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sábado, 12 de abril de 2025

Pioneiro da aviação funda clube de remo natalense (IV)


Euclides Pinto Martins é contemporâneo do ABC, América, Alecrim, Centro Náutico Potengi e do Sport Club de Natal

JOSÉ VANILSON JULIÃO

É bem provável que no ano em que ingressa no Colégio Atheneu o menino de 11 anos tenha ouvido falar que, em novembro de 1903, os estudantes e irmãos Pedrosa tenha batido uma bola na Praça André de Albuquerque, no bairro da Cidade Alta, centro de Natal.

Se bem que não há qualquer indício neste sentido, mas no tempo em que permanece na capital potiguar coincide com a efervescência do surgimento dos três maiores clubes de futebol e de dois dedicados ao remo.

Na conta primeiro durante a fundação do alvirrubro Natal Futebol Clube e da agremiação da camisa cinza, o Potyguar, em 1910. E outros. Cinco anos depois é a vez do trio natalense ABC, América e Alecrim, respectivamente em junho, julho e agosto.

Na mesma leva de 1915 são fundados as duas principais agremiações dedicadas ao remo até hoje, portanto tão centenários como o alvinegro, o alvirrubro (azul e branco em 1918) e o esmeraldino (que começou tricolor).

Para a prática do “rowring”, esporte em voga e com modismo na época, surge primeiro o alvinegro Centro Náutico Potengi, em outubro, e depois o rubro-negro Sport Clube de Natal, em novembro.

No período em que trabalha no IFOCS conhece o engenheiro José Matoso Sampaio Corrêa, de quem se torna amigo e seria um dos responsáveis no apoio a travessia aérea entre Nova Iorque e o Rio de Janeiro.

No final da I Guerra Mundial (1917) mora no Recife por dois anos e ingressa na Loja Maçônica "Segredo e Amor". Em 1918 falece a esposa e retorna aos Estados Unidos. E segue a história...


FONTES

Forquilha, Ontem, Hoje e Sempre

Fundação Rampa

Topa Tudo

Pioneiro da aviação funda clube de remo natalense (III)

Igreja Presbiteriana sedia a primeira escola
americana da Região Nordeste

Euclides Pinto Martins no Colégio Americano da Igreja Presbiteriana

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Um detalhe da infância do menino cearense criado em Macau e em Natal não passa desapercebido.

A permanência dele, por pouco tempo, no Colégio Americano, o “colégio das camisas verdes” (o redator não sabia deste pormenor colorido).

Isto tem a ver com o norte-americano William Calvin Porter (1855 – 1937), responsável pela implantação da primeira Igreja Presbiteriana no capital do Rio Grande do Norte.

Katherine H. Porter e o reverendo americano
William Calvin Porter implantam a Igreja

O reverendo William Porte chega pela primeira vez em Natal (1893) vindo do Recife/PE. Permanece algum tempo e retorna para a capital pernambucana.

Dois anos depois vem de vez (24 de janeiro de 1895). Em 8 de abril do mesmo ano é o responsável pelo batismo e conversão de 33 adultos 18 crianças.

Na ocasião é alugado o prédio da antiga intendência municipal (Rua Ulisses Caldas), derrubado no começo do século XX para a construção da atual prefeitura.

Antes disso o inglês James O’Grady doa o terreno por trás da intendência para a construção da igreja e em seguida a implantação da escola americana.

James O’Grady é o pai do engenheiro Omar Grant O’Grady (1894 – 1985), futuro prefeito de Natal.

Esta escola americana é a primeira do Nordeste (1895). Fundada pela esposa de Porter, Katherine H. Porter.

As primeiras notícias do Colégio Americano datam de março de 1902 por conta de alguns adiamentos do início das aulas devido problema de saúde da professora Elisa Reed.

Como o pioneiro da aviação é aluno no período conclui-se que permanece apenas um ano no Colégio Americano.

Portanto antes de ingressar (1903) no Colégio Atheneu Norte-rio-grandense, fundado no começo da década de 30 do século IX.

