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segunda-feira, 14 de julho de 2025

O goleiro do Alecrim com curioso apelido (V)

ADC (1962): Zé Mecânico, Cocorote, Ticarlos, Alfeu, Wulen, Daniel, Jurandir, Beto, Ruiter, Debinha e Raimundinho/Imagem: Esquadrões e Craques do Futebol

ARTIGO

Sávio Augusto Sobral Garcez – INFONET (30/4/2003)

Admirador e torcedor


“67º. Aniversário da Associação Desportiva Confiança”

No dia 1 de maio de 1936 surge no Bairro Industrial, as margens do Rio Sergipe, oConfiança, fundado pelo patrono Joaquim Sabino Ribeiro Chaves.

O clube nasceu no Dia do Trabalhador e foi formado por operários da Fábrica de Tecidos Confiança. Seus primeiros passos foram firmes e a força e pujança nas competições de basquetebol, voleibol e atletismo deram ao time o slogan de “Já Nasceu Grande”.

Em 1949 pela primeira vez em competição oficial os comandados de Enock Nascimento fazia a Torcida Proletária vibrar com Mergulho, Sandoval, Bidu, Anastácio e Pedrinho. Sagrando-se campeão em 1951, 53 e 54, destacando-se os atletas Pimentel, Paulo Lumumba, Violão e Isnaldo, do eficiente técnico Labodi.

Em 1955 o “Dragão” ganhou o Estádio Sabino Ribeiro. Em 1962 sagrou-se Super-Campeão com o técnico Ariston Dias. Quem não lembra Cocorote, Mecânico, Ticarlos, Alfeu, Daniel, Jurandy, Beto, Ruiter, Debinha, Nena, Raimundinho e Alagoano.

Em 1963 o Confiança galgava com mérito o slogan “Academia do Futebol Sergipano”, como bicampeão novamente Ariston Dias. Em 1964 a maior alegria com Ruiter artilheiro (11gols) da Taça Brasil.

Em 1965 e 68 campeão. Quem não se lembra do goleador Vevé, o Cmcanhão do Bairro Industrial. Quem não se lembra do artilheiro Nunes em 1975.

Em 1976 campeão com Zé Luís, Gilson, Fiscina, Lourival, Pedrinho, Dudu, Samuca, Luís Carlos, Nininho, Mica e Joãozinho, com o técnico Edmur Cruz. O Dragão revive os anos 60 sagrando-se super bi-campeão em 76 e 77.

Ao Confiança exportador de craques: Chico (Áustria), Ruiter (França), Mirobaldo e Dinda (Portugal), Debinha e Daniel (Paraíba), Vevé, Nunes, Joãozinho e Dinho (Santa Cruz de Recife).

O Confiança representado nas figuras de Beto, Debinha, Enock Alves do Nascimento, Ariston Dias e Garrinchinha. Dos desportistas: Marcos Prado, Flávio Primo, Rubens Chaves, professor Uchoa de Mendonça, Aerton Silva, Matias Paulino, José Roberto Maia, José Andrade Júnior, Rubinho, Roberto Sabino, José Araújo Filho, Célio França, Carlos Cruz, Jorge Araújo, Hercílio Brito, Carlos Mota, Elcarlos Cruz, professor Valquírio, Tadeu Cruz, Miltinho, Fernando França e Fernandinho da Casa das Tintas.

Ao nosso Confiança da estimada Vovó Dona Finha, que aos 89 anos repousou eternamente, considerada a Torcedora número um.

Ao Confiança campeão de 1983, 86 e 88 com destaque para Luizinho, Fiscina, Luís Carlos, Merica, Aldair, Malvina, Araújo e Paulo Silva. Ao Confiança Campeão de 1990. Ao Confiança de grandes homens como: Aristotelino Cruz, desportista glorioso e dedicado.

Ao Confiança exemplo de renovação de valores: Jéferson, Gil, Wellington, Marcos Teles, Fernando, Fábio, Lopes, Índio, Jadílson, Hilton, Carlos Henrique, Mica, Jadson, Luciano, Eanes, Valtinho e Neto e de toda Diretoria e comissão técnica representada nas figuras do Presidente Daniel Bispo, do Treinador Ricardo Oliveira e do Preparador Físico Sérgio Dória.

