmond, Etchegaray, Weyman, Hargraves, Frias, Ed Fox, etc.
Corre o tempo e pelos idos de 1921 no
Flamengo aparecem as alcunhas, como Telefone e Nonô, e nomes próprios
portugueses: Candiota e Junqueira. Diz que não houve proibição das entidades
dirigentes e os apelidos ganham corpo: Tesourinha, Maneca, Pavão, Pé de Valsa,
Pinga, Coronel, Quarentinha, Manga...
“Na última rodada disputada no domingo pelo Brasil inteiro não foi muito difícil formar um time somente com apelidos zoológicos e o nome do clube a que pertencem os jogadores.” A reportagem não assinada, mas com o pedigree do jornalista Everaldo Lopes Cardoso, relaciona, entre outros:
“Mão de Onça” (Paranavaí), “Patinho” (São
Bento/Sorocaba), “Pardal” (Seleto/Paraná), “Siri” (São Cristóvão), “Gato Preto”
(Vitória/BA), Craúna (Atlético/Três Corações), “Maritaca” (Ferroviária/Araraquara)
e até o nosso Osvaldo Carneiro, o “Piaba” (Alecrim), com passagens inicial pelo
América (atacante) e ABC.
Ainda: “Cisca” (Grêmio Maringá), De Arroz
(Valériodoce), Zé Milho e Batata (Atlético do interior mineiro), “Vacaria” (do
gaúcho 14 de Julho), Xameguinha (Novo Hamburgo), “Esqueleto”
(Fluminense/Araguari-MG), Ganzepe (Apucarana), Tucho (Operário/SC), Azeitona
(Jandaia/PR), “Peteleco” (Central/Caruaru), ‘Ventilador” (Vitória/BA),
“Sapatão” (Fluminense/Feira de Santana), “Mickey” e “Cafuringa”
(Fluminense/RJ).
Uma das “alcunhas”, inclusive a do atleta do título da
reportagem, era já do conhecimento do redator desde a pré-adolescência. “Tanajura”
era sempre citado na resenha esportiva do meio-dia numa emissora de rádio de Salvador, programa apresentado por França Teixeira.
Tanajura (do Jequié) é nome de batismo e não apelido! Engano de cinco décadas é desfeito
pela pesquisa para reportagem. Inclusive o atacante do Jequié é pai de Flávio Tanajura,
ex-zagueiro e ex-auxiliar técnico do Vitória.
Quanto a Antônio França Teixeira (1944 -
2013) abandonou o rádio pela política. É eleito e reeleito deputado federal e chegou a conselheiro do Tribunal do Contas do Estado.
Esta é a incrível história a ser contada:
a descoberta do engano depois de 54 anos!
FONTES
Diário de Natal
Placar
Associação
Desportiva Jequié
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