 

FONTES/IMAGENS

A República

Igreja Presbiteriana do Brasil

Igreja Presbiteriana de Natal

Navegos

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Pioneiro da aviação funda clube de remo natalense (II)


O cearense de Camocim, Euclides Pinto Martins, é batizado em Macau e depois a família passa a residir na capital potiguar

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Três meses após o nascimento em Camocim/CE Euclides Pinto Martins é batizado (28 de julho de 1892) na igreja matriz de Macau (região salineira potiguar).

O pai, o mossoroense Antônio Pinto Martins, representava a Companhia de Salinas Mossoró Assú em Macau (litoral norte). A mãe chamava-se Maria Araújo do Carmo Martins.

Aos cinco anos começa a estudar na escola pública local. Três anos depois, em agosto de 1900, a família muda para Natal.

Continua os estudos primários no Colégio Americano, conhecido como “Colégio das Capas Verdes.”

Aos 11 (1903) está no Colégio Atheneu e, paralelamente, em curso noturno de náutica.

1907: embarcou no navio “Maranhão”, saindo no ano seguinte, para ser segundo piloto no “Pará”. Acidente de bordo interrompe a rápida carreira naval.

Pinto Martins, com problemas na carótida, desembarcou em Natal, sendo aconselhado pelos médicos a abandonar a carreira.

No início de 1909 o pai o mandou para os Estados Unidos com US$ 300,00 e uma recomendação para uma empresa de amigos repassar uma certa quantia mensal para manutenção.

Pinto Martins matriculou-se no “Drexell Institute” (Filadélfia), na costa leste, e três anos depois se formou em Engenharia Mecânica.

E ainda trabalhava como estagiário na fábrica de vagões “Baldwin Locomotive”. Casa com Gertrudes Mc Mullan.

Regressa ao Brasil após a formatura (1911). Desembarcou do navio da empresa “Booth Line” em Fortaleza.

Viajou para Natal e trabalhar como engenheiro na Inspetoria Federal de Obras Contra a Seca (Ifocs) e na Estrada de Ferro.

Como o pai era maçom Pinto Martins acompanhou-o e ingressou na loja maçônica "21 de Março".

Em Natal nasce (1914) a filha Ceres, falecida aos 31 em acidente de avião (Porto Rico) com o marido.

 

FONTES/IMAGEM

Academia Maçônica de Letras do Ceará

Asas e Flaps

Billy Brasil

F. Silva Nobre

Literário On Line

Recanto das Letras

Portal Ceará

Wikipedia

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Pioneiro da aviação funda clube de remo natalense (I)

O Carqueja e Fuentes se preparou para socorrer o aviador cearense Euclides
Pinto Martins no litoral do Rio Grande do Norte. Quanto a legenda acima é uma
falsidade, como comprova recente pesquisa divulgada pelo pesquisador Arthur
Pierre dos Santos Medeiros, em entrevista para a "Tribuna do Norte" e "Globo
Esporte", esta reproduzida pelo blog e alvo de dois artigos de opinião

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Quando procurava algo mais sobre os fundadores e primeiros jogadores do América – para compor a série sobre o médico caicoense Abílio Medeiros – surpreendo-me com a inclusão de um nome na lista de fundadores do rubro-negro Sport Clube de Natal.

O objeto da pesquisa era levantar dados pessoais, principalmente datas de nascimento e falecimento de Clodoaldo Bakker, um dos envolvidos nos surgimentos dos clubes de futebol e de remo.

A surpresa: aparecer em fontes diversas o cearense Euclides Pinto Martins (Camocim, 15/5/1892 – Rio de Janeiro, 12/4/1924), um dos personagens do histórico raid desde Nova Iorque – Rio de Janeiro (1922/23), como um dos fundadores do clube náutico.

Inclusive ele já havia sido citado na série de reportagens “A história do antigo goleiro ‘Gringo’ do ABC”, precisamente no capítulo IX (quarta-feira, 4/7/2024), de um total de 13 sequências.

