Júlio Veliz (terceiro de preto sentado) no Nacional de Montevidéu (Uruguai) em 1938 |
NOS ANOS 30/40 OS “APELIDOS” E OS “GRINGOS” ALIMENTAVAM A IMPRENSA CARIOCA
JOSÉ VANILSON JULIÃO
Alfredo Gonzales como técnico |
Durante a pesquisa há algum tempo encerrada, para a série sobre a acirrada campanha movida contra as alcunhas dos jogadores, acabei não prestando atenção que, na mesma ocasião em que o Conselho Nacional de Desportos (CND) resolve disciplinar a contratação dos craques argentinos, uruguaios e paraguaios, também recomenda o uso não sistemático dos apelidos.
Mas o que interessa é o
anteriormente citado artigo do jornalista e radialista Isaac Zunkerman –
colaborador da “Rádio Tupi” e do “Diário da Noite” – em que relembra o
“platinismo”, assim denominado pelo colunista Mário Leite Rodrigues Filho apenas
no “Jornal dos Sports”, do qual era dono, no futebol carioca, final da década
de 30 começo de 40.
O comentário distribuído pela Agência Meridional, da cadeia Associada, foi reproduzido pelo “Diário de Natal” (13/3/1952): “... E os estrangeiros estão voltando.”
- Houve uma época e não
vai muito longe que o futebol brasileiro esteve enxertado de jogadores
estrangeiros. Escreve logo de cara para, em seguida, relacionar personagens já
mencionados nesta série e outros não.
Enumera: Della Torre e Grita
(América), Santamaria e Rogério (Botafogo), Volante, Valido e Gonzalez (Flamengo),
Spineli, Capuano, Rongo e Raul Rodrigues (Fluminense), Spina (Madureira),
Veliz, Papeti, Bianchi, Avali, Picabéa e Esperon (São Cristóvão), Figliona, Viladoniga,
Dacunto, Gandulla (aquele já explicado) e Emeal (Vasco da Gama).
Desta lista um é conhecido
do futebol potiguar para quem é fissurado em pesquisa ou curioso pela história
do esporte. É o caso do centromédio argentino Dante Jorge Bianchi, que esteve
excursionando com o Bahia no Rio Grande do Norte (dezembro de 1946) e dirigiu o
América de Natal (1968).
Outro que foi treinador Abel
Picabea. Inclusive em times nordestinos. O uruguaio Julio Elbio Veliz Mello,
goleiro, passou ao Paysandu, terminou treinador e ficou por Belém. E outros
também jogaram por mais de um clube carioca e ficaram na história destas agremiações,
de maior poder econômico e também entre os chamados clubes “médios” ou “pequenos”,
os suburbanos.
O Gonzalez, de prenome
Alfredo, deve ser o mesmo que ainda passou pelo Vasco da Gama e Botafogo, e no
Glorioso encerra a carreira em 1945 para tornar-se técnico requisitado.
Inclusive foi campeão carioca pelo Bangu (1966) na famosa decisão da briga fomentada
pelo atacante Almir do Flamengo.
FONTES/IMAGENS
A Ordem
Diário da Noite
Diário de Natal
Correio da Manhã
Datafogo
Grêmiopedia
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