Ao nosso Confiança, possuidor da Torcida mais Apaixonada, a mais Fiel a que está presente em toda as Praças de Esporte, a Super Torcida que é bicampeã e é a maior e a mais organizada do Estado, e em nome dela saúdo a briosa, guerreira e sensacional “Torcida Trovão Azul”.

Ao nosso confiança de ontem, de hoje e de sempre lhes desejo que neste dia todas as bandeiras alvo-anis se levantem para brindar em sua homenagem.

O goleiro do Alecrim com curioso apelido (IV)

Imagem rara do goleiro "Cocorote", no Clube de Regatas Brasil de Maceió, capital alagoana

EXCLUSIVO: revelado pela primeira vez na rede o nome completo do goleiro sergipano “Cocorote”

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Depois de vasculhar os blogs e sites especializados em transferências de jogadores ou fichas dos antigos atletas, somente no impresso de um arquivo (*) de Aracaju, se encontra os dados pessoais completos do importante personagem.

É na “Gazeta de Sergipe” com seis páginas (quarta-feira, 13/5/1964) e precisamente na reportagem: “CAMPEÕES EM DESFILE – Biografias dos super-bi-campeões sergipanos.”

São relacionados do treinador Ariston Dias dos Santos, do goleiro ao ponta-esquerda, e inclusos os suplentes.

Com destaque para o centroavante pernambucano de Pesqueira, Carlos Ruitter de Oliveira Santos, artilheiro na Taça Brasil e que fez sucesso no futebol francês.

O “curtinho” Antônio Lima é o nome do goleiro “Cocorote”, nascido no município de Riachuelo (23/1/1940), filho de dona Maria de Lourdes Lima.

Veio do Siqueira Campos para o Confiança. “Figura de proa em 1962 e com eficiência na jornada recentemente finda, sendo um perfeito substituto de Roberto Vieira Azevedo."

 

(*) A coleção original da “Gazeta de Sergipe” se encontra no Instituto Histórico e Geográfico do Estado. É disponibilizada no site da Universidade Federal de Sergipe.

O goleiro do Alecrim com apelido curioso (III)

O goleiro Carlos César de Oliveira com a camisa amarela número um do Galo da Pajuçara

Goleiro Cocorote campeão em 1969: citado

ARTIGO

”A César o que é de César” (22/6/2024)

Adelmo Marques Luz

082 Notícias


Comecei a frequentar os estádios de futebol em 1969. Ano em que meu galo foi campeão, após empatar em 1 X 1 com o CSA no campo da Pajuçara. Meu primeiro inesquecível título.

Na época nosso goleiro era o Pompeia, oriundo do CSE de Palmeira dos Índios. Depois apareceu o excêntrico Cocorote, cuja estatura era minúscula, mas possuía a versatilidade de um felino. Incrível.

Alguns anos depois, apareceu o César. Acompanhei toda sua inigualável trajetória. A instituição CRB, assim como nós torcedores, deve muito a esse magistral atleta. Dívida impagável.

Lamento profundamente o falecimento, sobretudo nas circunstâncias em que ocorreu: esquecido, ignorado, não obstante a sua extensão e gloriosa contribuição ao Clube de Regatas Brasil.

Um craque marcado pelo impiedoso destino; um ídolo que findou sua existência no anonimato. Lastimo que não se tenha dado em vida a César o que era de César.

Logo a ele, um imperador, que tão bem guardou a sua meta. Graças às suas cinematografias defesas, pudemos acumular títulos taças e glórias que hoje compõem o acervo do clube que amou.

Infelizmente, a indesejada o levou precocemente. Esse gol você não pôde evitar. Mas saiba, arqueiro, que és um insuperável e eterno campeão.

Agora, nós regatianos, faremos a defesa de sua história de glorias aqui na terra, enquanto você, sob as bênçãos de Deus, continuará a defender eternamente nossas cores aí no céu. Muito obrigado, César!

NOTA DE REDAÇÃO: Carlos César de Oliveira, falecido em 20/6/2024, jogou no Corinthians Paulista de abril de 1981 a junho de 1982, com 58 partidas. Antes foi tetracampeão estadual com o Clube de Regatas Brasil (1976/79). Ainda passou pelo ASA de Arapiraca.