Por ocasião de se tratar do preparo pelo engenheiro civil José Maria Carqueja e Fuentes, o “player” alvinegro, em socorro do pioneiro da aviação, cuja aeronave teve que fazer um pouso de emergência no litoral do Rio Grande do Norte.

 

FONTES/IMAGEM

A Ordem

Diário de Natal

Tribuna do Norte

Assembleia Legislativa do Estado do Ceará

Blog Assis Lima

Brechando

Camocim Pote de Histórias

Casa do Velho

Diário do Nordeste

Esporte Amador

Fernando Amaral Futebol Clube

Fortaleza Antigamente

Geledés

Marinha do Brasil

O Povo

Tok de História 

Turma americana em amistoso no interior potiguar

Jogadores americanos e os amigos adversários na cidade de Jardim do Seridó/RN

MEMÓRIA

A fotografia rara original foi publicada na revista comemorativa aos 60 anos do América/RN (1965). Mas esta versão bem nítida é da página social “Colecionador Xaria”.

A imagem data de 21 de abril de 1937 e trata do elenco que compareceu para amistoso na cidade de Jardim do Seridó, interior do Rio Grande do Norte.

Posam a equipe local, de camisa alva e negra, e os americanos de camisas, claro, “encarnadas”.

Os jogadores da agremiação da capital não estão identificados na foto primária por ordem de posição.

Elenco: Rossini Azevedo (goleiro), Pedrinho, Chorão, Renato Teixeira da Mota (Neném), Piancó, Corimã, Sinval, Demóstenes César da Silva, Stephenson Josué Batista, Barroca e os reservas Manoel “Chico” Lamas, Floriano, Álvaro e Mulatinho.

Rossini foi empresário do ramo de torrefação de café; Neném era paulista e veio do Sport Recife em 1929; Demostenes passou pelo América, Ferroviário/CE, ABC, Botafogo, Canto do Rio e Atlético Júnior de Barranquilla e Union Magdalena (Colômbia), Chico Lamas foi árbitro e Stephenson Josué Batista funcionário público estadual, pai do torcedor americano Eugênio Batista, economiário.

Renato Mota está com a boina. Demostenes é o segundo, agachado, na fila frontal, e Stephenson é o penúltimo.  Chico é o gordinho, de branco, em pé. Rossini, portanto, arqueiro, de branco, abaixo. (JVJ)

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Pesquisa acrescentou jogos ABC x América entre 1915/1930

O meticuloso A. Pierre
em ação na famosa
Biblioteca Nacional no
Rio de Janeiro

Livro do ABC escrito pelo jornalista e historiador Adriano de Souza acrescenta mais um clássico "perdido" e soma chega a 26 jogos!

JOSÉ VANILSON JULIÃO

No comentário anterior escrevi sobre a importância da mais recente divulgação de uma pesquisa sobre o pioneirismo do futebol no Rio Grande do Norte.

Levantamento este, que abrange o período de 1915/1930, feito com o rigor de um apaixonado pelo esporte: Arthur Pierre dos Santos Medeiros.

Com o detalhe de enumerar a quantidade exata dos títulos de campeonatos oficiais dos principais clubes da capital: ABC (50), América (36) e Alecrim (5).

E um do Centro Esportivo Natalense (CEN), atualmente o rubro-negro Clube Atlético Potiguar (CAP).

Mais um do licenciado, desde 1967, o tricolor Santa Cruz Esporte e Cultura (um dos quatros com este nome no RN: dois extintos, um inativo e um ativo).

E mais uma grande novidade: configurar o total de 25 jogos do clássico ABC x América no referido intervalo de tempo (15 anos ou década e meia).

Este último quesito é tão mais importante do que o primeiro. Basta o leitor prestar atenção no pormenor explicado a partir de agora.

A última divulgação interessante envolvendo o alvinegro e o alvirrubro foi do portal Universo On Line (UOL), ligado ao grupo do jornal “Folha de São Paulo”.

Especificamente no site “CLÁSSICO É CLÁSSICO... E VICE-VERSA”. Do meu conhecimento ativado em 4/12/2007 e fora do ar não sei desde quando.

