Um craque potiguar no futebol maranhense (VII)

"Tidão", agora com 99, em foto (Alexandre Filho/Globo Esporte) quando completou nove décadas de vida

ALBANO, TICO, TIDÃO E JORGINHO, OS EMBAIXADORES DA BOLA NO ESTADO DO MEIO-NORTE

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Jorginho e Albano/Acervo: R. Cavalvante

Quando o atacante João Tavares de Morais (“Tidão”) é contratado pelo Moto Clube (São Luís) em dezembro de 1947 o avançado conterrâneo Albano Pereira já se encontrava no Sampaio Corrêa desde setembro do mesmo ano.

Na segunda quinzena de novembro começa a boataria sobre amistoso do Santa Cruz de Natal, campeão potiguar de 1943 (único título do clube), seguida da especulação de que Jorge Tavares de Morais, irmão de “Tidão” (o sobrenome não nega), estaria mudando de ares.

Também quem está no Moto desde setembro é o ponta-esquerda Francisco Canindé do Nascimento, o “Tico”, totalizando no final do segundo semestre três craques oriundos ABC no estado do “Meio-Norte”.

Saliente-se que algumas informações desencontradas, como a ida do tricolor natalense e bem depois, um suposto litígio de Jorginho com o ABC, teria o dedo do gráfico maranhense Marçal Santos, um auxiliar de linotipista que se encontrava trabalhando na capital potiguar.

Era ele quem enviava correspondências ao “Diário de São Luís” e as informações provavelmente eram respaldadas pelo dirigente César Alexandre Aboud, dono da fábrica de tecidos Santa Isabel, que acabou dando nome ao estádio pela cessão do terreno.

A exportação dos craques do Rio Grande do Norte para o Maranhão tende a aumentar quando o jornal da capital (quinta-feira, 7/7/1949) noticia informe do dirigente Mamud Chaim sobre o retorno de Albano Pereira, agora para o Moto, e a ida do ídolo alvinegro Jorginho para o Sampaio.

“O regular desempenho” do Jorginho é atestado na vitória da “Bolívia” (apelido do Sampaio) em amistoso contra o “Bode Gregório”, apelido do Maranhão Atlético Clube, o “quadricolor” (domingo 17). “Não foi dos piores, mas não repetiu as atuações”, outra avaliação, em jogo oficial.