O goleiro do Alecrim com apelido curioso (II)

O sergipano Cocorote: CRB

ARTIGO

Warner Oliveira (10/10/2010) *

“Álbum de Futebol: Cocorote”

 

Aos 36 anos de idade Cocorote ainda tinha inscrição pelo Ferroviário para disputar o campeonato alagoano. Apesar de veterano achava que poderia oferecer muito ao clube. Dizem que quanto mais velho o goleiro se destaca mais. A experiência vivida em baixo dos três paus da baliza dá ao arqueiro tudo aquilo que ele gostaria de ter quando jovem.

Jogando num time modesto Cocorote ficou um pouco esquecido pela imprensa que somente observava as grandes defesas dos goleiros das principais equipes da cidade. Mesmo assim ele ia seguindo na vida e fazendo suas defesas até quando Deus quis.

Cocorote teve uma vida de um verdadeiro cigano. Nasceu em Sergipe, mas começou no juvenil do América de Recife. Ainda como amador foi jogar no Siqueira Campos da II Divisão de Aracajú. Seu primeiro contrato de profissional foi com o Confiança e logo se tornou bi campeão sergipano.

Depois passou pelo Ipiranga (Salvador), voltou ao Confiança e jogou ainda pelo Contiguiba, Olímpico (Sergipe). CRB, ASA (Alagoas), Alecrim (Natal) e Ferroviário (Maceió). Foram muitos clubes, muitas emoções e também algumas decepções.

A maior delas foi a saída do CRB. Ele estava bem, mas as fofocas infernizaram sua vida no clube. Ele lutou contra tudo e contra todos. Tentaram lhe desmoralizar, mas tudo saiu bem, e ficou apenas a grande mágoa.

Um goleiro nunca sabe o que encontrar pela frente. Por isso, muitas vezes, as glórias, as alegrias nem sempre são compensadoras. A amargura e o desconsolo, muitas vezes, fazem o arqueiro se tornar um vilão.

Num clássico CSA e CRB no Mutange Cocorote vinha sendo a maior figura do jogo. Tomou um frango e se tornou um jogador detestado pela torcida. Um chute de Giraldo e Cocorote não podia falhar. Ninguém estava por perto. Só ele a bola.

Agachou-se para agarra-la, e em vez de garras implacáveis, a bola encontrou mãos de seda, frágeis, nervosas. A bola escorregou por entre as pernas e tomou, lentamente, o caminho das redes. Foi realmente um frango daquele tamanho.

Cocorote não se abateu, não se envergonhou. O frango faz parte da vida de todos os goleiros, e ele não poderia ser uma exceção. Também viveu grandes momentos. Entre eles formou na seleção alagoana e enfrentou o Santos na inauguração do Estádio do Trapichão.

Cocorote foi funcionário da Rede Ferroviária e levava a vida para oferecer a sua família o conforto que ela merece. Não ia aos estádios para assistir jogos de futebol. Somente ia ao campo quando é para jogar e defender o Ferroviário.

 

*No jornalismo desde 1979. Começa como “rádio escuta” e secretariando programas na Rádio Gazeta de Alagoas, ainda na Rua do Comércio.

domingo, 13 de julho de 2025

O goleiro do Alecrim com curioso apelido (I)

"Cocorote" sendo entrevistado

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O goleiro sergipano com carreira em Alagoas, “Cocorote”, aparece sem alarde no Alecrim no final da temporada de 1971.

A estreia ocorre com derrota em amistoso no segundo semestre contra o ABC (Edvaldo marca aos nove do primeiro tempo).

A reportagem do “Diário de Natal” da segunda-feira diz que ele esteve bem: “apesar de ser baixinho”.

Com preliminar Riachuelo 1 x 2 Clube Atlético Potiguar no Estádio Juvenal Lamartine.

Como reforço para o terceiro turno do campeonato estadual o arqueiro da “Terra dos Marechais” participa de mais jogos, os oficiais.

Ele é até citado na reportagem “Natal, capital do futebol “importado” (quinta-feira, 16/12).

Principalmente do futebol pernambucano. Mas nosso personagem não retorna no ano seguinte.

