sábado, 28 de setembro de 2024

A guerrinha entre nomes compostos e os apelidos

O atacante goiano Túlio tomou "emprestado" o "Maravilha" do carioca Dario

Como não tive acesso aos antigos jornais da década de 90 procurei algo na rede sobre o tema dos apelidos dos jogadores de futebol no período.

E encontrei um excelente artigo assinado pelo repórter Fernando Beagá para a já tradicional revista “Placar” com o título: “Memória: os melhores apelidos dos anos 90”.

E a introdução: - Relembre alguns jogadores do tempo em que, sem tanta influência dos empresários e dos assessores de imprensa, o futebol brasileiro era mais divertido.

O texto bem humorado foi publicado em 21 de março de 2017 e atualizado em 21 d outubro de 2021. (JVJ)

O comentário original

Hoje é assim: o garoto aparece e o primeiro contato com a imprensa já vem com o pedido para chamá-lo pelo nome de batismo e o sobrenome em detrimento do tradicional apelido de duas sílabas.

Coisa de empresário, por afetação “gourmet” ou desconhecimento da cultura do futebol brasileiro.

Essa cultura fez Tchê Tchê sobreviver a Danilo Neves e Dentinho morder Bruno Bonfim. Nos anos 90 os apelidos davam de goleada nos nomes compostos.

Os campeões mundiais de 1994 refletem a época: Cafu, Branco, Mazinho, Dunga, Zinho, Bebeto, Viola… Até Müller é apelido – o ex-atacante se chama Luís Antônio –, e Zetti é um pedacinho de Armelino Donizete.

E, pela primeira vez, Ronaldão viu seu aumentativo estampado numa camisa, para diferenciá-lo do menino Ronaldo, que Galvão Bueno insistia em chamar de Ronaldinho, mas depois virou Fenômeno.

Fosse hoje, gastar-se-iam linhas e linhas de comentários em redes sociais para debater apelidos como Juca Baleia, goleiro do Sampaio Corrêa, ou Pirata, atacante do Náutico pela assimetria dos olhos.

Sem os dentes da frente quando chegou garoto ao Vitória, o baiano Vampeta (mistura de vampiro com capeta) soube rir de si mesmo e se tornar um dos mais folclóricos personagens do futebol brasileiro.

A sempre criativa crônica esportiva deu sua contribuição ao folclore do futebol. O Botafogo tinha o rápido Valdeir The Flash, campeão carioca em 1990. Super Ézio era o herói do ataque do Fluminense e Valdir Bigode o do Vasco.

O centroavante Paulinho McLaren comemorou um gol homenageando Ayrton Senna na véspera da vitória em Interlagos, em março de 1991.

Outro rei da autopromoção, Túlio Maravilha pegou emprestado o “sobrenome” de Dadá.

Nomes de guerra: - Um timaço que renega a certidão de nascimento: Dida; Giba, Tonhão, Caçapa e Piá; Pingo, Boiadeiro, Cuca e Macula; Tiba e Dodô.

Dario (agachado no centro) incorporou ao personagem real o "Maravilha", o "Rei Dadá" e o "Peito de Aço" quando fez sucesso nas Minas Gerais depois de aparecer timidamente no Campo Grande do Rio


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