Este “sítio” havia listado 15 jogos do principal clássico norte-rio-grandense baseado em duas fontes secundárias.

Seriam 17 se o redator contasse dois jogos computados pelo Torneio Coronel Murad, realizado nos anos 50, e que o UOL contou como sendo de 1927.

A contagem do UOL se valeu do livro “Da Bola de Pito ao Apito Final”, lançado em 2005 pelo falecido jornalista esportivo Everaldo Lopes Cardoso.

E com dados comparados ao conceituado site “Federação Internacional de Estatísticas de Futebol”.

Só para se ter uma ideia o “Clássico é Clássico” relaciona apenas o primeiro jogo ABC x América (1915) e mais dois de competição oficial (1919).

Além de mais dois de 2020 (inclusive um sem data). Até chegar em 1930.

O que aconteceu com a pesquisa de Arthur Pierre? Ele relaciona estes mesmos 15 e acrescenta mais dez! Para totalizar os 25! Eis a importância desta nova pesquisa.

Mas podem ser 26! Caso se confirme uma partida de 1916 relacionada pelo jornalista e historiador Adriano de Souza.

Jogo este que consta no livro dele – “O MAIS QUERIDO – Uma história do ABC Futebol Clube (1915/2923) – lançado o ano passado.

ABC e América se enfrentam 25 vezes entre 1915/1930

Inauguração do Estádio Juvenal Lamartine: o palco maior do clássico entre 1928 e 1972

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O excelente levantamento recentemente divulgado pelo rigoroso pesquisador Arthur Pierre Santos de Medeiros – com exclusividade pela "Tribuna do Norte" e logo depois pelo "Globo Esporte" – é importante pela convergência com pesquisadores anteriores e atuais.

Primeiro com a conclusão do número exato de títulos considerados de campeonato disputado por inteiro por cada clube da capital potiguar: ABC (50), América (36), Alecrim (cinco), Centro Esportivo Natalense (um) e o antigo Santa Cruz Esporte e Cultura (um). Sem contar os "canecos" do interior.

A coleta das informações se restringe ao período de 1915 a 1930. Porém o redator destaca um pormenor também muito importante: a verificação dos jogos entre América x ABC neste intervalo de tempo durante o pioneirismo do futebol potiguar.

Pela contagem de Arthur Pierre, com jogos de tempo regulamentar completo, envolvendo partidas oficiais, amistosos ou por torneios diversos, o total chega a 25 enfrentamentos no principal "clássico" natalense e norte-rio-grandense.

São 11 vitórias para o alvirrubro (que começou azul e branco) e igual número para os alvinegros desde sempre. São registrados três empates. A depender de confirmações de pendências o número pode subir a 30. Sem contar jogos com minutagens diversas.

Pesquisa aponta real número de conquistas no futebol potiguar

Arthur Pierre dos Santos Medeiros

GLOBO ESPORTE (4/4/2025)

Livro retrata como era o futebol do RN até 1930 e esclarece títulos estaduais

Levantamento feito pelo pesquisador Arthur Pierre aponta quantos títulos ABC, América-RN e Alecrim tiveram no período. Publicação está disponível de forma gratuita

Um livro lançado nesta semana pelo pesquisador Arthur Pierre, de 35 anos, conta a história do futebol do Rio Grande do Norte nos seus primórdios: entre os anos de 1903 e 1930.

"O futebol no Rio Grande do Norte (1903 - 1930)" é resultado de mais de dois anos de pesquisa intensa, incluindo consulta a documentos e análise in loco, na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, a jornais e revistas da época.

O livro traz, entre outros dados, uma luz sobre a contagem dos títulos estaduais deste período. - Ao finalizar a pesquisa, consegui chegar ao número exato de conquistas de ABC, América e Alecrim - disse Arthur Pierre.


Ao analisar os campeonatos até 1930, a pesquisa concluiu que, ao longo de toda a história, o ABC conquistou 50 títulos estaduais, o América-RN, 36, e o Alecrim, 5 - todos com menos conquistas do que têm oficialmente.