 

FONTES/IMAGENS

Diário de Natal

O Poti

Tribuna do Norte

Blog do Sorrentino

Museu dos Esportes

Que Fim Levou da Depressão (Facebook)

Súmulas Tchê

Walter Luís

Warner Oliveira

082 Notícias

José Maria de Aquino prefacia biografia de Yustrich

Elenco do Siderúrgica, campeão mineiro de 1964, com o treinador Yustrich (último em pé de cinza)

Gerchmann comenta sobre autor J. L. Costa
e o livro sobre a carreira do polêmico  técnico

Entre 12 e 14 de junho deste ano o blog publicou uma série de oito reportagens sobre o lançamento da biografia do treinador de futebol Dorival Knipel, o "Yustrich", apelido retirado do nome de um goleiro argentino dos anos 30.

A sequência dos artigos foi motivada pela sugestão e recomendação em rede social do jornalista aposentado José Maria de Aquino para se ler a excelente obra em tom de reportagem, escrita pelo jornalista gaúcho José Luiz Costa.

Ate reproduzo no primeiro texto sequencial parte do prefácio de José Maria de Aquino, mas incompleto. Como localizei todo o prefácio original no portal "SLER" (13 de junho de 2025), destinado a escritores e leitores, transcrito pelo jornalista Léo Gerchmann.

Agora reproduzo na totalidade como parte complementar importante do artigo "Livraço de José Luís Costa sobre Yustrich - Excelente repórter, Zé não economiza em detalhes para contar a história do “Homão”.

O prefácio do mestre que passou pela revista PLACAR é, também, histórico. (JVJ)

 


JOSÉ MARIA DE AQUINO

Jornalista

“Este livro começou a ser ‘escrito’ há mais de meio século, na memória de um garoto de apenas cinco anos que, assustado, fazendo companhia a seu pai, ouvia nas rádios do Rio de Janeiro notícias e comentários sobre um técnico violento, grandalhão, que não levava desaforo para casa, batia nos jogadores, agarrando-os pelo pescoço, botando-os de castigo. Um técnico que enfrentava a imprensa e não aceitava ordens de seus diretores.

José Luís Costa, o garoto assustado, cresceu, tornou-se jornalista, trabalhou em órgãos de imprensa do Rio Grande do Sul, onde nasceu e vive, sempre longe da seção de esportes, mas nunca esqueceu aquele técnico, valente, violento, daquele HOMÃO.

Em 2021, desempregado pela pandemia, decidiu escrever um livro contando as histórias dos “bad boys do futebol” – cartolas, jornalistas, jogadores, torcedores que viviam se metendo em confusões. Fascinado com as informações sobre Yustrich, aquele valente, um deles, abandonou os demais. (…) Concentrou seu trabalho no Homão. Somando mais de 5 mil laudas de pesquisas em jornais, revistas, sites e mais de 140 entrevistas com ex-jogadores, dirigentes, jornalistas, amigos e inimigos, que lhe renderam um livro completo, sobre um personagem complexo, nascido em Corumbá, em 1916, batizado Dorival Knippel, mais conhecido como Yustrich – um goleiro razoável, um técnico de alto nível, nos seus 50 anos de profissão, dirigindo grandes e pequenos times. (…) Colhendo sucessos e fracassos. Colocou o Porto na elite do futebol português, ganhou estátua no museu do clube. Considerado um dos três melhores em sua história.

José Luís descobriu que o Homão era mesmo tudo que, assustado, ouviu dizer dele quando guri, mas que era, também, um ser humano sensível, carinhoso, capaz de bater e de abraçar; de punir e perdoar; de enfrentar cartolas poderosos, jogadores famosos, e de chorar como uma criança.

Disciplinador e paizão, que emprestava dinheiro e não cobrava. Que mandava queimar camas e colchões velhos, exigindo o melhor para os jogadores. (…) Capaz de prender o time na concentração após uma derrota e de levar um atleta que não dormia porque sentia fome a uma churrascaria tarde da noite. Capaz de proibir jogador de sair do treino para assistir ao nascimento dos filhos gêmeos, e no dia seguinte pedir perdão, levando flores para a mãe na maternidade.

Um ‘louco’ capaz de barrar no Flamengo o zagueiro Brito, tricampeão mundial no México, em 1970, por achar ‘que queria jogar só com a fama’. De brigar com o artilheiro Doval, ídolo da torcida rubro-negra. E ter visão e coragem para lançar um garoto como Wladimir, no Corinthians, e fazer brilhar Geovani, na Desportiva, do Espírito Santo. De, em um ano, ensinar Dario Maravilha, no Atlético-MG, a chutar, cabecear, ser gente e chegar à Seleção.

