A "marujada" durante uma apresentação na cidade norte-rio-grandense de Canguaretama |
A "barca" no intervalo de uma apresentação |
FOLGUEDO PROVOCA "WO" AMERICANO E NOVA TABELA DA COMPETIÇÃO
No ano anterior ao começo da colaboração do então acadêmico de Direito, o depois folclorista e escritor Luís da Câmara Cascudo, com a coluna “Bric-a-Brac” no jornal do pai, o coronel da Guarda Nacional e comerciante Francisco Justino de Oliveira, “A Imprensa” (sexta-feira, 9/2/1917) publica artigo de uma coluna sobre a manifestação folclórica. O texto sai cinco dias após o terceiro e último jogo da “Taça Campeonato” (domingo, 4), competição promovida pelo impresso, e o autor, "Carlos", faz referência a apresentação na festa de Santos Reis.
O FANDANGO
“Este
divertimento de predileção dos brasileiros levou Sílvio Romero, Almeida Garret,
Theophilo Braga, Manoel Pinheiro Chagas e muitos outros escritores a entrarem
em investigações históricas para conhecerem-lhe as origens.
Para eles não há
dúvida que este brinquedo popular, genuinamente brasileiro, tenha se originado do
episódio do romance da “Nau Catarineta”, que se refere ao naufrágio do navio
que em 1565 partiu do porto do Recife para Lisboa, conduzindo entre outros
passageiros, Jorge de Albuquerque Coelho (terceiro donatário de Pernambuco e filho
do primeiro donatário Duarte Coelho) e o amigo Bento Teixeira Pinto, um sobrevivente,
poeta e autor do relato das agruras...”
Enumera as fontes:
“Cancionario” (Almeida Garret), “Cantos Populares do Arquipélago dos Açores”
(Theophilo Braga) – publicado em 1869 -, no qual faz um exame comparativo da “História
trágica-marítima”, de Bernardo Gomes de Brito.
NOTA DE REDAÇÃO: O grupo
folclórico de Canguaretama, interior do Rio Grande do Norte, começa por volta
de 1885 como produto de exportação cultural paraense. Em 1910 são acrescidos
números musicais originados da Paraíba. Diz o professor de Arte Tadeu Patrício:
“O grupo é formado
por uma tripulação de aproximadamente quarenta marujos, entre oficiais e
marinheiros. O enredo principal desenvolve-se em torno da velha “Nau
Catarineta”, que é atacada por uma tempestade e vaga durante sete anos e um
dia.
Perdido e sem
comida, a tripulação passa a comer sola de sapatos e, em sorteio, o comandante
do navio é escolhido para ser transformado em alimento para os famintos.
Durante o momento da aflição acontece um milagre e a tripulação avista terra.”
FONTES/IMAGENS
A Imprensa
A Voz da Cultura
(Professor Tadeu Patrício)
Canguaretama de
Fato
Comissão
Nacional de Folclore
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