Consulta

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Polêmica da quantidade de jogador estrangeiro é antiga (final)

Júlio Veliz (terceiro de preto sentado) no Nacional de Montevidéu (Uruguai) em 1938

NOS ANOS 30/40 OS “APELIDOS” E OS “GRINGOS” ALIMENTAVAM A IMPRENSA CARIOCA

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Alfredo Gonzales como técnico

D
urante a pesquisa há algum tempo encerrada, para a série sobre a acirrada campanha movida contra as alcunhas dos jogadores, acabei não prestando atenção que, na mesma ocasião em que o Conselho Nacional de Desportos (CND) resolve disciplinar a contratação dos craques argentinos, uruguaios e paraguaios, também recomenda o uso não sistemático dos apelidos.

Mas o que interessa é o anteriormente citado artigo do jornalista e radialista Isaac Zunkerman – colaborador da “Rádio Tupi” e do “Diário da Noite” – em que relembra o “platinismo”, assim denominado pelo colunista Mário Leite Rodrigues Filho apenas no “Jornal dos Sports”, do qual era dono, no futebol carioca, final da década de 30 começo de 40.

O comentário distribuído pela Agência Meridional, da cadeia Associada, foi reproduzido pelo “Diário de Natal” (13/3/1952): “... E os estrangeiros estão voltando.”

- Houve uma época e não vai muito longe que o futebol brasileiro esteve enxertado de jogadores estrangeiros. Escreve logo de cara para, em seguida, relacionar personagens já mencionados nesta série e outros não.

Enumera: Della Torre e Grita (América), Santamaria e Rogério (Botafogo), Volante, Valido e Gonzalez (Flamengo), Spineli, Capuano, Rongo e Raul Rodrigues (Fluminense), Spina (Madureira), Veliz, Papeti, Bianchi, Avali, Picabéa e Esperon (São Cristóvão), Figliona, Viladoniga, Dacunto, Gandulla (aquele já explicado) e Emeal (Vasco da Gama).

Desta lista um é conhecido do futebol potiguar para quem é fissurado em pesquisa ou curioso pela história do esporte. É o caso do centromédio argentino Dante Jorge Bianchi, que esteve excursionando com o Bahia no Rio Grande do Norte (dezembro de 1946) e dirigiu o América de Natal (1968).

Outro que foi treinador Abel Picabea. Inclusive em times nordestinos. O uruguaio Julio Elbio Veliz Mello, goleiro, passou ao Paysandu, terminou treinador e ficou por Belém. E outros também jogaram por mais de um clube carioca e ficaram na história destas agremiações, de maior poder econômico e também entre os chamados clubes “médios” ou “pequenos”, os suburbanos.

O Gonzalez, de prenome Alfredo, deve ser o mesmo que ainda passou pelo Vasco da Gama e Botafogo, e no Glorioso encerra a carreira em 1945 para tornar-se técnico requisitado. Inclusive foi campeão carioca pelo Bangu (1966) na famosa decisão da briga fomentada pelo atacante Almir do Flamengo.

FONTES/IMAGENS

A Ordem

Diário da Noite

Diário de Natal

Correio da Manhã

Datafogo

Grêmiopedia

Nenhum comentário:

Postar um comentário