- Devido à dificuldade de acesso aos documentos que registravam o movimento esportivo na nossa cidade durante a década de 1920, criou-se um grande espaço para especulação. De forma que, hoje, os principais clubes de Natal contabilizam de forma equivocada seus títulos - explicou Arthur.

O trabalho conta com fotos e recortes de jornais da época que ajudam a ilustrar como foi o início do futebol no Rio Grande do Norte. - A ideia surgiu porque, ao procurar informações sobre esse período, percebi que não havia muita coisa. O pouco que se tinha era muito controverso - relatou.

Arthur Pierre contou com a ajuda de outros pesquisadores para concluir o trabalho e disse que pretende publicar o material futuramente como um livro físico.

Patrono do Centro de Treinamento foi jogador americano (FINAL)

Livro de Rubens Lemos Filho sobre o "JL" põe Abílio Medeiros dentro do "gramado"

Um jogo na festa de inauguração do “Juvenal Lamartine”  é mais uma prova de Abílio Medeiros como zagueiro

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Os depoimentos são convergentes na maioria dos nomes: o do desembargador João Maria Furtado, o do americano identificado coma inicial “A”, a reportagem de Mário Dourado sobre a solenidade do cinquentenário e o do político e magistrado Gil Soares de Araújo.

Acredito que nenhum dos jogadores pioneiros mais conhecidos e lembrados ficou de fora das listagens memorialistas: o de João Maria Furtado (“De Maria”) e o do americano não identificado foram transcritos na revista dos 50 anos do clube, assim como foi transcrita a reportagem do “Diário de Natal” (terça-feira, 10 de agosto de 1965).

O do Gil Soares de Araújo foi o último a ser divulgado em página inteira do “Diário de Natal” (1983), fruto de um pedido do amigo e escritor norte-rio-grandense Luís da Câmara Cascudo para a obra “Livros das Velhas Figuras” (volume II).

Diante do quadro somente restava encontrar a participação do médico e político caicoense Abílio Medeiros, zagueiro citado em todos os depoimentos e na reportagem do jornal Associado, em algum jogo do clube do coração.

A prova vem do livro do jornalista Rubens Manoel Lemos Filho: “Juvenal Lamartine; Primeiro Estádio – Minha Versão” (lançado em 2022).

No qual relata o torneio eliminatório de inauguração do Estádio Juvenal Lamartine. Com um dos jogos América 0 – 1 ABC (sexta-feira, 12/10/1928)

América: Vicente Vasconcelos Gama, Jaime, Abílio Medeiros, Reinaldo Praça, Francisco de Paula Pereira Melo (Canela de Ferro), João Ricardo de Morais, Jeremias Pinheiro da Câmara Filho (Pinheirinho), João Teixeira, Paulo Teixeira de Vasconcelos e Olavo de Freitas.

ABC: Jonatas, Zé Elói, Dorcelino, Ubá, Mário Crise, Potengi II, Zé Rodolfo de Lima, João Acioly da Silva (Cabo João), José Martins, Deão (autor do primeiro gol no estádio contra o Cabo Branco de João Pessoa, a capital paraibana, na época ainda oficialmente Filipéia) e Augusto Crise (irmão de Mário).

Patrono do Centro de Treinamento foi jogador americano (XVIII)

 

SEDE: Do quarteirão (Campos Sales, Maxaranguape e Rodrigues) com piscinas e quadra de tênis somente restam o prédio principal

Como foram a solenidade e as homenagens no cinquentenário de fundação do alvirrubro potiguar

América (1918): Abel Viana, João Ricardo de Morais, Aguinaldo de Almeida Tinoco, Oscar Siqueira, Francisco de Paula Pereira Melo (“Canela de Ferro”), Galo, Chico, Petró, Lauro de Andrade Lustosa, Vital Barroca, Arari de Brito e Silva, Alberto Nesi, Mário Canuto, Juca e Américo/Acervo: “A República”/”Diário de Natal”

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Talvez o repórter Mário Dourado tenha carregado nas tintas e exagerado o número de homenageados (exatamente 159) na chamada do cerimonial na solenidade do cinquentenário americano, o radialista Fonseca Júnior, da Rádio Poti, a emissora Associada da capital potiguar.