Criticou João Saldanha, dizendo que não tinha competência para ser técnico da Seleção Brasileira. E, há quem diga, que não herdou o cargo em 1970 por seu gênio forte. Não se dava bem com a imprensa e, nos momentos de aperto financeiro, se tornou comentarista de rádio e televisão.

Mulherengo, tinha dois amores em Belo Horizonte e chegou a ter um terceiro no Rio, ao mesmo tempo. Mas a grande paixão era a filha Ana Lúcia. Proibia bebida para jogadores e, de vez em quando, tomava todas nas noitadas. Gostava de mesa farta. Exigia dos jogadores, mas não cuidava do próprio corpo.

Ganhou muito dinheiro. Gastou, não cobrou o que emprestava, ajudava pobres e crianças, perdeu tudo. Desregrado, tornou-se diabético. Lutou, sem saber – porque queriam poupá-lo -, contra um câncer na próstata e foi derrotado por ele. Morreu sem conhecer a palavra limite. Amparado por uma de suas mulheres e amigos, que custearam seu funeral.

Um livro muito bem cuidado, uma história para ser conhecida.”

sábado, 12 de julho de 2025

O "Major" treinou e não ficou no América/RN (VIII)

Jonas aponta o escudo da equipe que defendeu ao passar na “peneira” do Orfanato São Domingos entre 1967-70/Foto: Adailson Calheiros

Atacante Gabriel, a mascote
Sebastião Marinho Muniz
Falcão, o "Muniznho", e "China",
o maestro e craque do time

Para
o site “Tribuna Hoje” (31/3/2023) o repórter Wellington Santos localiza no bairro do Clima Bom, periferia de Maceió, o antigo lateral-direito Jonas Queiroz, 73, um dos primeiros contratados pelo São Domingos para a participação inédita no campeonato estadual (1970).

Devidamente paramentado com uma camisa do Domingão relembra como chegou à equipe de Mangabeiras. Em 1968 o menino do bairro do Prado tinha 18 anos. Tenta seguir a carreira de jogador e treina em um time do Goiás. “Mas não deu certo. Voltei e em 1969 recebi um aviso de um colega”:

- Vai ter um campeonato lá em Mangabeiras, no Orfanato São Domingos, vamos, porque tem futebol. Participei de um torneio e seu Waldemar Santana foi meu primeiro treinador. Quem administrava o Lar Murilo Teixeira. Conta que foi eleito o melhor zagueiro e depois a lateral.

“ARMARAM CONTRA NOSSO TIME”

Pouco tempo depois Jonas praticamente encerra a carreira por se contundir seriamente no joelho, mas Miguel Lino Spinelli tratou imediatamente de encontrar um substituto. Diferentemente da grande maioria dos contratados, que eram “forasteiros”, a solução estava pertinho de casa.

O dirigente acerta com o lateral-direito José dos Santos, o “Catatau”, do CSA, trocasse o “Mutange” pelo campo de Mangabeiras. Hoje mora no bairro do Poço, aos 74, diz: “Eu era o único alagoano do time titular e um dos poucos no plantel. O China era nosso grande maestro, um craque”.

Questionado sobre a razão do São Domingos ser tão bom de bola e não ter conquistado um título importante revela em tom de denúncia: “Inventaram que Gabriel joga uma partida irregular e deram o título para o CSA em 1971”. De fato: o campeonato foi decidido no “tapetão”.

“Nosso time dava espetáculo. Lembro-me de que ganhamos do CSA por 4 a 0, com direito a olé e tudo. Era uma coisa inimaginável naquela época”, conta Catatau, que jogou no São Domingos até 1974, para depois encerrar a carreira.

O atacante José Vergetti, que se tornou técnico e dirigente, egresso do CSA atuou após a era de ouro. “Mesmo sem ser o timaço dos primeiros anos pude sentir que era especial atuar pelo time, pois torcedores do CSA, RB e dos outros clubes tinham uma grande simpatia pelo clube”.

"Catatau", antigo lateral-direito, o único alagoano do elenco do "Domingão" veio do CSA