Mas o certo mesmo é que aparecem os nomes dos ex-presidentes do alvirrubro, inclusive os falecidos até o final da segunda semana de julho de 1965, além de nominar os antigos e pioneiros jogadores amadores do clube, conforme a reportagem do extinto jornal “Diário de Natal” (terça-feira, 10/8/1965).

O encontro é aberto pelo presidente Humberto Pignataro. Em seguida o ex-presidente e orador oficial, Humberto Nesi, conta a história americana e relembra o primeiro título conquistado (1919). Depois o Fonseca Júnior faz a chamada dos 15 fundadores (a lista aumenta com ao menos três fontes diversas, escritas e orais, ao longo do tempo).

Primeiro Getúlio Soares (residente no Rio de Janeiro e com endereço ignorado), os irmãos Oscar (desembargador) e Carlos Homem de Siqueira,, Lauro de Andrade Lustosa, Clóvis Fernandes Barros (fiscal do consumo no Recife. Impossibilitado de comparecer passa telegrama pela “Western” com agradecimento) e José Lopes Teixeira (funcionário da firma Warton Pedrosa).

Além dos falecidos , Vital Barroca. Napoleão Soares Ferreira, Manoel Coelho Filho, Edgard Brito, Antônio Trigueiro, Aguinaldo Fernandes (o da morte pela “bolada”), Augusto Servita, Mário Monteiro, José Fernandes de Oliveira, José dos Reis Lisboa e Elissóssio Guimarães. Dos fundadores, a maioria atletas, apenas quatro era vivos na época.

Em seguida receberam medalhas todos os ex-presidentes, inclusive João Rodrigues de Oliveira, um dos construtores da chamada “sede velha”, que deu lugar a “Babilônia” da Rua Rodrigues Alves, no Tirol. Depois os membros do Conselho Deliberativo. Até o “torcedor número um” Gennes Melo de Andrade, o “Geninho” (em memória). E Carlos Augusto Medeiros (motivação não devidamente identificada).

JOGADORES

O melhor ficou quase para o final. A vez dos atletas amadores pioneiros (a maioria até os anos 30/50): João Acioly (Cabo João), Teixeirinha, Pinheirinho, Rossini Azevedo, Paulo Teixeira, João Barbosa, Artemio, José Canuto, Natanael Paulino de Souza, Vicente Gama, João Maria Furtado, Aguinaldo Tinoco, Milton Sobral Correia, Silvino Lamartine de Faria, Reinaldo Praça. Olavo de Freitas, Abílio Medeiros (negrito nosso), Francisco Melo (“Canela de Ferro”), Leônidas Bonifácio e Waldemar Junqueira. Mais Garibaldi Mendes de Oliveira, o “Lú”, e José Luiz Galvão, o “Lelé”, treinadores das bases e ex-jogadores de segundo quadros ou aspirantes.

AS MENINAS

Foram homenageadas, ou lembradas, a viúva de Arari de Brito e Silva – fundador, diretor, jogador e treinador – Elizabeth de Moura Brito (residente no Rio de Janeiro), Maria da Conceição Bezerra, então diretora do departamento feminino), Cecília de Oliveira (também no Rio) e a miss Maria de Lourdes Pacheco.

terça-feira, 8 de abril de 2025

Patrono do Centro de Treinamento foi jogador americano (XVII)

Mário Dourado entrevista o árbitro Nelson Luzia após encerramento de jogo no "JL"

Dom Nivaldo Monte: escutador

O médico caicoense aparece nas memórias do benfeitor e em reportagem do “Diário de Natal”

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O vigoroso zagueiro seridoense Abílio Medeiros é mencionado pelo benfeitor Orestes Silva em depoimento histórico para a revista comemorativa ao cinquentenário do América/RN (14//7/1965). E pelo americano apenas identificado com a inicial “A” ao final.

Na mesma publicação também é alvo do repórter Mário Dourado (abecedista de carteirinha e falecido em 2008) pela reprodução de uma reportagem do “Diário de Natal” (terça-feira, 10/8) sobre a assembleia comemorativa realizada na data anterior.

- Com medalha de honra ao mérito e diploma dos 50 anos América homenageou a sua numerosa família. Foi o título da reportagem. Ilustrada com uma fotografia arquivo do extinto jornal “A República” do alvirrubro durante a campanha do primeiro campeonato oficial ganho (1919).

Presidente Humberto Pignataro: promessa

Na imagem os campeões: Abel Viana, João Ricardo de Morais, Aguinaldo de Almeida Tinoco, Oscar Siqueira, Francisco de Paula Pereira Melo (“Canela de Ferro”), Galo, Chico, Petró, Lauro de Andrade Lustosa, Vital Barroca, Arari de Brito e Silva, Alberto Nesi, Mário Canuto, Juca e Américo.

Na legenda da rara foto o repórter indica que entre os atletas são falecidos Barroca e Arari. E menciona o afazer de Lustosa: funcionário da firma M. Martins. Ainda: na solenidade os únicos presentes foram “Canela de Ferro” (merece um artigo a parte) e Mário.

Em um dos dois subtítulos o presidente Humberto Pignataro anunciou promessa feita a dom Nivaldo Monte (1918 – 2006) do retorno do clube (licenciado desde 1960), ao futebol, “desde que surja um novo Juvenal Lamartine”.

A promessa foi cumprida, pois logo no primeiro semestre, até dezembro, o treinador interino José Luiz Galvão, o "Lelé", começa a preparar o elenco com juvenis, atletas de times amadores e jogadores de clubes pequenos da cidade.

Patrono do Centro de Treinamento foi jogador americano (XVI)

O memorialista José Ribamar Cavalcante e o presidente Humberto Pignataro no lançamento do livro "Memórias de um ex-presidente", que inaugurou a moderna sede da Avenida Rodrigues Alves, no bairro do Tirol, edificada na área da antiga sede e do campo de futebol, no terreno adquirido com a participação de Orestes Silva na gestão do presidente José Gomes da Costa (1929)

O terceiro depoimento é do benfeitor Orestes Silva sobre o zagueiro caicoense Abílio Medeiros

JOSÉ VANILSON JULIÃO

“Guanabara, 15 de julho de 1965

Prezado Humberto:

Lamentando não nos haver mais avistado para tomarmos juntos um café, formulo a presente a fim de passar as suas mãos um pequeno comentário sobre o América de outrora, conforme sua solicitação e promessa minha.

Estou bem animado para passar aí os 50 anos do aniversário do América, somente não o fazendo por qualquer imprevisto que entrementes ocorra.

Recebi e agradeço a linda flâmula com que você me obsequiou, a qual me trará sempre gratas recordações.

Sem mais, aceite um forte abraço do conterrâneo e amigo.

Orestes”.

 

NOTA DA REDAÇÃO: Este o “bilhete”, endereçado ao presidente Humberto Pignataro (sucessor do general Ulisses Cavalcanti e sucedido pelo major Hugo Manso Maciel), de apresentação do artigo do benfeitor Orestes Augusto Silva para a página 43 da revista do cinquentenário do América Futebol Clube (1965). Detalhamento a seguir.

O advogado, professor universitário e dirigente americano (falecido em 10 de dezembro de 2015) lançou em 12 de dezembro de 2006 o livro “Memória de um ex-presidente”, no qual comenta e relembra a passagem pelo alvirrubro como diretor e depois mandatário maior entre 1965/1970.

 

FONTES/IMAGEM

Revista 50 anos do América

Tribuna do Norte

Blog No Ataque

Diário de Natal On Line

Jornal Zona Sul

Vermelho de Paixão

Acervo José Ribamar Cavalcante